Camila Maccari, Especial
Titi Müller já se acostumou a ser parada na rua por alguém que quer agradecer por ela ter feito diferença na sua vida. Como o fã que a encontrou em uma festa e contou que ela havia sido fundamental na hora de ele assumir para a família que era gay.
A apresentadora gaúcha de 32 anos começou a carreira falando de comportamento e sexo sem meias-palavras como VJ da MTV. Não era, no entanto, seu sonho. Formada em Design, a porto-alegrense se mudou para São Paulo depois de conseguir um emprego na área – a irmã mais velha, a atriz Tainá, já estava na capital paulista, destino também escolhido pela caçula Tuti, apresentadora da TV Cultura.
Foi quando recebeu o convite para fazer um webshow sobre sexo que a carreira começou a se desenhar. Com o sucesso, o programa acabou na grade da MTV, casa de Titi entre 2008 e 2013. Na emissora, foi repórter de programas como o Verão MTV e, junto com MariMoon, apresentou o Acesso MTV por quatro temporadas, até 2013, quando passou a fazer parte do elenco do Multishow, onde segue até hoje. Titi agora é apresentadora, garota-propaganda, digital influencer e o que mais surgir no caminho.
E é no Multishow o primeiro projeto de Titi para 2019: pelo segundo ano consecutivo, comanda o programa A Eliminação, que vai ao ar semanalmente durante os meses de exibição do Big Brother Brasil (que estreia 21 de janeiro). A atração reúne os melhores momentos da semana e traz uma entrevista exclusiva com o eliminado do jogo. Fã de reality show, Titi conta que está satisfeita com a fase profissional que vive:
– Agora estou colhendo vários frutos do que plantei nos últimos 10 anos – comenta.
Ela sente que, em um futuro próximo, estará disponível para convites que possam levá-la a outras áreas do entretenimento, como cinema. Por ora, mantém o foco na carreira de apresentadora, aproveitando o espaço e visibilidade para reverberar pautas nas quais acredita, como o feminismo.
O movimento faz parte da vida de Titi nos últimos anos. Mas foi no começo de 2017, depois de criticar o DJ israelense Asef Borgore por suas letras e atitudes misóginas, na cobertura do festival de música Lollapalooza, que ela acabou se aproximando ainda mais de grupos feministas.
– Sinto que estou mais ouvinte, mais aluna mesmo agora, sem protagonizar grandes palanques – explica.
O feminismo também é o responsável por lançar luz aos relacionamentos que teve até agora: “cada coisa à que a gente se sujeitou ao longo dessa vida, credo!”. Esse mesmo olhar faz com que se sinta bem ao falar do namorado, Tomas Bertoni, guitarrista da banda Scalene, quatro anos mais novo.
– Não sei o que está acontecendo com essa nova geração, talvez eu esteja muito na bolha dos amigos do Tomas, mas estava descrente de homens heterossexuais até conhecê-lo.
Na entrevista que você confere a seguir, Titi fala de maneira descontraída sobre carreira, feminismo, a relação com as irmãs, fama, relacionamentos. Nascida no bairro IAPI, na zona norte de Porto Alegre, a apresentadora revela também o carinho que sente pela cidade, onde esteve no início deste ano para gravar um episódio do programa de viagens do Multishow Anota Aí.
– Guria, não sei se era TPM, mas eu estava superemotiva no dia em que cheguei a Porto Alegre, comecei a chorar. Foi, com certeza, o lugar que eu mais gostei de gravar na temporada.
Você volta à TV em janeiro com o programa que analisa a eliminação da semana no BBB, que o público decide com base em suas impressões. Você, que expõe suas opiniões, como lida com a exposição e as reações do público?
