"Quarentena não é sinônimo de férias", defende boa parte dos especialistas em educação. "Mas quarentena também não é homeschooling (ensino domiciliar)", afirma uma parcela de mães em fóruns de discussão nas redes sociais. E há ainda aquelas mais apreensivas com o atraso de conteúdos no período sem aulas que levantam a bandeira da "rotina de estudos rigorosa no isolamento". É hora de ser rígida ou flexível? A mãe deve virar professora durante a pandemia do coronavírus? Há tempo e estabilidade emocional para as famílias darem conta de tudo isso?
Primeiro passo: respire fundo e mantenha a calma. Estamos vivendo um momento sem precedentes, ressalta a psicóloga Andreia Mendes dos Santos, e precisamos buscar a resiliência diariamente.
– Por um lado, a escola se organiza e manda as tarefas para casa, e, por outro, a família quer que a criança resolva atividades e se ocupe. Mas a família também está trabalhando em casa, vira uma bola de neve. Até entendermos que não damos conta de fazer tudo isso ao mesmo tempo, é muita coisa envolvida. No planejamento, pensamos que ia dar certo, mas, na prática, é outra coisa – explica Andreia, que é professora da PUCRS e coordenadora do núcleo de estudos e pesquisa sobre infâncias e educação infantil. – Não será possível reproduzir o modelo da escola dentro de casa. O momento acaba perturbando e gerando ansiedade em todo mundo: professor, criança, pais e mães.
A busca pela melhor maneira das famílias lidarem com a cobrança pelos estudos em casa tem pautado debates na internet. No Grupo de Mães Donna no Facebook, as mulheres foram questionadas pela reportagem e também se posicionaram sobre o assunto defendendo as mais variadas formas de encarar a quarentena.
– Vejo os pais como responsáveis pela criança: alimentação, vestuário, locomoção e também educação. A escola, ao meu ver, é uma parceira, e visto que, neste momento, também está com dificuldades de cumprir sua parte, entendo que os pais podem suprir temporariamente essa função. Não sou professora, não sei ensinar, porém, tenho me esforçado para diminuir o prejuízo – opina Daniela Borba, mãe de um menino de seis anos de uma menina de dois.
Já Jeanine de Paula Pedroso, mãe de duas gurias de seis e 13 anos, afirma que dar aulas acabou em frustração:
– Tentei uma rotina, mas me estressei porque não tenho know how de uma professora que se preparou para isso, para alfabetizar uma criança. Me culpei, fiquei triste e resolvi relaxar para não estressar a pequena.
Na opinião da psicopedagoga Gilcéa Vargas Zanette, especialista em neuropsicologia escolar e diretora da Ninho Vivo Psicopedagogia, a palavra-chave é equilíbrio. É preciso desconstruir a ideia de ensino que se resume a criança sentada na mesa com lápis na mão e um caderno:
– Estando em aula ou não é sempre importante ter alguma rotina. Boa alimentação, horário de sono, estudo, lazer. Penso que tem que ter o momento de estudo, de preferência no horário que seria da aula, só que isso não precisa ser tão engessado. As crianças cansam. Não é cobrar o filho como se fosse professor. Dá para ser didático e lúdico, há muito material disponível na internet, sites e aplicativos. Usar de artifícios, receitas com a criança, tem que ajudar a ler, ver as quantidades, fazer biscoitos em formato de letras. Há várias atividades que fazem parte do ensino, mas não são formais.
O isolamento social também é momento de conexão familiar. É preciso mudar a perspectiva da perda do conteúdo de sala de aula para entender o que é possível ganhar com a convivência em casa, explica a psicóloga Andreia:
– O conteúdo escolar vamos ter ao longo da vida. O que estamos vivendo hoje é uma situação única. Podermos trabalhar solidariedade, respeito, cuidado com o outro. Conteúdos tão importantes neste momento, mais do que estar preocupado com esses conteúdos da escola. Obrigatoriamente será preciso recuperar. Não vamos sair iguais desse processo, precisamos estar preparados para lutos e perdas.
E a estabilidade emocional da família merece atenção redobrada de mães e pais na quarentena. É preciso calibrar as expectativas e não passar do ponto nas cobranças.
