Redação Donna
Já sabemos que pais são exemplos para as crianças. Mas uma pesquisa realizada pela Fundação Kovacs, na Espanha, no qual participaram 4.019 adolescentes e 7.359 pais, revelou que a conduta deles influencia também o hábito dos filhos. Ou seja, pai e mãe que bebem e fumam provavelmente verão seus filhos fazerem o mesmo.
Segundo Francisco Kovacs, primeiro autor do estudo, os resultados refletem que o baixo nível sociocultural dos pais e o fato de a mãe beber têm efeito mais determinante sobre o consumo de álcool e tabaco por parte dos filhos. O fato de o pai beber não teria muita influência sobre os filhos. Mas, se a mãe o faz, praticamente dobra o risco de que os adolescentes o façam, especialmente as filhas, que geralmente fumam mais que os irmãos.
As descobertas indicam que o fato de a mãe beber aumenta em geral todos os hábitos tóxicos de seus filhos. O número de horas que os pais veem televisão por dia e que fazem esporte também influi nos hábitos dos filhos.
– O consumo de tabaco e álcool é muito comum entre os adolescentes e se transformou em um problema de saúde pública, por isso que nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus são feitos estudos para analisar a influência dos hábitos paternos nos jovens – segundo Kovacs.
A influência dos pais sobre os filhos inclusive poderia ser mais decisiva e profunda do que sugerem as pesquisas. A memória de uma criança e a possibilidade de ela ter transtornos graves de aprendizagem poderiam ser afetados pelo que sua mãe fez antes da adolescência, segundo sugere o Centro Médico da Universidade de Rush e da Escola de Medicina da Universidade de Tufos, nos EUA.
Os resultados provém de uma pesquisa na qual cientistas estudaram o funcionamento cerebral de ratos pré-adolescentes que tinham sido modificados geneticamente para ter um defeito na memória. Quando os jovens ratos eram expostos a um ambiente estimulante – no qual podiam interagir com objetos, aumentar suas relações sociais e realizar exercícios durante duas semanas – o defeito de memória retrocedia.
Após alguns meses, os mesmos ratos foram fecundados e deram à luz uma descendência que tinha a mesma mutação genética. Mas seus descendentes não mostravam o defeito de memória, embora nunca tenham sido expostos a um ambiente ricos em estímulos como suas mães.
Para o doutor Dean Hartley, co-autor do trabalho, a evidência é de que a riqueza do entorno durante a juventude tem influências adicionais muito importantes e que pode melhorar a memória da descendência futura dos ratos jovens que se encontram em um ambiente enriquecido.