Em um editorial publicado pela revista Time e assinado por Angelina Jolie, a atriz aproveitou o espaço para alertar sobre o perigo do abuso infantil durante período de distanciamento social, medida de prevenção à pandemia de coronavírus.
"Elas (crianças) podem não ser tão suscetíveis ao vírus quanto outros grupos, mas são especialmente vulneráveis a muitos dos impactos secundários da pandemia na sociedade", escreveu.
No texto, Angelina lembrou que o distanciamento tem um grande impacto na vida das vítimas, que ficam afastadas de sua rede de apoio.
"Chega o momento em que as crianças são privadas das próprias redes de apoio que as ajudam a lidar: de seus amigos e professores de confiança às atividades após a escola e visitas à casa de um parente amado que oferece uma fuga de seu ambiente abusivo", disse. "Para muitos estudantes, as escolas são uma fonte de oportunidades e um escudo, oferecendo proteção — ou pelo menos uma suspensão temporária — da violência, exploração e outras circunstâncias difíceis, incluindo exploração sexual, casamento forçado e trabalho infantil", continuou a atriz.
Em seguida, Angelina alertou para o fato de não ter outros adultos que poderiam perceber a violência sofrida pela criança em função do distanciamento.
“Bloqueio social também significa menos olhos adultos em sua situação. Em casos de abuso infantil, os serviços de proteção infantil são mais frequentemente chamados por terceiros, como professores, orientadores, coordenadores de programas após a escola e treinadores", lembrou.
Para finalizar, a atriz clamou por um esforço coletivo para proteger as crianças de situações de abuso e reforçou a importância de apoiar abrigos e instituições que atendem vítimas de violência doméstica.
"Costuma-se dizer que é preciso uma vila para criar um filho. Será necessário um esforço de todo o país para oferecer às crianças a proteção e os cuidados que merecem", concluiu.
No fim de março, Angelina doou US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) à instituição No Kids Hungry, que entrega refeições em casa para crianças carentes que ficam sem o almoço e a merenda escolar por conta das escolas fechadas.