– Os adultos atuam como reguladores emocionais das crianças. Se estamos desequilibrados, ansiosos ou deprimidos, inevitavelmente esses sentimentos serão transmitidos para as crianças. É preciso agir como um filtro. Alguns comportamentos que, em outras situações, seriam considerados problema, são esperados diante do que estamos vivendo. A insegurança e o medo podem ser expressados através do choro constante, da irritabilidade, das alterações de apetite e sono – pontua a psicóloga Ivana Aquino Dias de Araújo. – O que é fundamental neste momento é acolher a criança com carinho, deixar que ela expresse seus sentimentos, validar tais sentimentos, conversar sobre tudo que está acontecendo.
Confira a seguir as dicas das especialistas para encontrar o equilíbrio quando o assunto são os estudos em casa no período da quarentena. Leia também, logo abaixo, os depoimentos de mulheres do Grupo de Mães Donna no Facebook sobre como estão encarando o desafio do ensino em casa durante o isolamento social.
Planeje-se
Combine com a criança a rotina para cada dia. Levar em consideração as preferências dos filhos é essencial, explica a psicopedagoga Gilcéa:
– Pode colocar a rotina em quadro, papel, onde quiser. E planeje tudo: horário de acordar, lazer, hora do banho, refeições etc. Deixe ela participar da organização do dia, isso traz mais responsabilidade e vontade de cumprir o combinado, incluindo as tarefas escolares.
De olho na alfabetização
Aprender a ler e a escrever pode se tornar um desafio ainda maior com a falta das aulas durante a quarentena. Mas, é possível seguir na alfabetização em casa, de forma lúdica e sem cobranças. Puxe da memória suas próprias brincadeiras da infância, indica Gilcéa:
– Trabalhar a oralidade, as palavras, remetendo às sílabas, aos fonemas. Vamos brincar de soletrar? Apresentar as letras, mostrar as palavras. Vamos brincar de ver o que tem na sala que começa com a letra S? Vamos brincar de caça ao tesouro com bilhetes para achar uma palavra? Brincar de supermercado, colocar o nome e o preço dos mantimentos, enfim, muitas opções. Lembre das suas brincadeiras antigas, língua do "P", fui ao supermercado e comprei uma banana e uma bolacha, e segue com a letra "B". Livros de caça-palavras, palavras-cruzadas, isso é muito legal na alfabetização.
Explore os recursos
Não esqueça de contar com os recursos disponíveis online. Há muitas opções de qualidade, aplicativos didáticos, sites interativos e uma infinidade de ideias quando a criatividade chega ao limite. Pode ser um ótimo auxílio, principalmente para as mães que não contam com as tarefas enviadas pela escola. A psicopedagoga Gilcéa indica atividades em apps como Afinando o Cérebro, Kinedu: Desenvolva seu Bebê, Rimas e Sons Iniciais, Lele Sílabas e Ler e Contar. Entre as plataformas educacionais, a especialista lembra da Maratona Edu, com atividades semanais como jogos e contação de histórias.
Mude o rumo
Você planejou uma brincadeira muito bacana com a criança, mas o pequeno estava desatento, ou não se interessou pela atividade proposta. Tudo bem, faz parte. Realinhe as expectativas e não se culpe.
– Os professores, muitas vezes, planejam as coisas e elas não saem como planejado. A criança pode mostrar interesse por algo diferente em meio à atividade, é preciso flexibilizar. Às vezes, em vez de dar dois passos para frente, é melhor um para trás. Ajustar, repensar. Não se exija a perfeição. Precisamos ser exemplos de resiliência para as crianças também –diz Gilcéa.
Além do óbvio
Fazer uma receita em família, ver um filme, discutir o enredo e por aí vai: ensino não se resume a exercícios no caderno. Mais uma dica: utilize os próprios interesses da criança para desenvolver as atividades.
– Sempre associo matemática com culinária. Porque não pensar que estou, sim, mobilizando o conteúdo matemático ao fazer uma receita com a criança. São atividades de lazer para a família que tem uma batida mais lúdica, para trazer a leveza que precisamos nesse momento, sem ter o caráter penoso – explica Andreia.
