Há um ano, o ator Malvino Salvador realizou um transplante capilar. Hoje, é sócio de uma estética especializada no procedimento. Em entrevista à revista GQ Brasil publicada nesta quarta-feira (16), ele contou que, desde então, busca normalizar a conversa sobre calvície e autoestima masculina.
— O maior impacto na minha visão foi empoderar os homens: "Se o Malvino fez eu também posso fazer". Essa percepção foi muito clara quando eu fiz e comecei a postar. De imediato muitos amigos meus me procuraram para saber tudo: "Dói muito? Como foi? Te sacanearam?" — disse ele, que garante ter convencido pelo menos quatro amigos a realizar o procedimento. — Depois que eu postei, aquelas pessoas que queriam fazer e sentiam receio e vergonha, perderam.
Malvino afirma ter demorado cerca de oito anos para se sentir confiante o suficiente para encarar o procedimento.
— Antigamente, o procedimento era uma técnica muito invasiva. Hoje em dia, a gente chama de microcirurgia, pouco invasiva e mais segura. Quando eu descobri que existia essa evolução tecnológica, comecei a pesquisar — contou ele, que agora é sócio em uma empresa especializada em transplante capilar.
De acordo com o artista, a calvície começou a fazer parte da sua vida ainda cedo.
— Foi por volta dos 20 que eu percebi as minhas entradas. Eu achava que elas cresceriam, mas estabilizaram quando eu tinha 25. Dessa idade até os 38, a calvíce se manteve, mas a partir de então foi aumentando. Nos últimos três anos começou a me incomodar — relatou.
Para ele, o cabelo é uma forma de reforçar a autoestima de todos, sejam homens ou mulheres.
— Eu acho que tem uma questão em relação a própria masculinidade e é bobagem (...) Exstem muitos homens com vergonha de admitirem que desejam se sentirem melhor consigo mesmos. O cabelo traz autoestima para as pessoas, tanto para o homem como para mulher. Mas isso tem sido quebrado, a sociedade está transformação — refletiu.
Malvino explica ainda por que fez questão de mostrar o processo pós-transplante capilar nas redes sociais.
— Antigamente a pessoa fazia e se escondia, colocava um boné, sumia. Era uma coisa que não podia falar para ninguém. Hoje não, a pessoa faz e a recuperação é super rápida e até mesmo por isso eu quis mostrar.
Por fim, lembrou que não são só os homens que sofrem com a condição.
— Não são apenas os homens que são beneficiados por esses tratamentos. As mulheres também passam por isso e é bem pior para elas, querendo ou não a sociedade aceita melhor quando é um homem calvo.