Cinco anos depois de testemunhar o nascimento de cinco pequenos negócios, Zero Hora volta para conferir o destino dos personagens que embarcaram na ousada viagem que é abrir uma empresa no Brasil. O reencontro mostra que os protagonistas da série A Aventura de Empreender, publicada em fevereiro de 2008, tiveram trajetórias distintas, com histórias de sucessos e percalços. Confira:
Chegava maio de 2008, o outono já tinha cara de inverno, e a NewLine se encaminhava para uma hibernação que duraria até o ano seguinte. O lampejo de abrir uma consultoria de vendas na área de telefonia esbarrou na falta de planejamento para sustentar o negócio durante o período que acumulasse prejuízos.
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Além disso, um cliente para o qual a empresa prestava serviços com exclusividade decidiu encerrar o contrato. Desconcertado, Cleber Sarmento de Oliveira optou por um emprego com carteira assinada e salário garantido. A segurança, porém, mostrou-se uma quimera. Seis meses depois, devido à crise mundial, Cleber foi demitido.
O baque serviu para outra conclusão: se era para também não ter garantias, melhor assumir riscos com o próprio negócio. Como não havia encerrado a NewLine, partiu para prospectar possibilidades e fechou contrato de exclusividade com uma empresa paranaense de software, onde trabalhou até janeiro deste ano como pessoa jurídica.
- Eu mantinha o sonho de ter o meu negócio, nem que fosse para prestar serviço a outra empresa. Continuava com ideias empreendedoras - revela.
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Iniciou como único vendedor da filial, até que em 2011 assumiu a gerência comercial. Contratou dois vendedores e duas assistentes, e as tarefas passaram a ser de gestão, treinamento da equipe, acompanhamento de vendedores, negociação para fechar contratos e busca de alternativas de marketing para divulgar produtos e empresa.
Cleber dobrou o número de clientes e passou a ser o que os especialistas chamam de intraempreendedor. Após deixar a empresa paranaense, foi contratado como consultor de negócios da empresa Cigam Software Corporativo, no Vale do Sinos.
Sonho é voltar com a empresa
Como a vontade de empreender continua, Cleber decidiu não encerrar a empresa. Mesmo de emprego novo, no futuro pretende recuperar a NewLine como um dia a imaginou: uma consultoria em gestão comercial que atenda a várias empresas das áreas de telefonia e tecnologia, com estrutura e funcionários próprios.
- O negócio começou com o meu conhecimento comercial de 15 anos, mas sem planejamento. A ideia era atender de 10 a 15 empresas, montar call centers e capacitar pessoas. Depois, vi que para captar esses clientes demoraria uns dois anos. E não tinha capital suficiente para segurar funcionários e estrutura neste tempo - diz Cleber.
Quando a hora chegar, avalia que terá experiência e capacitação adquiridos tanto no dia a dia quanto no curso de Gestão de TI, que começou ano passado, na Unisinos. Sem açodamento, poderá montar um plano de negócios sólido que permita não repetir os erros da primeira tentativa, como crer que apenas a experiência comercial - vendendo flores, consórcios, seguros, impressoras - seria suficiente para o negócio vingar.