Foram mais de 6,5 mil quilômetros e 20 municípios percorridos. Depois de muito pó, barro, chuva e 12 meses de reflexões sobre os rumos do setor primário gaúcho, o projeto Campo e Lavoura Especial – Da Terra à Mesa chega à sexta e última edição com um saldo de descobertas. Projetar o futuro do setor mais importante da economia do Rio Grande do Sul não foi tarefa fácil. Ouvimos dezenas de especialistas, produtores e autoridades na tentativa de mostrar a realidade do campo ao homem da cidade. Para encerrar o projeto, Zero Hora promoveu edição especial do Campo em Debate e reuniu representantes das temáticas abordadas nas edições, que foram publicadas nos meses de janeiro, março, maio, julho e setembro de 2017.
O resultado foi um seminário no qual não faltaram ideias e recomendações de como se preparar para o amanhã. Projetos que incluem aumento do uso de robôs nas lavouras e entrega de insumos por meio de drones gigantes.
Mas o agronegócio inovador de que se fala neste projeto não será escrito apenas pelas mãos de quem hoje trabalha na lavoura. Os donos do amanhã estão na escola e têm na mente e no coração terreno fértil para semear seus sonhos. Na seção Agro2037, confira como as crianças planejam cultivar esse futuro.
Confira as edições anteriores
Inovação
O uso de tecnologias para elevar a produção de grãos à marca histórica de 31,9 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul foi foco do primeiro caderno Campo e Lavoura Especial – Da Terra à Mesa, publicado em janeiro. Entre as novidades apresentadas está o uso de sistemas de irrigação por meio do aproveitamento de água da chuva. A publicação também mostrou como ocorre a multiplicação de plantas in vitro, técnica ainda pouco difundida no Estado, que estava sendo desenvolvida em startup incubada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Sustentabilidade
A história de produtores que trabalham com a agropecuária em modelos sustentáveis do ponto de vista ambiental sem perder o foco nos resultados foi o eixo do segundo caderno, que circulou em março. O especial mostrou que há vários caminhos para um cultivo responsável. Enquanto alguns produtores investem nos orgânicos, outros mantêm a produção em larga escala, usando agroquímicos com responsabilidade. O cuidado com as espécies nativas e a integração lavoura-pecuária fazem parte das boas práticas mencionadas.
Mercado
As dificuldades enfretadas pelos agricultores para elevar a rentabilidade da safra foram abordadas no terceiro caderno, publicado em maio. Ter autonomia para vender a colheita na hora certa é uma das estratégias para maximizar ganhos. O caminho está no uso de armazéns próprios e sistemas de escoamento por meio de ferrovias e hidrovias. Manter controle dos custos e prever as receitas também foram pontuados como fatores essenciais para elevar ganhos, assim como buscar itens de mais valor para a exportação.
Mão de obra
A mão de obra no campo mudou muito com os avanços tecnológicos implementados na lavoura. Realidade que resultou na exclusão de milhares de vagas nas últimas décadas. Manter-se na lida exigiu investir em treinamento de pessoal e gestão diferenciada por parte dos proprietários rurais. Histórias que foram contadas na quarta edição, em julho. A publicação ainda detalhou os desafios da sucessão rural e os principais aspectos que interferem no interesse das novas gerações pela atividade agropecuária.
Contribuições
A contribuição social, econômica e ambiental da agropecuária para a sociedade foi tema do Campo e Lavoura publicado em setembro. Os leitores puderam conhecer os diferentes usos da soja, que está em mais de 2 mil produtos, do biodiesel às próteses, passando por margarinas, cereais e chocolates. O caderno explorou novas aplicações que poderão surgir por meio da pesquisa científica. É o caso do aproveitamento da glicerina na fabricação de copos que se decompõem em apenas 60 dias, enquanto os de plástico tradicional levam até 500 anos.