Uma geração que tem consciência ambiental e demonstra preocupação com o esgotamento dos recursos naturais. Essa é uma das características mais marcantes dos jovens que estão no campo. Sedentos por informação e atentos às inovações tecnológicas, sabem da importância de fazer a gestão da propriedade bem feita.
– O mundo gira, e a gente não pode parar, temos que estar sempre pensando o futuro – reflete o estudante Ramon Pinto, 23 anos, aluno do curso técnico em agropecuária da Escola Estadual de Educação Profissional de Carazinho, região noroeste do Estado.
Em área de 240 hectares, os 303 alunos aprendem sobre todos os sistemas de produção. Em regime de internato de segunda a sexta-feira e plantões nos finais de semana, as turmas se revezam no manejo das culturas e criação de animais. E vem da terra 95% da renda que cobre a maior parte das despesas mensais da escola.
– Conciliando o conhecimento técnico com o prático, conseguimos prever resultados e chegar mais próximos do futuro, não contando tanto com a sorte – destaca Álvaro Luis Breda, 24 anos, que pretende utilizar novas tecnologias para aumentar a produtividade das lavouras do amanhã.
Segundo o diretor da escola técnica, Celito Luiz Lorenzi, outro diferencial dessa geração é a organização. O professor, que começou na instituição como estagiário há 38 anos, descreve que os jovens buscam mais os seus objetivos, se comparados aos agricultores mais antigos, e sabem a importância do controle dos custos.
Mulheres em campo
Outra mudança que Lorenzi percebe é o crescimento da presença de mulheres interessadas no curso técnico e pela própria atividade agropecuária. Atualmente, a escola tem 50 alunas. Este número vem aumentando desde que foi implantado o internato feminino há seis anos. A estudante Beatriz Renata Dalcin, 17 anos, pontua que a dificuldade para ingressar no mercado de trabalho devido ao preconceito ainda é realidade. Vencer esta barreira e desbravar o campo, para as mulheres, ainda é desafio para o futuro.
Colaborou: Letícia Szczesny