Em entrevista para a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira (29), a atriz Alessandra Negrini contou que sua relação com o público mudou por conta das redes sociais. Só em seu perfil do Instagram, ela acumula 1,5 milhões de seguidores.
— Fui descobrindo aos poucos. No começo, tinha vergonha de ficar postando, fazendo cara de linda, me enaltecendo. Tinha muita vergonha. Dizia: "Meu Deus, que coisa ridícula. Como posso fazer isso?". Aí eu fui me acostumando, vendo que o jogo é este e que eu tinha que fazer parte dele. Descobri um lado que acho legal, que não é só ficar postando foto de linda, mas também brincar. É importante para as pessoas me conhecerem e terem acesso. E elas gostam. Comecei a encarar aquilo como algo legal, não só de vaidade, mas de comunicação — disse.
— Só que até hoje às vezes vou postar uma foto e fico num dilema: "Será que posto isso? Que vergonha. Com a situação terrível que estamos vivendo, vou fazer uma cara aqui tomando sol, de linda?". Fico constrangida, confesso. Não é tão simples para mim, mas hoje me divirto mais. Vejo que as pessoas gostam, algumas me agradecem e dizem que meu Instagram dá esperança. Então, penso: "Opa, serve para alguma coisa" — acrescentou.
As fotos postadas por ela, inclusive, costumam ter grande alcance na redes sociais. Além de ganhar destaque por seus últimos trabalhos, como a série Cidade Invisível e o espetáculo online A Árvore, a artista, que tem 50 anos, chama a atenção dos internautas por conta de sua aparência. Ao longo de sua carreira, muito se usou o termo "símbolo sexual" para se referir a ela - uma abordagem criticada pela artista na conversa.
— Não é algo que eu reforce nas redes. Vejo outras pessoas que fazem isso muito mais. As pessoas gostam de mim pela minha... Não sei dizer. Acho que é além disso, mais uma coisa no olhar. Pelo menos eu quero acreditar, acho que é mais profundo do que isso, do que essa superficialidade. Ainda bem que não existe mais esse negócio de símbolo sexual, isso é totalmente ridículo. Estamos em tempos melhores. As pessoas gostam de mim pelo que sou. Eu sou um conjunto de coisas, sou várias coisas, não só isso. E eu nem sou assim. Tem atrizes muito mais bonitas. Eu sou eu — refletiu.
Alessandra, que é mãe do ator Antonio Benício, de 24 anos, fruto do seu relacionamento com Murilo Benício, e de Betina, de 16, com o cantor Otto, costuma ser discreta em relação aos filhos. Ainda à publicação, explicou que sempre procurou protegê-los da exposição.
— Nenhum deles gostava de aparecer. O Antonio agora expõe o que ele quer expor enquanto adulto. Enquanto crianças e adolescentes, eles sempre foram muito preservados. Nunca gostaram de ficar aparecendo, e eu respeito e entendo — afirmou ela, que ainda relatou ter deixado o Rio de Janeiro para ter mais privacidade. — Quando tinha muito paparazzi, eu já não aguentava mais. Em São Paulo era bem mais tranquilo. Então, quando me mudei, a coisa acalmou. Mas isso também é algo do passado. Agora tudo mudou. Depois das redes, você é que dá o tom da sua privacidade e diz até que ponto quer ir. Antigamente, o assédio era maior mesmo, e São Paulo foi uma saída para mim.