Nova York que se cuide...
Pois é, Nova York que se cuide, pois Chicago vem ganhando o coração de muita gente.
Apesar de ser a terceira maior cidade americana, a impressão que se tem quando se chega a Chicago é que tudo é perto, logo ali. A cidade localizada à beira do Chicago River e do Lake Michigan (o qual, com suas águas límpidas nos dá uma sensação de mar), esbanja simpatia, charme, sofisticação e beleza, tanto arquitetônica quando natural. Não é uma cidade para se visitar em qualquer época do ano, afinal os meses de inverno podem ser congelantes (tem que ser muito forte para aguentar), mas no final da primavera, no verão e no início do outono, tem um clima bem agradável.
Estava ansiosa não só para curtir a cidade, que eu havia visitado por algumas horas em uma longa conexão de voo anos atrás, mas em especial por um passeio específico, o tour arquitetônico no Chicago River. Dentre as várias opções, o tour oferecido pela Chicago Architecture Foundation foi a minha escolha. Acertei. O passeio dura em torno de uma hora e meia, mas juro que passaria um dia inteiro ali, com um arquiteto super simpático explanando sobre a belíssima arquitetura da cidade, talvez a mais bela dos EUA. Depois do grande incêndio de 1871, a cidade teve que ser praticamente reconstruída e, de lá para cá, em pouco mais de 100 anos, e com uma mistura ímpar de estilos, é um prato cheio para aqueles que como eu, adoram caminhar olhando para cima.
Mas não são somente belos prédios que a cidade tem a oferecer. A vida cultural lá não deixa a desejar. Do Aquário ao Museu da Indústria e da Ciência (superinterativo, ótimo para levar os pequenos), passando pelo Field Museum e pelo Art Institute of Chicago (tem a maior coleção de expressionismo francês e arte pós-impressionista do mundo), a cidade é repleta de atrações para toda família, e que facilmente preenchem uma semana inteira de diversão.
Dois locais quase obrigatórios para os turistas são os super altos edifícios John Hancock Center (no seu topo se avistam 4 estados e ainda pode-se experimentar uma tração chamada Tilt, uma janela inclinada sobre a paisagem da cidade, no 94o andar, que vai te dar uma outra perspectiva do lugar) e a Willis Tower (a antiga Sear Towers).
Os parques da cidade, principalmente o Millenium Park, localizado dentro do Grant Park, são uma atração para se curtir sem pressa. Com várias obras de arte contemporânea, o Millennium Park se destaca como um local com várias atrações. As duas obras que mais chamam a atenção são o Bean (foto abaixo), a famosa escultura em forma de feijão, e a Jay Pritzker Pavilion, uma grande concha acústica que sempre conta com shows de música em geral. No verão, a criançada vai gostar da Crown Fountain, duas grandes torres que projetam vídeo e jorram água. A orla junto ao lago também rende lindos passeios. Alugue uma bicicleta e passe algumas horas por ali (por sinal, foi em Chicago que vi a maior quantidade de turistas nos EUA, pedalando). Não vi, mas dizem que no auge do verão a areia fica lotada de guarda-sóis, tal qual as nossas praias.
Desta vez, por ter decidido o roteiro em cima da hora, não consegui ficar em nenhum dos hotéis que gostaria... Mas está aí um assunto que lá é levado com seriedade: os hotéis são lindíssimos, alguns considerados entre os melhores dos EUA, como o Thompson, o Trump (uma atração à parte) e o Public Hotel, um dos mais trendy, de propriedade do Ian Schrager, dono de outros maravilhosos hotéis espalhados pelo mundo.
Não me hospedei onde queria, mas comi onde tinha planejado. Comer para mim nas viagens é uma das partes importantes do programa, sempre. Como fã do complexo gastronômico Eataly, óbvio que tive que dar um pulinho lá para tomar um vinho e comer uma bela mussarela. Fui no Pump Room, que fica no Public Hotel. Além de ter uma decoração linda e um público bem diverso, o cardápio, assinado pelo chef Jean-Georges Vongerichten, é uma delicia, seja a escolha o menu degustação ou os pratos avulsos. Outra estrela da cidade é o restaurante Alínea, considerado entre os melhores do mundo e o número um dos Estados Unidos, com um menu que mistura culinária e ciência. Esteja aberto para o inusitado, para sabores e texturas completamente diferentes de qualquer coisa já provada... e aproveite os quase 16 pratos que com certeza ficarão na história de seus jantares.
Ainda falando em comida, quem visita a Chicago tem que provar o prato que é a marca registrada na cidade, o deep dish pizza: exatamente isso, uma pizza super-recheada, preparada em uma forma funda. A melhor opção para provar esta maravilha é no Gino's East.
A vida noturna da cidade vai desde os grandes musicais, a la Broadway, passando por teatros pequenos e é claro os famosos clubes de blues e jazz, dentre eles o Andy's Jazz Club (muitobem cotado na cidade), que fui conferir e gostei.
Quanto às compras em Chicago, tenho uma coisa a dizer: a 5ª Avenida em NY não está com nada! A Michigan Avenue, no trecho conhecido como Magnificent Mile sim, está com tudo! A avenida é larga, linda, e com uma concentração só de lojas boas ( e para todos os bolsos), sem igual. Tudo o que se espera encontrar de marcas de luxo como Tiffany's, Burberry, Prada.... Até lojas como Nike, TopShop, H&M, estão umas aos lado das outras, em apenas poucas quadras. Sim, há outlets e tal por lá, mas confesso que nem é necessário sair dali para boas compras.
Para aqueles que visitarem a cidade e ainda tiverem um tempo sobrando: vá até Milwaukee para visitar uma das tantas maravilhas arquitetônicas do arquiteto Santiago Calatrava, o Milwaukee Art Museum. O prédio é realmente impressionante, com suas "asas" que se abrem e fecham em determinados horários do dia. Ainda em Milwaukee está o museu da Harley Davidson....mas este já é assunto para outra coluna. Um beijo e até a próxima!