Quem tem um bebê pequeno em casa sabe que nem sempre o colo da mãe é suficiente para acalmá-lo. Aí vem à tona um assunto que divide opiniões: usar ou não a chupeta. Pensando nisso, conversamos com a odontopediatra Deisi Damin, que esclarece os benefícios e riscos deste hábito, e dá dicas de como os pais podem agir para desestimular o hábito do bico.
A profissional lembra que a criança nasce com necessidade de sucção: ao nascer, já irá procurar o seio da mãe. Essa necessidade não é apenas de sobrevivência, mas de saciedade também. Por isso, quando há a oferta do bico ao bebê recém-nascido, ele pode aderir ao novo hábito ou não. A carência de sucção é algo individual.
O uso da chupeta não é tão condenável assim, mas deve ser decidido de forma racional a partir da intensidade, do tempo e da frequência de sucção, ou seja, não é necessário que a criança fique com o bico pendurado no pescoço o tempo inteiro, por meio do uso de paninho segurando a haste do bico, ou que use durante outras atividades.
O uso de bico em excesso pode gerar reflexos na respiração, na fala, na posição dos dentes e na musculatura facial como um todo. Deisi diz que a recomendação é que este hábito seja cessado até os dois anos de idade. Após este período, estudos comprovam que se há algum dano instalado, a correção natural da mordida se torna mais dificil, acarretando em uma necessidade futura do uso de aparelho para correção.
Mais dicas da Vanessa:
Mas então, o que fazer quando a criança não quer perder o hábito de usar a chupeta? A odontopediatra ressalta que o primeiro passo é desestimular o uso, ter muita paciência e muita criatividade. Eis as dicas:
– Não deixar o bico disponível e à vista da criança.
– Durante atividades como ver TV, festas e ao falar não permitir o uso.
– Use apenas para as reais necessidades como sono, irritação ou quando seu filho estiver doente
– Diminua o número de bicos disponívels (se possível mantenha apenas UM)
– Explique à criança que ela cresceu e que o bico não cabe mais na boca ou que não vendem mais para a idade dela, reforçando a ideia de maturidade (crianças querem ser mais velhas). Para isso podem ser feitos furinhos no bico gradualmente para que ela entenda que cresceu. Caso ela entenda, pode ser combinado um quadro de estrelas a cada dia sem usar e no final de cinco estrelas ganha um passeio.
– Estimule a criança que dê ao Coelho da Páscoa, a Fada das Chupetas, ao Papai Noel, a alguém que seja importante para a criança e ganhar um prêmio pela coragem e maturidade.
– Invista na mudança de rotina: a mudança do berço para a cama ou ouvir música e contar histórias antes de dormir, explicando que o bico não pode fazer mais parte da nova rotina de criança grande.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.