Um dos vereditos mais aguardados dos últimos tempos foi divulgado nesta quarta-feira (1°). Após 47 dias de julgamento, chegou a um desfecho o processo de difamação envolvendo os atores Johnny Depp e Amber Heard nos Estados Unidos. Ambos foram condenados: o júri chegou ao resultado por unanimidade e considerou que a atriz deve pagar US$ 15 milhões ao ex-marido, mas, posteriormente, a juíza corrigiu o valor para US$ 10,35 milhões, em razão de limites legais do estado da Virgínia. Já Depp deve pagar US$ 2 milhões à ex-esposa.
Mesmo com a mútua condenação, a sentença foi desfavorável a ela, uma vez que o júri concordou com os três pontos que o ator considerava difamatórios. Já entre as três declarações do advogado de Depp, Adam Waldman (alvo das acusações de Amber), apenas uma foi considerada difamatória. As informações foram publicadas pelo portal g1 nesta terça-feira (1º).
O júri condenou a atriz por trechos do artigo publicado em 2018 no jornal The Washington Post, em que ela disse ser "uma figura pública representando o abuso", sem citar o nome de Depp. Segundo a decisão, ela teria agido com "malícia", sabendo que as declarações eram falsas. Por isso, duas declarações em que o advogado do ator afirmava que Amber estava mentindo não foram consideradas difamatórias.
A única vitória de Amber diz respeito a uma fala do advogado que acusava a atriz de ter criado uma emboscada para incriminar o ex-marido durante uma briga em 2016.
Confira as declarações:
- Falas de Amber Heard que Johnny Depp considerava difamatórias:
"Eu me manifestei contra a violência sexual – e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar" (Era a manchete do artigo) - O júri considerou difamação.
"Então, dois anos atrás, tornei-me uma figura pública representando abuso doméstico e senti toda a força da ira de nossa cultura pelas mulheres que se manifestam" - O júri considerou difamação.
"Tive a rara vantagem de ver, em tempo real, como as instituições protegem homens acusados" - O júri considerou difamação
- Declarações do advogado de Johnny Depp que Amber Heard considerava difamatórias:
"Amber Heard e seus amigos na mídia usam alegações falsas de violência sexual como espada e escudo, dependendo de suas necessidades. Eles selecionaram alguns de seus ‘fatos’ de fraude de violência sexual como a espada, infligindo-os ao público e ao Sr. Depp" ( em 8 de abril de 2020) - O júri não considerou difamação.
"Chegamos ao início do fim da farsa de abuso da Sra. Heard contra Johnny Depp" (em 27 de abril de 2020) - O júri não considerou difamação.
"Simplesmente isso foi uma emboscada, uma farsa. Eles armaram o Sr. Depp chamando a polícia, mas a primeira tentativa não funcionou. Os policiais chegaram às coberturas, revistados e interrogados minuciosamente, e saíram depois de não verem nenhum dano ao rosto ou à propriedade. Então, Amber e suas amigas derramaram um pouco de vinho e desarrumaram o lugar, colocaram suas histórias diretamente sob a direção de um advogado e publicitário e, em seguida, fizeram uma segunda ligação para o 911" (em 27 de abril de 2020. A declaração se referia a uma suposta briga entre os atores em maio de 2016) - O júri considerou difamação.