A preocupação não deve ser apenas recuperar o conteúdo que estaria sendo apresentado na escola, reforça Gilcéa:
– Os pais podem estar por dentro do conteúdo, do que as crianças estariam aprendendo naquele momento, do que precisam. E, de uma forma mais informal, trazer coisas lúdicas. Filmes, jogos, plantar. Não ser engessado, algo mais informal que traga a aprendizagem. Se o pai sabe o que está tendo na aula, pode tentar abordar os temas dessa forma, mas não recuperar conteúdos. É a escola que faz isso.
Faixas etárias
Em casa, é possível gerenciar o tempo com a criança. Se na escola ela fica quatro horas em sala de aula deve-se repetir a fórmula no lar? Talvez não seja a melhor opção.
– Não é produtivo ficar muitas horas em cima de algo, nossa capacidade não comporta isso. E a criança ainda mais. Por isso, existem os períodos de aula, cerca de 45 minutos. É importante ficar uma, duas horas no total do dia, mas não passar disso. E pode ser intercalado, com intervalos. O mais importante é qualidade, e não quantidade – explica Gilcéa.
A especialista também chama atenção para as diferenças conforme as faixas etárias:
– Quanto menor a criança, menos capacidade de tempo para fixar a atenção. Uma criança em fase de alfabetização, até uns 10 anos, poderia ficar uma hora, no máximo duas. Já os adolescentes, a partir dos 11 e 12 anos, pode-se ampliar um pouco a carga, ir para três horas, por aí. Mas sempre com a premissa que a quantidade não quer dizer nada, precisa de qualidade.
Não se cobre
Com o home office, é difícil ter tempo livre para gerir trabalho, estudo dos filhos, almoço, banho, lazer, tudo no mesmo ambiente. É preciso se reinventar, mas sem pressão. O dia foi tão corrido que só conseguiram assistir a um filme em família? Tudo bem. Não se cobre tanto, opina a psicóloga Andreia:
– Todos nós estamos em uma situação muito nova, de muito desafio. Mães também estão assoberbadas de trabalho, precisando se reinventar. Não podem se cobrar, precisam se autorizar a criar um bom ambiente, que não seja permanentemente de quartel-general. A gente precisa pensar no lazer, qual o momento da gente fazer brincadeiras, de não fazer nada. É a válvula de escape.
Mantenha o diálogo
É tempo de se conectar ainda mais com os filhos. Converse abertamente sobre o que está acontecendo, buscando uma linguagem adequada a cada idade, para criar um ambiente mais seguro e acolhedor.
– Fique junto. Aproveite o isolamento para criar uma conexão, cumplicidade dentro de casa. Treine a empatia com as crianças, tentem se colocar no lugar de outras pessoas. Uma dica é explicar como você se sente. Façam planos, planejem o futuro, para quando tudo isso terminar, quando finalmente for superado – indica Andreia.
Com a palavra, as mães
Confira abaixo os depoimentos de mulheres do Grupo de Mães Donna no Facebook
"Nós não temos problemas com esse assunto. Deixo minha filha mais "livre", desde que faça as tarefas encaminhadas. A escola manda tarefas e exercícios, além de reuniões, tanto em grupos quanto individuais, com a tutora e os mestres. Na escola da minha filha, já existe uma autonomia, em que ensinam as crianças a procurar, entender e compreender o que está estudando e não só a decorar. Os momentos das tarefas são pós-reuniões e não defino tempo nem horário. Ela sabe o que tem que fazer e para quando."
