Camila Maccari, Especial
Identificar e saber como lidar com as emoções é indispensável para quem busca uma vida saudável e bem-estar na sua rotina – aquele de que muito se fala ultimamente e que extrapola os cuidados com o corpo. No trabalho, desenvolver a inteligência emocional é uma das maneiras de lidar com mais leveza com as adversidades que surgem.
– No ambiente profissional, aplicar a inteligência emocional pode desenvolver um clima mais agradável, em que amplia o potencial produtivo da própria pessoa e do grupo de trabalho, além de reduzir as chances de conflitos em relações interpessoais – explica a psicóloga Ítala Chinazzo.
Ou seja, você pode aprender a evitar situações que lhe deixariam ansiosa, causariam mais estresse e que, provavelmente, afetariam outras áreas de sua vida. Quem aqui nunca perdeu o sono por algum problema no escritório? É claro que aprender a identificar e saber como lidar não significa evitar emoções. A ideia, segundo Ítala, é que, com o autoconhecimento, você consiga sentir o que precisa ser sentido em cada situação – e não levar para o pessoal e ficar ofendido quando, por exemplo, alguma ideia sua é descartada.
Isso vale, também, para saber agir melhor com outros. Entender que sua expectativa está muito alta pode ajudar a reagir de maneira mais tranquila a algo que não está dando certo e que envolve as pessoas que trabalham com você.
De acordo com a psicóloga e coach Adriana Perez, os novos formatos de trabalho pedem pessoas emocionalmente inteligentes para obterem os melhores resultados.
– A forma com que os indivíduos se relacionam uns com os outros têm sido uma das competências mais valorizadas para a evolução de carreira ou destaque pessoal no escritório. As estruturas de trabalho estão evoluindo de forma exponencial para uma cultura de cooperação, parcerias e redes. Essa competência possibilita a utilização das emoções como uma força positiva, ampliando e conduzindo, principalmente, os líderes que a utilizam. Dessa forma, é possível atingir maior sucesso em suas intervenções e ou/ projetos.
E, se você reparar, vai perceber que sempre tem um colega ou gestor que já coloca isso em prática. Para quem já pensou nesse ser como alguém iluminado, vale saber que dá para aprender a habilidade. Veja as dicas de Adriana Perez e de Ítala Chinazzo para desenvolver a inteligência emocional no ambiente de trabalho:
Invista em momentos de reflexão pessoal
Ítala indica separar alguns minutinhos por dia para se conectar com os pensamentos e emoções e entender como eles estão conectados. Esse momento – que pode ser sozinho ou com a ajuda de algum profissional de saúde mental – ajuda, também, a saber como lidar com os sentimentos – e vai trazer efeitos positivos para a sua rotina, não apenas profissional.
– Essa prática pode ser conduzida com todas as emoções, inclusive as positivas, e não somente quando estamos com algum problema, nos sentindo ansiosos e estressados. A forma como cada um faz a reflexão é pessoal, mas indico sempre que seja em um ambiente de tranquilidade.
Exerça a empatia
Levar em conta e tentar entender qual é o lugar do outro é tão importante quanto compreender os próprios sentimentos. Ser consciente de que as pessoas ao redor também possuem emoções é um passo importante na hora de melhorar os relacionamentos interpessoais.
– Escute verdadeiramente o outro, sem julgamentos, para poder reconhecer suas emoções – explica Adriana.
Se expresse
Lidar com as emoções não significa guardar tudo apenas para si. Num ambiente em que você lida diretamente com outras pessoas, é importante, também, conseguir dizer como você se sente e o que precisa. Vale começar aos poucos, realizando acordos e combinações que considerem as suas necessidades e a dos outros.
Controle os impulsos
Adriana explica que o equilíbrio entre o emocional e racional não permite que você tenha uma resposta impulsiva e aja de maneira inadequada quando interpretar negativamente uma situação. Ou seja, você evita aquele momento em que responde no piloto automático e se arrepende depois.
– O autoconhecimento é importante para saber identificar como eu funciono e quais são meus gatilhos acionadores destas respostas impulsivas. Reconhecendo isso, é possível gerenciar. Um exemplo é quando alguém fala atravessado ou é muito direto e o outro se ofende, respondendo sem pensar e sem contextualizar ou entender exatamente o que o outro quis dizer.