– Tenho aprendido ao longo desses anos que temos que preservar algumas coisas, principalmente assuntos mais íntimos. Fico me sentindo um pouco vulnerável quando são expostos de um jeito que eu acabo perdendo totalmente o controle. Mas as minhas opiniões, principalmente em 2018, que muita gente se posicionou e foi cobrada para que se posicionasse em questões políticas, vejo como um grande filtro. Tentamos abrir o diálogo do jeito mais saudável possível, mas tem gente que realmente não está aberta e não tem muito o que fazer. Essas pessoas vão embora das minhas redes sociais meio naturalmente, deixam de seguir e comentar. Foi difícil para nós que nos posicionamos, principalmente as mulheres que fizeram parte do movimento #elenão: fomos atacadas de jeitos muito cruéis, com muita ignorância. Ignorância mesmo, de as pessoas não saberem do que estão falando, que não têm a mínima ideia de como funciona o mercado, a Lei Rouanet... Mas, de modo geral, lido bem porque faz parte também, né? É um dos ônus do bônus de trabalhar na TV.
Que impressões o público tem da sua vida que não correspondem à realidade?
Muita gente acha que eu saio de férias com a câmera me gravando e não é assim, é uma rotina quase militar de gravação. Tem horário pra tudo, e não tenho muita escolha de nada, dos lugares, das comidas etc... Sempre cito Bolonha, onde fui na terceira temporada do Anota Aí e fiquei comendo massa um mês. Daí entrei em um restaurante, passou uma salada de frutos do mar e pensei: “Nossa, que delícia, queria muito!”, mas tive que comer um macarrão à bolonhesa, porque fazia parte da pauta. Alguns lugares eu praticamente não consigo nem olhar em volta porque fico só olhando para a câmera e para pauta, pois eu escrevo muita coisa na estrada, antes das gravações, muita coisa é de improviso mesmo. Então é até bom desglamourizar essa vida... Muitas pessoas falam que é o emprego dos sonhos, realmente é muito maravilhoso, um privilégio enorme fazer o Anota Aí, mas é bem difícil.
Você tem duas irmãs atrizes. Vocês compartilham experiências sobre como é lidar com o público?
Quem desbravou esse mato foi a Tainá. Ela veio primeiro para São Paulo também. Começou a trabalhar com jornalismo, depois como modelo, chegou a trabalhar na MTV em Porto Alegre. Eu entrei na TV totalmente por acaso mesmo, não estava esperando isso, minha formação não foi esta. E todas nós trocamos muitas figurinhas, até porque a Tuti trabalha como apresentadora e como atriz, então tenho elas duas para dar me uma consultoria. Mas a gente fala bastante sobre relação com a fama, não se desconecta nenhum pouco da nossa biografia, de onde a gente veio, tudo o que a gente fez pra chegar aonde está. Nascemos no IAPI, a família passou por vários perrengues, a gente não veio de uma família com grana. Comecei a trabalhar com 12 anos, fazendo recreação infantil, então é importante, nesse mundo que pode ser superglamourizado, estar com pessoas que nos conhecem desde que a gente nasceu. É o mais importante para não tirar o pé do chão. É uma baita sorte ter as irmãs que tenho, sou a maior coruja da vida, me rasgo de orgulho delas, a vitória de uma é a vitória de todas, mesmo. A gente está o tempo todo se ajudando, sofremos juntas, rimos juntas. A Tuti e eu sofremos por não estar na mesma cidade da Tainá – até porque agora tem aquele pintinho da Tia Titi e Tia Tuti, e, quando dá, corremos para o Rio.
Ter mais de 450 mil seguidores no Instagram traz uma responsabilidade?
