A licença-maternidade ainda pode estar longe do término e as mamães já estão preocupadas com quem deixar a criança quando retornarem ao trabalho. Deixar com algum familiar (como a avó ou as tias, por exemplo), colocar no berçário da escolinha ou contratar uma babá são as opções mais comuns. E aí vem o dilema: qual a melhor escolha?
Para ajudar as mães com essa questão, consultamos profissionais para elaborar os prós e contras de cada situação. Vale lembrar que não existe resposta certa ou errada: cada família pode se organizar da forma que mais se adapte à sua realidade. O melhor de tudo: essa decisão não precisa ser definitiva. Não deu certo? Dá para tentar outro formato.
COM UM FAMILIAR
Prós
Sem dúvida, poder deixar a criança com alguém da família é muito tranquilizador. Além de não precisar tirar o bebê de casa nos primeiros meses, a pessoa escolhida cuidará dele com todo carinho e cuidado que seria dado pelos pais.
Contras
Em alguns casos, a pessoa que ficará com a criança poderá tentar educá-la da sua maneira, causando um desconforto entre o familiar e os pais, que poderão se sentir com pouca liberdade em chamar a atenção. Se for o caso da avó, é possível que ela mime mais o neto, liberando coisas que os pais não aprovariam ainda, como doces, por exemplo. Afinal, quem nunca ouviu falar que na casa da vovó "pode tudo"?
Para a psicóloga e psicopedagoga Aidê Knijnik Wainberg, a escolha de deixar com algum familiar deve ser bem pensada. Avaliar se a pessoa em questão, a avó principalmente, tem condições físicas e emocionais para cuidar de uma criança pequena.
– No momento em que se decide que a criança vai ficar com a avó é iniciado um código de ética entre avós, filhos e netos. E a partir daí, a avó é quem comanda. Dizer o que ela deve ou não deve fazer ou que está fazendo da forma errada, tirará a autoridade da avo sobre a criança – explica Aidê.
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COM A BABÁ
Prós
Ter ajuda de uma profissional para cuidar do bebê traz o conforto de poder manter o bebê em casa, especialmente para as mães que contam só com quatro meses de licença-maternidade. É uma alternativa também para se ter um suporte quando a mãe precisa viajar ou ficar até mais tarde no trabalho.
Bia Caleffi Miranda, acadêmica de pedagogia e ex-professora de educação infantil, aponta:
– A decisão de contratar uma babá para cuidar do seu filho no retorno ao trabalho não é tão simples, vai além do apenas sim. Encontrar alguém de confiança, acertar um valor, enfim, são vários pontos a serem pensados. Mas ainda sim ter essa profissional em casa traz diversos benefícios como a relação de confiança do bebê com a babá já que será atendido sempre pela mesma pessoa. Em uma escolinha poderá haver grande rotatividade de professores e auxiliares. Esse cuidado exclusivo provavelmente resultará na diminuição do número de doenças, mordidas, tombos e machucados que a criança estaria sujeita em uma escola– completa Bia.
Contras
Além da questão de que uma babá pode tirar um pouco a privacidade da casa, o principal deles é conseguir encontrar alguém de confiança que tome conta do seu bem mais precioso. Na hora da contratação escolha um profissional capacitado, conhecido e com boas referências.
Para a psicóloga Aidê Knijnik, diferente do que no tratamento com a avó, com a babá os pais podem sim criar suas regras (de alimentação, horários de dormir, etc) e passar pra a profissional. O que se deve avaliar nesses casos é a reação da criança ao ver a babá. Ela brinca, ri e vai prontamente para o colo da babá? Perfeito! Mas se ela chora ou se mostra desconfortável com a presença da profissional, é um alerta que alguma coisa não vai bem. Dar uma incerta durante o dia em casa durante a tarde ou dar um "pulinho" em casa na hora do almoço sem avisar pode ajudar a avaliar o trabalho da profissional.
NA ESCOLA
Prós
Favorece o desenvolvimento da criança, pois conta com profissionais de diversas áreas para dar suporte com um olhar mais pedagógico às crianças em cada faixa etária. Outro ponto é que a estrutura do local é adapatada para receber essas crianças.
– Sem dúvida na escola a criança tem mais ganho em seu desenvolvimento do que se ficasse em casa apenas com um parente ou profissional pois contarão com uma equipe qualificada e constantemente supervisionada. Além, de permitir uma maior socialização da criança já que estará em constante contato com outros bebês – explica a psicóloga Solange Lompa Truda.
Contras
Pelo fato de estarem convivendo com outras crianças, é possível que a criança fique mais exposta a doenças como gripes, resfriados e viroses.
– Também deve-se avaliar se a estrutura da escola está dentro do que você espera da educação do seu filho. E aqui não falamos só de estrutura física do local, mas as condições gerais, além, é claro, do método pedagógico ter que se encaixar com que a família busca. Não escolha a escola apenas "porque é perto de casa" – completa Aidê.
Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.