Responde: Ulisses Antuniassi, professor da Unesp (Botucatu) e especialista em tecnologia de aplicação.
A aplicação de qualquer herbicida está sujeita à deriva se não forem seguidas boas práticas agrícolas. No caso do 2,4-D, é preciso considerar fatores como taxa de aplicação (volume de calda pulverizada por hectare), escolha adequada das pontas de pulverização e horário da aplicação.
Há ainda outros fatores que afetam a qualidade da aplicação, como temperatura ambiente, umidade do ar e velocidade e direção do vento. A escolha adequada das pontas de pulverização é importante para que produzam gotas com tamanho médio ou superior a 250 micrómetros, deixando a gota mais densa e pesada.
Na aplicação, o vento deve variar de três a 10 quilômetros por hora, a umidade do ar deve ser superior a 55% e a temperatura inferior a 30°C. É importante frisar que menos de três quilômetros por hora de vento significa condições para inversão térmica, o que ajuda a carregar as gotas fora do alvo. Essas condições precisam estar combinadas para a aplicação correta. Os procedimentos estão descritos na bula do produto e devem ser supervisionados por um agrônomo. É proibida a aplicação aérea do herbicida 2,4-D.
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Resíduo da aplicação do herbicida 2,4-D é apontado como causador de perdas em uvas, oliveiras e maçãs. Zero Hora visitou sete propriedades que receberam as confirmações da deriva em Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Jaguari e Monte Alegre dos Campos.