"Meu pet é um mula", bradam muitos tutores. Isso porque há momentos em que o mascote finca o pé e não faz o que dele se espera. Aí vem a pergunta por parte da família: onde foi que eu errei?
O que muita gente não leva em consideração é que a teimosia pode, na verdade, ser reflexo de um descontentamento, um medo ou até mesmo uma dor que acaba sendo a propulsora daquele comportamento arredio. E daí não tem jeito. Você pode ralhar e aumentar o tom de voz até as alturas que seu pet não vai obedecer.
Seguem abaixo 12 exemplos que justificam o temperamento do seu mascote:
1. Entrar no carro
Tem mascote que é só abrir a porta do carro e lá vai ele faceiro para o banco de trás. Se seu pet trava só em passar pela frente do veículo, procure compreender a razão pela qual ele precisa ser conduzido, pois o problema pode ser o destino. Pet shop, casa da sogra que odeia animais ou até mesmo mal-estar em ficar balançando dentro do automóvel podem ser os motivos. Banho desconfortável com água muito quente ou muito fria, a função de tirar os nós (que pode resultar em dor) e gente com pouco talento para lidar com animais podem desencadear medo, em que o animal relaciona a entrada no automóvel com a chegada àquele destino.
2. Ser puxado pela guia
Tem cachorro que simplesmente odeia ser conduzido por uma guia. Para facilitar, esse é um costume que ele deve ter desde bem pequeno, com meses de idade. Se isso não foi possível e ele se mostra rebelde ao uso de coleira e guia, um adestrador pode ajudar, mas mais uma vez esteja atento ao destino da condução. Por acaso não estaria relacionado com o asfalto quente? Lembre que um piso de cimento pode literalmente queimar as almofadinhas plantares do seu animalzinho. Se for isso, procure trocar o horário do passeio pelo início da manhã e veja se não surte um efeito melhor. Também, fique atento à quem leva seu pet para passear. Às vezes, são pessoas pouco familiarizadas com o uso do acessório e acabam puxando demais e até enforcando o animal.
3. Atender a um chamado
Assim como as pessoas, existem bichinhos fascinados por determinado objeto ou situação e fazê-lo largar para atender a um chamado é quase um atentado ao bem-estar. Animais que ficam na janela vendo pessoas passarem podem simplesmente ignorar que foram chamados. Espiar a calçada pode ser muito mais divertido do que estar ao seu lado e por esta razão seu pet se faz de surdo.
4. Comer
Desde úlcera estomacal até um simples capricho de não apreciar o odor dos alimentos, fazer um pet comer o que ele não quer é realmente um desafio, e este, por se tratar de alimentação, nunca deve ser negligenciado. A primeira tentativa de fazer um pet cabeça-dura se alimentar da ração selecionada é deixá-lo sentir um pouco de fome. Na falta de coisa melhor, ele pode acabar se alimentando e assim descobrindo que o gosto não é tão sem graça quanto o cheiro.
Entretanto, gatos se mostram mais refratários quando o assunto é odor. Então, o tutor tem que ir variando o sabor até encontrar algum que agrade. Contudo, esteja atento à sensibilidade alimentar — existem animais que realmente tiveram indisposição depois de provar determinado alimento, e isso não necessariamente será observado em uma diarréia, por exemplo, quando fica evidente que a comida fez mal.
Algumas doenças estomacais também fazem com que seu pet fique com o estômago mais sensível. Se seu mascote ficar mais de três dias sem querer saber de se alimentar, é importante buscar ajuda veterinária. Cáries, dentes frouxos e até corpo estranho, como um osso, podem estar interferindo no processo de mastigação que passa a ser doloroso.
5. Descer ou subir escadas
Atenção que nem sempre a falta de disposição de subir escadas é preguiça do seu mascote, ainda mais se ele tiver mais de sete anos. Assim como pessoas, animais também sofrem com artrites e dores lombares e isso já pode estar acontecendo com seu pet. E isso não é exclusivo de animais velhos: até cães jovens podem sofrer com questões articulares e isso vale para animais grandes, como o Rotweiller.
A gordura é outro fator que pode prejudicar o movimento de seu pet, e isso fica mais evidente em gatos que passam a ficar mais térreos e procurar menos as alturas — como um armário — para dormir.
6. Fugir de determinadas pessoas
Sempre desconfie de um pet que tenta fugir do convívio com uma pessoa. Alguns animais simplesmente não simpatizam com o odor de um ser humano, ainda mais se ele tem odor de seus próprios animais. Como não sabemos a história pregressa dessa pessoa "non grata", procure verificar como seus parentes, namorado(a) e as pessoas que trabalham na casa tratam de seu mascote quando estão sozinhos com ele. Pode ser que seja uma relação um tanto ríspida e isso funciona como sinal de alerta para o pet que, precavido, procure evitá-la.