Traz. Acho que sou uma influenciadora dos influenciadores. Isso é muito louco, porque no Acesso MTV e MTV Sem Vergonha eu e a MariMoon já falávamos várias coisas, questões de gênero, de corpo, feminismo, relações abusivas, relação adolescente/álcool/drogas de um jeito que só a MTV abordava na época. O Acesso era muito interativo, primeiro programa da televisão a usar o Twitter da maneira que usou, então hoje vejo adultos de dois metros de altura que falam que cresceram me assistindo. E é muito louca essa sensação, dá orgulho porque são pessoas incríveis, muito corajosas. Recentemente, estava em uma balada, e um cara chorou falando coisas tão lindas, dizendo que ele havia contado para a família, no interior de Minas Gerais, que é gay por minha causa. Mesmo a gente se atrapalhando várias vezes, éramos meninas de 20 anos fazendo um programa ao vivo e conseguimos ajudar tanta gente. Não tem preço ver que, no momento crucial, na adolescência, a gente estava ali para muitas pessoas quando ninguém mais estava. Até porque, na época, as pessoas tinham só a TV, não tinha o YouTube do jeito que se tem hoje. Inclusive, tem youtubers que cresceram nos assistindo, tinham sonho de serem VJs da MTV e começaram a fazer os canais para poder falar para a câmera.
Você fala de sexo abertamente, sem tabus. Sempre foi assim?
Guria, sempre foi. Desde que me entendo por gente, sempre fui muito curiosa, nunca vi sexo como uma coisa suja, proibida, e a relação na minha casa com esse assunto sempre foi muito saudável. Nunca tive vergonha de falar sobre e acho mesmo que não tem que ter. É gostoso, divertido, a gente tem que desmistificar várias coisas aí. E é algo que também inspirou várias pessoas a começarem a falar – esse, aliás, costuma ser um dos feedbacks que me dão na rua.
Em 2017, você virou assunto quando fazia a transmissão do Lollapalooza ao vivo por criticar o DJ israelense Asaf Borgore, que havia feito declarações machistas. Como avalia hoje esse episódio?
Realmente, não estava esperando aquela repercussão porque, quando a gente faz esse tipo de coisa, por mais que seja em rede nacional, sempre acha que está falando o óbvio, né? Não acho que falei nada que não fosse o óbvio ali. A gente tem aquele tempo para apresentar os artistas que vão tocar nos palcos e não teria como falar desse cara específico sem falar da carreira dele que é baseada nisso, nesses episódios. Eu reportei ali: ele é realmente considerado o DJ mais odiado do mundo de 2014, ele tem essas letras mesmo, abri aspas para uma letra dele ali e imprimi, sim, a minha opinião. A repercussão dentro do canal foi ótima, fui superapoiada, mesmo porque eu trabalho com pessoas incríveis. Acho que foi importante pra muita gente porque até hoje escuto um “obrigada pela coragem”. Mas acho mesmo que não fiz mais do que minha obrigação.
Depois desse episódio, as pessoas passaram a esperar que você se posicionasse mais?
Foi ótimo porque entrei em contato com grupos e mulheres incríveis, que eu já admirava a distância e conheci pessoalmente. Comecei a entender melhor o meu lugar de fala. Eu estou bem mais ouvinte do que protagonizando grandes palanques. Cada dia é um aprendizado mesmo, uma desconstrução. Considero que estamos todos em uma corrida, e muita gente não sabe nem pra que lado é, mas está todo mundo lá, correndo pra tudo que é lado. Às vezes, a gente já pode estar lá na frente, mas não tem como saber direito. Porque as desconstruções que a gente vem tentando fazer ao longo dos últimos anos são (de questões) ruins para todo mundo, como a masculinidade tóxica. A construção da feminilidade do jeito que a gente foi criada é muito prejudicial, mata. Falam muito sobre o radicalismo no feminismo, realmente tem radicalismo em todos os movimentos, mas, quando tu falas de vida ou morte, é normal que tenha radicalismo. Estou bem espectadora, aprendendo.
Você reavalia momentos da sua vida com esse olhar feminista que veio depois?