Ingrid Messias Lexau, 41 anos, empresária de Porto Alegre. Mãe de Gisele, 13 anos
"Tenho dois filhos, e a escola da menor mandou algumas brincadeiras e sugestões. A do mais velho manda na sexta-feira para a semana toda. A escola de idiomas manteve duas aulas onlines que eu tenho amado. Aqui não somos rigorosos, mas fazemos todos os dias atividades da escola e algumas extras que auxiliam. No grupo do mais velho, há muita discussão sobre isso. A grande maioria "reclamando" do fato de ser ano de alfabetização. Vejo os pais como responsáveis pela criança: alimentação, vestuário, locomoção e também educação. A escola, ao meu ver, é uma parceira e visto que, nesse momento, também está com dificuldades de cumprir sua parte, entendo que os pais podem suprir temporariamente, sim, essa função. Não sou professora, não sei ensinar, porém, tenho me esforçado para diminuir o prejuízo. Trabalho de casa e, lógico, diminui muito a produtividade. Porém, entendo que neste momento posso focar nos filhos sem prejuízo financeiro (que sei que preocupa muitos). Outra coisa importante: ócio e tédio fazem parte do aprendizado deles, então permito momentos assim também."
Daniela Borba, 34 anos, empreendedora da Jeunesse, de Porto Alegre. Mãe de Miguel, seis anos, e Isadora, dois anos
"A escola da minha filha tem exercícios pelo portal e também foi feito um grupo de WhatsApp em que os professores mandam tarefas e vídeos, além de outras tarefas que são enviadas por e-mail. Todos os dias tem aula às 8h, por vídeo, que tem duração média de 2h30min. As atividades têm prazo para ser enviadas. A rotina de estudos é flexível em relação aos horários de fazer os temas, mas é diária. Ela está no oitavo ano do Fundamental."
Mari Oliveira, de 47 anos, advogada, de Porto Alegre. Mãe de Gabriela Duarte, 13
"A escola está encaminhando atividades diariamente. Como regra, meus filhos fazem no turno da tarde. Apesar da escola da maior ser pela manhã, não achamos necessário acordar tão cedo. Tentamos manter uma certa rotina, mas não tão rígida quanto à normal. Estamos em um período excepcional, as crianças não saem de casa há 17 dias. É necessário viver um dia de cada vez. Trabalhar as frustrações momentâneas e rediscutir a rotina quando necessário. Estamos todos nos esforçando para manter um ambiente equilibrado e agradável. Meu marido em home office, e eu , em hospital."
Renata Zardin Flores, 37 anos, auxiliar administrativa, de Porto Alegre. Mãe de Morgana, 12 anos, e João Pedro, sete anos
"Minhas filhas estão na escola pública, não há como ter ensino EAD porque as realidades das famílias são muito diferentes. A pequena, de seis anos, estava na primeira semana de aula, primeiro ano. A professora entregou livros de matemática e português. Baixei muita coisa da internet e estou tentando estimular a alfabetização. A maior, de 12 anos, está no oitavo ano e recebeu poucas atividades. Tentei uma rotina, mas eu me estressei porque não tenho know how de uma professora que se preparou para isso. Me culpei, fiquei triste e resolvi relaxar para não estressar a pequena. A maior está tranquila, mas tenho que puxar mais. Agora, estudamos três vezes por semana, algumas horas de manhã. Tentando uma ajudar a outra. "
Jeanine de Paula Pedroso, 48 anos, empresária, de São Leopoldo. Mãe de duas gurias de seis e 13 anos.
"Eis a dúvida que não quer calar. Sou psicóloga e neuropsicopedagoga, o que não faz a menor diferença no manejo das crianças. Tenho gêmeos e já tivemos rotina rígida quando eram menores. Hoje eles têm oito anos, estão no terceiro ano do Ensino Fundamental. A escola mandou algumas atividades que, de forma fluida, levou uma semana para serem executadas. A regra básica aqui é obrigatoriedade de, em algum momento do dia, tocarem violão e brincarem no pátio de casa. Confesso que gostaria que a escola enviasse atividades, pois seguimos trabalhando, meu marido e eu. Homeschooling é lindo, mas para ser bem-feito precisa muito de didática, pedagogia e tempo. Não é para qualquer pai ou mãe.
Letícia Pedroso, 40 anos, psicóloga, de Glorinha filhos gêmeos de oito anos.