7. Sair de cima do sofá ou da cama
A razão mais óbvia de entender o porquê de um pet que se nega a deixar a cama ou o sofá do tutor é o conforto. Nada melhor do que dormir sobre o cheirinho do seu tutor em um local macio e confortável. Mas perceba se essa demora em deixar esses locais também não está associada às dores articulares, pois para descer geralmente é necessário apoiar o peso do corpo nas patas dianteiras.
8. Filhotes
Se a teimosia está partindo de uma cadela que deu à luz, dê um desconto: sua pet pode ter virado uma leoa e agora a filosofia é "daqui não saio, daqui ninguém me tira". Espere cerca de 10 a 14 dias antes de ter sua mascote de volta. Ela está sob efeito de hormônios que podem comprometer seu comportamento habitual. Verifique, nas vezes em que ela sai do ninho, se existem secreções avermelhadas ou odores fortes — de podridão — até 48 horas depois do parto. Isso, associado à respiração ofegante, não deve ser negligenciado.
9. Colocar roupa
Não pense que isso é uma situação exclusiva do seu bichinho. Tem animal que empaca, que não sai do mesmo lugar quando o assunto é vestuário. É só colocar uma blusinha e pronto: você acaba de ganhar uma estátua, em uma visão mais otimista, uma vez que há casos em que parece que um enxame de abelhas atacou seu pet.
A roupa entra na mesma situação da coleira: ele deve ser acostumado desde pequeno. Contudo, verifique se a vestimenta não é muito apertada ou se o material não é duro e desconfortável. A melhor das roupinhas é aquela de malha pois respeitam as curvas do corpo do seu pet. Animais muito peludos, porém, podem sentir muita coceira pelo corpo e realmente ficar desconfortáveis ao fazer uso de vestuário.
10. Cortar as unhas
Entenda que tudo que envolve as patinhas do seu pet tem a ver com cócega e desconforto. Ter as patas retidas pode ser motivo de grande conflito tanto para cães quanto para gatos, pois estamos falando da defesa deles. Como podem fugir, correr ou se defender se estão com a pata presa? Por outro lado, a maioria dos pets tem essa região muito sensível ao toque e cócegas – o que para eles, não é nada divertido. Sendo assim, cortar as unhas pode ser um grande desafio para alguns animais, especialmente para aqueles que já tiveram a infeliz experiência de ter sangrado a unha depois do corte, já que isso é algo que dói muito e durante alguns dias. Certifique-se de que você sabe até onde pode ir com o cortador sem estar machucando o dedo do seu pet. Na dúvida, leve-o a uma equipe de profissionais da pet shop de sua confiança.
11. Novos integrantes na família
Seu mascote se enfiou embaixo da cama e de lá não saiu desde que o bebê chegou da maternidade? A insegurança é outra forma de birra dos animais. Não saber qual o lugar do mascote no novo rearranjo familiar pode ser motivo de muita angústia. Procure sempre dedicar um tempinho ao seu mascote quando uma pessoa nova chega para morar em definitivo. Evite atrasar suas refeições e sua rotina de passeio. Se for fazê-lo, que seja gradativo. Seja um colega de quarto, bebê ou companheiro, cães e gatos precisam aprender a estender sua afeição aos novos integrantes sem temer perder sua integridade nem sua posição dentro do lar. Lembre-se de que você é tudo para seu pet, já que fornece proteção, alimento e abrigo, e a chegada de um novo integrante pode significar a perda de seu bem-estar.
12. Latidos incessantes
Cães que latem demais estão na pauta dos animais que precisavam ter seus instintos melhor conduzidos nos meses iniciais de vida. Depois de adulto, uma conversa com quem entende de comportamento animal pode ajudar a corrigir essa falta. Lembre-se de que pessoas estranhas no corredor de edifícios e nas imediações de uma residência podem causar alvoroço nos animais, em especial nos cães, embora gatos também possam miar para valer quando barulhos estranhos surgem ao redor da casa ou por não identificarem uma pessoa que se aproxima.
Embora a presença de roedores e outros animais — como gatos, cães, pássaros e até sapos — também desencadeie esse frenesi em alguns bichos, é interessante o tutor sempre verificar o motivo dessa manifestação. Se analisarmos por esse ponto de vista, é até interessante o pet não obedecer e ficar calado. Bem ou mal, o cão foi colocado para viver junto à humanidade primeiramente por ser um bom auxiliar na manutenção da segurança não apenas das famílias mas de todo um povoado.