A confirmação em laudos oficiais da Secretaria da Agricultura de resíduos do herbicida 2,4-D em parreirais de uvas e pomares de oliveiras na Campanha, Fronteira e Centro fez surgir mais suspeitas em outras regiões do Rio Grande do Sul. Em Sarandi, no Norte, produtores de uvas identificaram sinais de atrofia nas plantas.
– Os sintomas em parreirais são idênticos aos vistos nos locais afetados pela deriva – relata Helio Marchioro, conselheiro do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e diretor-executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho).
O município, que há menos de uma década tinha quase 500 hectares com parreirais, hoje não passa de 150 hectares cultivados com a fruta, segundo dados do Ibravin e Emater.
Segundo Marchioro, embora a maioria dos produtores não tenha solicitado laudos oficiais, há relatos de danos na fruticultura em diversos municípios da região, como Ametista, Planalto, Alpestre, Três Palmeiras, Barra Funda, Novo Barreiro e Rondinha.
O Ibravin está na expectativa de audiência nesta semana com o Ministério Público (MP), que está em fase final de conclusão de inquérito, aberto ainda em 2015.
– Queremos reforçar a necessidade de suspensão do uso desse produto, pelo menos até que se chegue a uma solução para esse grave problema – resume o dirigente.
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Resíduo da aplicação do herbicida 2,4-D é apontado como causador de perdas em uvas, oliveiras e maçãs. Zero Hora visitou sete propriedades que receberam as confirmações da deriva em Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Jaguari e Monte Alegre dos Campos.