"Rafa tem seis anos, entrou no primeiro ano e estou dando esse ano como perdido. A escola mandou nesta semana algumas tarefas que vou ver como aplicar a partir da semana que vem. Nunca tive a menor vocação para dar aula, muito menos para criança pequena em fase de alfabetização. Uma coisa é educar para vida, outra, muito diferente, é transmitir conteúdo escolar, que tem toda uma didática específica. Fora isso, estou de home office e sou mãe solo e, sinceramente, estou trabalhando muito mais que o normal. Então é provável que eu vá cobrar bem de leve. Sempre fui contra homeschooling, por princípio: o ambiente da escola é muito mais que transmissão de conteúdo, é também um ensaio de autonomia e de viver e conviver em sociedade. Mas lógico que estamos num momento muito específico em que nem teria como ser diferente. Vamos ver como vai ser."
Clarissa Barreto, 40 anos, publicitária, Porto Alegre, Rafael, seis anos
"Tenho uma filha de quase oito anos, que está no segundo ano. O colégio dela está enviando atividades semanalmente e também aprendendo. Nas primeiras duas semanas enviaram atividades por e-mail. E a partir dessa, por plataforma. Estamos tentando fazer tudo, mas sem uma rotina muito rígida. Tem dias que rende e ficamos em torno de duas horas fazendo. Em outros, em meia hora ela já perde o foco e o interesse. Minha meta é manter a harmonia do lar. Mas isso não quer dizer que cada um só faz o que quer. Estamos aproveitando para ensinar a ela quem somos, como somos, como reagimos nas adversidades, como lidamos com nossos medos e frustrações. Como podemos nos redescobrir e aprender a fazer coisas que antes não fazíamos por falta de tempo. Brincamos juntos todos os dias. Jogamos os jogos dela e ensinamos outros. Temos horário de leitura, de exercícios físicos, de alongamento, de rezar juntos, de conversar e de assistir a filmes, séries ou desenhos. Estamos aproveitando um tempo que nunca antes tínhamos tido. Ela foi para escolinha aos sete meses, praticamente sempre em turno integral. Por vezes, pensava que ela poderia nem se parecer com a gente.... Agora estamos vivendo como família, com amor, respeito e esperançosos."
Jaqueline Antunes Palma Camara, 40 anos, professora de Educação Física, de Porto Alegre. Mãe de uma menina de sete anos
"Tenho uma filha de oito anos que está no terceiro ano em escola particular. Na primeira semana, busquei atividades na internet para ela fazer. A partir da semana seguinte a escola passou a enviar na segunda-feira para a semana toda. Não temos horário certo para fazer as atividades\; fazemos ao longo do dia quando é possível, ou eu ou meu marido ajudamos ela. O momento de restrição social já é bem difícil, então, não somos rígidos com horários. E tem que ter tempo também para brincar, para ver filme, desenho, jogar e até pra não fazer nada. Sinto falta de aulas online ou videoaulas, pois por mais boa vontade que os pais tenham para ensinar, pelo menos nós aqui não temos formação na área da educação. Espero que em maio se possa voltar à rotina normal de aulas nas escolas, tomando todos os cuidados necessários."
Silvana Guedes, 42 anos, advogada, de Porto Alegre. Mãe da Gabriela, de oito anos.
"Estou tentando manter a rotina escolar. Como a escola manda atividades todos os dias, temos hora e local para começar, mas não existe uma rigidez. Caso não se faça tudo em um dia, fica para o próximo. Como eu também estou trabalhando remotamente, minha filha entendeu que não são férias e se concentra na hora de estudar. O lado bacana desta história: acompanhar a evolução mais de perto."
Andrea Rodrigues, 42 anos, Quality Assurance, de Porto Alegre. Mãe de uma menina de seis anos
"Criei uma rotina diferente, com momentos para estudos. Trabalho em casa e meu marido também, então tivemos que ajustar uma rotina que diminuísse o estresse, mas deixando claro que tudo é para o melhor. Tive dificuldades de adaptação, principalmente com o pequeno, mas criei um quadro de rotina que ele amou e consulta o tempo todo para se sentir "cumpridor das atividades". Essas tabelas também trouxeram um certo alívio pra mim, que no início não estava sendo produtiva no trabalho e me sentindo ineficaz com a aprendizagem e cumprimento das atividades de ambos."
Daiane do Amaral Costa Coradi, 38 anos, Designer Digital, de Canoas. Mãe de Maria Luiza, nove anos, e João Pedro, quatro anos