Gloria Perez usou as redes sociais nesta terça-feira (28) para homenagear a filha Daniella Perez, assassinada há 29 anos pelo ator Guilherme de Pádua, que à época vivia seu par romântico na novela De Corpo e Alma.
"O tempo não ameniza nada. Nem a dor, nem a revolta pela impunidade dos assassinos. Sim, psicopatas não são figuras da ficção, eles estão entre nós. E ganância mata", escreveu na legenda de uma montagem com diferentes fotos da filha.
Os atores Ary Fontoura, Isis Valverde, Monica Martelli e Solange Couto deixaram mensagens de apoio a Gloria nos comentários da publicação. Ex-colegas de Daniella também se manifestaram. "Saudades sempre. Receba meu beijo mais carinhoso", escreveu a atriz Silvia Buarque. Já a artista Claudia Mauro comentou: "Saudades infinitas".
A atriz Cristiana Oliveira, protagonista da novela De Corpo e Alma, também prestou homenagem à ex-colega com uma foto em seu Instagram.
"Menina, minha irmãzinha. Até hoje não entendo, nem nunca vou entender porque tiraram você de nós. Tão estranho, tão louco, tão surreal. Minha amiga linda, minha confidente, linda na sua doçura, na sua solidariedade, colega incrível! Quantos momentos, eu, na minha primeira novela na TV Globo, morrendo de medo, insegura, e você ali, me incentivando, contestando quando alguém falava que eu era inexperiente e não deveria estar ali… Dani, tenho saudades demais de você, sempre vou sentir. Apenas Gloria Perez, Fabio Assunção e eu sabemos o que foi aquele momento. Gloria, amo você. Estarei sempre contigo. Vinte e nove anos hoje. Amo você, Daniella. Sempre e pra sempre", publicou Cristiana.
O crime
O assassinato de Daniella Perez ocorreu em 28 de dezembro de 1992. Na tarde deste dia, Guilherme de Pádua seguiu a atriz na saída do estúdio onde gravavam a novela. Quando Daniella parou em um posto de gasolina para abastecer, Guilherme e sua então esposa, Paula Thomaz, que estava escondida no banco de trás do carro, armaram uma emboscada. Guilherme deu um soco em Daniella, que caiu desacordada. A vítima foi colocada no banco de trás do veículo e levada até um terreno baldio na Barra da Tijuca. Lá, o casal apunhalou 18 vezes a artista com uma tesoura.
Um advogado que passava pelo local do crime estranhou as ver dois veículos parados. Ele anotou as placas e ligou para a polícia. Quando as autoridades chegaram, encontraram o corpo da vítima. Em pouco tempo, descobriram que o outro veículo pertencia a Guilherme, que chegou a adulterar uma letra da placa do automóvel.
O ator foi encaminhado à delegacia no dia 29 de dezembro. Inicialmente, Guilherme negou o crime. No entanto, com a apresentação das provas e o andamento do processo, acabou confessando. Algum tempo depois, a polícia descobriu o envolvimento de Paula. No dia 31 de dezembro de 1992, as autoridades decretaram a prisão do então casal.
Apesar da pressão da mídia e dos familiares da vítima, o julgamento só ocorreu cinco anos depois, com a condenação dos assassinos por homicídio qualificado por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima. Segundo o depoimento de Guilherme, ele cometeu o crime por achar que seu papel na novela estava perdendo importância e a atriz estaria roubando seu espaço na trama.
Guilherme acabou sendo condenado a 19 anos de prisão e Paula, a 18 anos e seis meses. Em maio de 1983, Paula deu à luz o filho do casal, enquanto estava na prisão. Pouco tempo depois, Guilherme e Paula se separaram.
Com o cumprimento de sete anos de prisão, os dois foram soltos e colocados em liberdade condicional. A decisão revoltou familiares da vítima.
"Foram sete anos num segundo. A vida da minha filha vale só isso? Os sete anos de mordomia que Guilherme de Pádua passou dentro da cadeia?", disse a escritora na época.
Após a morte de Daniella, o crime de homicídio qualificado, praticado por motivo torpe ou fútil, ou cometido com crueldade, foi incluído na Lei dos Crimes Hediondos, com mais de um milhão de assinaturas. Também foi decidido que para este tipo de delito não é mais possível pagar fiança e é necessário mais tempo para a progressão do crime.