Nossa, muito! Com relação aos relacionamentos, óbvio né. Cada coisa à que a gente se sujeitou ao longo dessa vida, credo! Mas acho que cada pedrinha que me trouxe até aqui realmente fez o meu caminho, e, nesse sentido, estou muito feliz. Estou namorando o Tomas há mais de um ano, ele é de Brasília. Não sei o que está acontecendo com essa nova geração, talvez eu esteja muito na bolha dos amigos do Tomas, mas estava descrente de homens heterossexuais até conhecê-lo. Estava em um rolê “esquerdomacho desconstruído”, daqueles que, quando a gente conhece mesmo e vê a fundo, não são nada daquilo, sabe? Enfim, amigos e namorados mesmo, que usam o discurso feminista do pior jeito, mas são abusivos entre quatro paredes. Isso tudo estava me dando um pouco de desgosto com a vida, mas agora estou bem feliz. Também estou confiante nessa geração nova que está vindo, mais desconstruída – acho que meu sobrinho, que tem dois anos, vai ter um chip adaptado, tomada de três pinos e tudo.
Você e a Clara Averbuck anunciaram que estavam escrevendo um livro sobre feminismo. Como foi o processo? Tem alguma previsão de lançamento?
Não tem previsão de lançamento. Paramos com o livro porque tanto eu quanto a Clara entramos em um turbilhão de várias coisas acontecendo em nossas vidas. Tivemos um ano bem tumultuado mesmo, e é preciso estar muito bem estruturada mentalmente para poder ajudar os outros. Não saber nadar e ir lá ajudar alguém que está se afogando não dá, sabe? Então, antes de abordar assuntos delicados, a gente precisa se fortalecer. A gente pretende lançar um dia, mas ainda não sabe como vai ser porque mudamos de ideia umas 15 vezes com relação ao livro. Eu queria ser aquelas pessoas que falam que não têm tempo porque querem ficar em casa assistindo à Netflix, mas realmente não tenho tempo para nada mesmo, então não vou deixar de lado outros projetos mais importantes para mim – ou até deixar de me cuidar. Foi um ano complicado, sofri um acidente, coloquei pino, agora estou cuidando da saúde também.
A temporada deste ano do programa Anota Aí passou por Sul e Sudeste. Como foi estar em Porto Alegre?
Guria, não sei se eu estava de TPM, mas eu estava superemotiva no dia em que cheguei a Porto Alegre. Comecei a chorar quando a van chegou aqui – nós viemos de Florianópolis. Meu fotógrafo é gaúcho também, aí a gente ficou se olhando e dizendo: “Eu não acredito! A gente gravou na China, em Tóquio, Paris, Nova York, Jamaica, Istambul, no mundo inteiro, praticamente, e agora está na nossa terrinha do coração”. Voltou total o sotaque gaúcho, que estava meio adormecido – só falei porto-alegrês por aí. Foi maravilhoso gravar em Porto Alegre. Encontrei os meus amigos, no meio da rua mesmo, e eles ficaram comigo até o final da gravação. Porto Alegre foi, com certeza, o lugar onde eu mais gostei de gravar nessa temporada. Sobre as outras cidades que já conhecia, tem o desafio de olhar com o olhar de turista, ter um deslumbre que, às vezes, se perde com o tempo – principalmente falando de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas, mesmo nessas cidades, acabei visitando lugares onde nunca tinha ido, como, por exemplo, o Cristo Redentor ou o bondinho Pão de Açúcar. É culpa desse lance de, como é logo ali, a gente deixar pra depois: “Ah, hoje não porque está chovendo, hoje não porque é feriado e vai estar cheio”. E houve, também, várias cidades que eu não conhecia, como Ouro Preto, Inhotim, Paraty... Aí, é vibe turismo mesmo, aquela sensação que, na minha opinião, é a melhor do mundo: chegar a uma cidade que você não conhece.
Você sempre viajou muito? Que lugar ainda não conhece e quer muito conhecer?
