A atriz Karol Lannes, que deu vida à personagem Ágata em Avenida Brasil (2012), é adepta do movimento body positive, que prega a aceitação dos mais diferentes tipos de corpos. Além de ser uma referência no assunto nas redes sociais, ela também falou sobre o tema em entrevista à revista Quem, publicada nesta quinta-feira (2). Apesar de se considerar segura em relação ao próprio corpo, a artista de 21 anos admite que não é todo dia que se sente bem.
— Tem dias em que estou "de mal" (com o corpo) e dias que estou melhor. Tem TPM, menstruação... Na minha opinião, estar segura é saber que quem mora dentro desse corpo não muda, independentemente se ele está mais gordo, mais magro, mais azul, mais bege, mais vinho. É aceitar que essa pessoa não depende de um corpo para ser boa e ter uma vida feliz. E sempre cuidar da minha saúde — explicou.
Karol acumula mais de 306 mil seguidores em seu perfil do Instagram, no qual busca inspirar mulheres através da positividade corporal.
— Muitas pessoas acreditam que a gente prega que você seja gordo ou que tenha estrias ou que não faça exercício físico. Pelo contrário! A positividade corporal e o corpo livre pregam que a pessoa se aceite, independentemente de ser gorda, magra, alta, baixa, negra, branca, com seio, sem seio, sem uma perna. Nesse movimento, claro, tenho o meu lugar de fala como pessoa gorda. E outra: posso estar gorda hoje e amanhã posso estar mais magra. Vou continuar pregando que temos que nos amar do jeito que somos, com estrias, celulites. É sobre o corpo em geral e isso é muito importante para mim — disse.
Para ela, sua vida "deu uma virada" para melhor quando aprendeu a se amar.
— E também quando parei de aceitar menos do que eu mereço. E tento passar isso para meus seguidores, porque acho que, se eu quiser trabalhar com internet, tenho que trabalhar com propósito e o meu é esse: tornar o meu processo uma inspiração para algumas mulheres. Dividir as nossas dores nos torna mais fortes também — afirmou.
Na conversa, a atriz ainda lamentou o diferente modo que os corpos magros e gordos são tratados nas redes sociais.
— Quando uma menina magra posta uma foto de biquíni na rede social é só mais uma foto de biquíni. Mas quando a pessoa que não é magra e não é padrão posta uma foto de biquíni, é como se falassem: "Nossa, ela está mostrando". Não, gente, é só uma imagem de biquíni — ressaltou. — Acho que o que incomoda talvez é a minha falta de preocupação com o julgamento alheio. Temos que parar de tratar o corpo como um "tabuzão". Corpo é corpo. Não devia ser tão assim: "Ai, uma gorda postando foto. Uma magra postando foto". Não, gente! É uma pessoa postando foto, algo normal. Isso tem que ser normalizado. Me irrita muito essa falta de normalização, o fato de colocarem o corpo num pedestal
Por fim, Karol explicou que até os elogios de algumas pessoas podem soar ofensivos.
— Muita gente fala: "Que coragem, queria ter sua autoestima". E, muitas vezes, isso é pesado. O corpo tinha que ser normalizado. É só uma pessoa postando foto. Por que não falam: "Que pessoa bonita, que sorriso legal, que roupa bonita?". Por que não fazem um comentário mais normal? Mas acredito que isso vai ser conquistado — concluiu.