A modelo e atriz Cara Delevingne, 30 anos, se abriu a respeito do seu vício em drogas. Em entrevista à Vogue, ela afirmou estar há quatro meses sóbria e pronta para recomeçar. Conforme a artista, as fotos que foram divulgadas e viralizaram em setembro do ano passado, em que aparece descalça e desnorteada, a ajudaram a lidar com o problema.
— É de partir o coração, porque pensei que estava me divertindo, mas em algum momento pensei: "Ok, não pareço bem". Às vezes, você precisa de um choque de realidade, então, de certa forma, essas fotos eram algo para se agradecer — explicou.
Cara ressaltou ter lutado contra a depressão em vários momentos de sua vida, apontando que a situação se agravou em 2020, com o isolamento em razão da pandemia da covid-19. Ela comentou que se sentia sozinha, em crise existencial.
— Todo o meu senso de pertencimento, minha validação, minha identidade, tudo estava tão envolvido no trabalho. E quando isso acabou, senti que não tinha propósito. Eu simplesmente não valia nada sem trabalho, e isso era assustador. Em vez de dedicar um tempo para realmente aprender ou fazer algo novo, fiquei muito envolvida nesse sofrimento, lamentando e festejando. Foi uma época muito triste — declarou.
Cara relembrou situações em que se colocava em risco quando fazia uso de drogas.
— Há um elemento de me sentir invencível quando estou drogada. Me colocava em perigo nesses momentos, porque não me importava com a minha vida. Escalava qualquer coisa e pulava… Parecia selvagem — revelou a artista.
Depois do episódio das fotos, amigos e familiares de Cara fizeram uma intervenção. Ela foi internada em uma clínica de reabilitação no fim do ano passado.
— A partir de setembro, eu só precisava de apoio. Precisava começar a estender a mão. E meus velhos amigos, que conheço desde os 13 anos, todos eles vieram e começamos a chorar. Olharam para mim e disseram: "Você merece uma chance de ter alegria" — contou.
Sobre o processo de sobriedade, ela explicou estar fazendo um tratamento longo, que chama de "Conexão em 12 passos". O processo, segundo descreveu, tem seus altos e baixos. Mesmo assim, Cara garantiu que está disposta a continuar:
— Eu meio que afastei todo mundo, o que me fez perceber o quanto estava em uma situação ruim. Sempre pensei que o trabalho precisa ser feito quando os tempos são ruins, mas, na verdade, precisa ser feito quando são bons. De forma consistente. Nunca será consertado ou totalmente curado, mas estou bem com isso, e essa é a diferença.