Desde que comecei a trabalhar na MTV, passei a me programar para ter pelo menos uma viagem de férias massa por ano, sabe? Comecei a sair do Brasil – a primeira vez, tinha 20 anos, andei de avião pela primeira vez com 19. Antes, não tinha grana, era Santa Catarina de carro e, no máximo, um Chuí com os pais. Comecei a viajar com 20, mas aí comecei a viajar bem. Já tinha conhecido o Japão, alguns países da Europa, Estados Unidos... Mas nessa quantidade industrial mesmo, só o Anota Aí que proporciona. Para ter uma ideia, nas duas primeiras temporadas foram mais de 20 países. É muita coisa. Depois, o programa foi se concentrando em países específicos, mas, mesmo assim, a gente fazia mais de 15 cidades por temporada, é muito rolê. Mas tem uma coisa que eu sempre digo: depois de viajar tanto o mundo inteiro, a gente tem uma sensação de que o mundo não é tão grande assim e o lugar onde eu queria mesmo ir era um em que me sentisse segura sendo mulher, andando sozinha na rua à noite. Esse lugar não existe na face da Terra – pelo menos eu não conheço.
Com tantas viagens, como você organiza a mala?
Tem a minha figurinista maravilhosa, a Bel Murray, que está comigo desde a segunda temporada e dá pra ver a diferença. Na primeira temporada, passei um perrengue mesmo, porque levei todas as minhas peças, minhas roupas favoritas e perdi as minhas duas malas. Acabei tendo que comprar muita coisa nas cidades mesmo. Chegava e acabava comprando peças sem provar, porque não tinha tempo e, quando chegava em casa, a roupa estava três números menor do que eu estava vestindo. A Bel agora monta todos os looks, fotografa, pensamos na temperatura dos lugares, que vai mudando, pensamos no meu manequim também, que vai variando porque eu engordo bastante nas gravações. E tem sempre aqueles curingas, como vestidinhos, que jogo um shortinho por baixo e dá mais conforto também. Mas a gente costuma marcar o look, o cabelo a cada temporada. Essa última foi a da franjinha, um cabelo playmobill – de que até me arrependi, mas acontece, nem todos os dias são de glória. A próxima acho que vai ser da bata e quimonos porque eu tô zero disposição para emagrecer e correr atrás do corpo perfeito pra desfilar nas praias do Brasil (eu realmente estou chutando que vai ser Norte e Nordeste).
Como é sua relação com a moda?
Tenho mudado bastante de estilo. No Acesso, na época da MTV, eu era súper romântica, fofinha, só vestidinhos estampadinhos de florzinha. Agora, estou mais mulher, não estou curtindo tantas estampas, estou usando bastante cores específicas, preto, branco e cinza. Eu não usava calça. Olha que louca! Agora estou amando pantacourt, macacão e é isso. A cada temporada do programa, inclusive, dá bem pra ver minha evolução, até no amadurecimento tanto no texto que a gente fala – a equipe me alimenta muito, às vezes só repito um comentário que foi dito fora da câmera. Mas toda a equipe evoluiu muito. A gente vai mudando o jeito de viver a vida, de encarar as experiências turísticas e antropológicas de estar em um lugar novo, e isso se reflete no comportamento e nas roupas. Mas o fundamental é o conforto, até porque tenho que colocar a roupa às 6h, quando saio do hotel já pronta, e tiro só, sei lá, meia-noite. Ou seja, tem que ser um look curingão.
Profissionalmente: o que você quer fazer? Quais os próximos passos?
Eu estou num momento muito bom, colhendo os frutos de várias coisas que eu passei nos últimos 10 anos de carreira. E têm aparecido várias oportunidades de fazer outras coisas, como fazer uma peça, fazer filme, o próprio livro. Estou trabalhando com o que gosto, com quem gosto, com projetos que me orgulho muito, então não tem por que colocar a minha energia agora em coisas que talvez demandem muito e me façam tirar essa energia de um lugar para colocar em outro, sabe? Vai chegar esse momento, até porque eu sou uma inquieta e gosto de fazer 20 coisas ao mesmo tempo, não sossego. Meu maior sonho mesmo já está acontecendo, que é ser capa da Donna. Eu não quero ser capa da Forbes, quero ser capa da Donna, se quiserem colocar uma capa minha todo mês vai ser uma realização da minha vida porque eu cresci lendo a Donna.