A nuvem de gafanhotos que se formou na Argentina segue em deslocamento em direção Sul. No momento, ela avança ainda mais para a província argentina de Entre Ríos e está a cem quilômetros de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste.
Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura do Estado, informa que, a partir desta quinta-feira (23), os ventos passam a ser no sentido Sudoeste e não mais Norte, o que poderia ser um agravante para a situação. Contudo, tranquiliza a população:
— Não se pode afirmar que o enxame de insetos entrará no Estado, porque o vento não é fator determinante para a trajetória da nuvem, ele apenas a orienta.
Felicetti diz que o monitoramento da situação é diário porque há risco da chegada dos animais em território gaúcho, mas não perigo iminente. Soma-se a isso a possibilidade de frio prevista para quinta-feira, fator que diminui drasticamente a capacidade de mobilidade dos insetos.
Entretanto, caso a nuvem chegue ao Rio Grande do Sul, a secretaria prevê a atuação de equipes para a supressão dos insetos. O sindicato nacional das empresas de aviação agrícola (Sindag) disponibilizou aeronaves para auxiliar na pulverização de agrotóxicos controlados em áreas que forem atacadas.
— Para esse trabalho, seriam utilizadas duas aeronaves, de maneira não-simultânea. Formou-se essa parceria para o caso de uma urgência. Estamos monitorando e atentos a qualquer guinada dessa movimentação — ressalta Felicetti.
Já a nuvem de gafanhotos que se formou no Paraguai, no departamento de Boquerón, já estaria em território argentino, na Província del Chaco, conforme o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar da Argentina (Senasa). Isso corresponde a uma distância de 680 quilômetros de Itaqui, na Fronteira Oeste. E uma terceira nuvem, também vinda do Paraguai, está a 220 quilômetros do Brasil, na altura do Mato Grosso do Sul.