De volta, depois de dois anos de apresentações online, a São Paulo Fashion Week (SPFW) ocorre pela primeira vez em formato híbrido. Os desfiles presenciais começam nesta terça-feira (16), na Pinacoteca, e vão até 20 de novembro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera. E se encerram no dia 21, no Rio de Janeiro.
O formato phygital, que une o físico e o digital, traz a possibilidade de os desfiles serem realizados em outras cidades, com transmissão ao vivo, como o da carioca Lenny Niemeyer. Ela vai encerrar as apresentações na cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio, comemorando os 30 anos de sua grife de moda praia.
Ao todo, 48 marcas apresentarão suas propostas para a temporada de inverno 2022. Paulo Borges, criador da SPFW, ressalta a importância do desfile físico, o contato com o público, o componente humano e afetivo dessa convivência. A passarela de 50 metros onde ocorrerão os desfiles poderá receber confortavelmente o público e é um símbolo da vontade de acolher uma plateia ávida por esse contato.
Transformação
Conversar com Paulo, aliás, figura icônica da moda brasileira, confere uma visão ampla de como o mercado da moda se transformou nos 25 anos de história do maior evento de moda da América Latina. A propósito, chamar a SPFW de evento é olhar para seu passado.
Hoje, Paulo usa com assertividade a palavra plataforma para descrever todas as vertentes que engloba.
— A SPFW é um ato coletivo, um espaço de moda onde o evento físico cumpre o papel de articulador e provocador desse mercado, mas nossa atuação vai muito além desse aspecto — afirma Borges. — Enxergamos em 2021 a necessidade de uma agenda de atividades ao longo do ano e criamos o festival SPFW + regeneração, com encontros criativos e mentorias, para núcleos criativos selecionados por todo o país. Procuramos, assim, trazer uma nova inteligência aplicada ao empreendedorismo na moda.
Releituras
Neste ano, a SPFW se une ao Santander Brasil para investir no mais digital aspecto da roupa como comportamento da cultura pop do nosso tempo, as skins, trajes dos personagens de jogos online. Em sua abertura, um desfile físico traz releituras de skins de personagens Free Fire, um dos mais populares do mundo, com 150 milhões de fãs - o Brasil é o terceiro em audiência.
Para dar vida às skins, o stylist Daniel Ueda precisou de tempo para tirar o projeto do universo dos games e levar para o mundo da moda com seus códigos. Rompe-se, enfim, a barreira digital e física da moda brasileira.