O primeiro dia da 41ª Expointer foi transformado, da manhã para a tarde, pela abertura do sol em Esteio. Os poucos visitantes que chegaram às 8h, na abertura dos portões, enfrentaram vento forte, baixas temperaturas e um céu pesadamente cinza. No final da manhã, porém, as nuvens se dissiparam, o frio deu uma trégua e mais visitantes passaram a atravessar as catracas e dar vida ao Parque de Exposições Assis Brasil.
Passava das 9h30min quando Marcos e Nelci Chagas chegaram ao parque. Criado nas Região das Missões, em Três Passos, mas agora morador de Canoas, ele aproveita a Expointer para se conectar com o passado.
— Todo ano a gente vem. Quem se criou no interior, como eu, vê os animais e volta ao passado. O frio não espanta, estamos acostumados — conta ele, segundos após ingressar no parque que, em 2018, tem 4.247 animais expostos.
O carro do casal foi deixado do lado de fora do parque, em um estacionamento particular, para evitar a fila da entrada oficial. Um dos destinos certos da dupla é o Pavilhão da Agricultura Familiar. Foi lá que eles conheceram, alguns anos atrás, os produtos coloniais de uma empresa de Lajeado. A aprovação entre os dois moradores de Canoas foi tão grande que, fora do período da Expointer, viajam para Lajeado para se reabastecer de melado e banha colonial. Óleo industrializado, contam, apenas para fritura.
— Eu gosto dos produtos naturais, da agricultura familiar. É tudo como antigamente, como a gente foi criado, e os produtos são bons — conta Nelci.
Ao chegar ao pavilhão, ela encontrou um espaço maior e com 40% mais expositores que em 2017. Já Rafael Gaio e sua família saíram de Caxias do Sul às 6h30min para aproveitar o sábado de Expointer. Perto do meio-dia, já haviam feito compras no pavilhão.
— Há anos atrás, eu vinha ver as provas dos cavalos crioulos. Depois passou a "fase de cavalo", diminuiu o fogo de rapazote. Hoje, eu venho para ver as novas tecnologias, trazer as crianças para ver os bichos, comprar salame e queijo da agricultura familiar e comer uma boa carne angus. Normalmente viemos no primeiro sábado, porque no segundo alguns animais já foram embora — conta Gaio, que considera os preços atrativos entre os produtores familiares.
Para Jaqueline Lopes, a Expointer poderia durar mais que os nove dias estipulados. Ela seu marido, Pedro Lopes, moradores de Canoas, são entusiastas da feira há mais de duas décadas.
— Viemos todos os anos, há mais de 20 anos. É muito bom, eu adoro a Expointer. Melhor vir cedo porque tem menos gente, dá para ver com mais calma os produtos. Viemos sempre para comprar, pela alimentação e também para ver os animais. Eu adoro churrasco, mas o preço para comer churrasco aqui (no Parque) é meio salgado — avalia Pedro.