O Big Data, expressão dada à coleta e a análise de dados em grande escala para criar referências à tomada de decisões, ficará cada vez mais familiar ao agronegócio brasileiro. Com a crescente geração de informações no campo, por meio de satélites, softwares e equipamentos, o grande desafio passou a ser integrar todas as variáveis em ferramentas únicas de gestão.
– O Big data não é a quantidade de dados, mas o que se pode tirar ou concluir por meio deles – disse Reinaldo de Bernardi, gerente-geral do Centro de Inovação no Agronegócio (CIAg), criado em Pompeia (SP).
O tema está sendo discutido durante o 5º Simpósio da Ciência do Agronegócio, que se encerra hoje, em Porto Alegre. Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), o evento reúne especialistas para discutir os caminhos e os desafios relacionados à agricultura digital no Brasil – também chamada de agricultura 4.0.
Chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Maria Silveira Massruhá apresentou os produtos digitais desenvolvidas pelas mais de 40 unidades de pesquisa em todo o país. Para a pesquisadora, a convergência tecnológica de todas essas informações é um caminho sem volta para o agronegócio.
– Isso está acontecendo, já é realidade. Por isso precisaremos cada vez mais de ações coordenadas, cientistas de dados e sistemas integrados – prevê Silvia Maria.
As iniciativas em diversos Estados brasileiros esbarram, porém, em deficiências de comunicação de dados no campo, ponderou o gerente geral do Centro de Inovação no Agronegócio (CIAg).
– Muitas experiências são feitas em modo offline, por falta de sinal, para depois serem jogadas na nuvem. É a forma que encontramos para driblar o problema brasileiro de falta de infraestrutura – exemplifica Bernardi.