Bella Falconi passou por Porto Alegre para lançar um cardápio especial do restaurante recém-inaugurado Paris 6. Com opções fitness e versões light de pratos famosos da casa, o menu segue a linha "viver com equilíbrio", mantra da musa fitness com 2,8 milhões de seguidores no Instagram.
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Bella Falconi nunca foi gordinha, mas já viveu de fast food e refrigerante. Ela também já esteve tão obcecada por ter um corpo perfeito que levava marmitas de frango e batata-doce para restaurantes e deixava de fazer turismo em viagens para malhar. Hoje, procura o equilíbrio: alimentação saudável, treinos regulares e aquelas refeições livres para se dar o direito de exagerar um pouquinho.
Porém, para chegar a esse nível, precisou trabalhar muito - e passar por muitas fases. O começo de tudo foi em 2012 quando a mineira de Uberlândia já estava morando nos EUA e, com muito trabalho, não conseguia cuidar da alimentação. O colesterol alto e o susto de ter pedras nos rins cinco vezes se juntaram ao estresse e a autoestima baixa como motivos para começar a prestar mais atenção em si mesma.
– Vi que era a hora de dar um jeito na minha vida, mas não tinha dinheiro para pagar um nutricionista e um personal, mas tinha disposição de mudar – contou Bella em uma conversa com os convidados durante o lançamento do Menu Fit no Paris 6.
Ela, então, começou a ler um livro sobre nutrição e dietas, seguindo os ensinamentos para equilibrar a alimentação e diminuir os carboidratos.
– Resolvi começar a me puxar pra mudar. As pessoas me achavam louca porque eu acordava às 4h da manhã para ir na academia e chegava às 8h no trabalho cheia de disposição.
Bella dá dicas para não meter o pé na jaca no inverno:
A primeira musa fit do Instagram
Criar a conta no Instagram – o primeiro perfil com objetivo fitness, em uma época em que o aplicativo nem havia chegado no Brasil ainda – foi o próximo passo para se manter na dieta e escapar das críticas. As fotos do abdômen sarado e dos treinos nem sempre eram bem recebidos, mas compartilhá-las ajudou na forma como a própria Bella se enxergava:
– A autoestima é um bônus que vem quanto nos sentimos saudáveis. Quando estamos bem, automaticamente conseguimos nos ver de uma maneira diferente, se valorizar mais.
Diante da responsabilidade de falar de vida saudável para uma legião de seguidores, Bella decidiu se jogas nos estudos. Hoje, é personal trainer certificada e graduada em Nutrição, ambas por instituições americanas.
– Não queria ser uma anta em rede social e dizer o que não sei. Então, vou sempre atrás de uma fonte confiável porque a gente sabe que todo mundo segue à risca o que falamos. Pode vir uma adolescente que não tem ideia sobre nutrição e, se você falar que farinha de não sei o que vai secar a barriga, ela vai seguir. Isso é muito sério - comentou a nutricionista, que também acredita que as pessoas precisam ir atrás de sua própria saúde sem ficar reféns da opinião de apenas um profissional. - É importante entender o que o carboidrato faz no corpo, a proteína, o que acontece se uma vitamina estiver faltando. São coisas básicas que, mesmo não sendo da área, você pode saber e deve saber.
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Cuidados, sim. Obsessão, não
Cuidar da alimentação é importante, mas esse controle não pode acabar dominando a rotina. Bela aprendeu essa lição na prática: em plena viagem de lua de mel, em 2014, deu-se conta da necessidade de trabalhar essa obsessão.
– Imagina viajar com alguém que só come frango e batata-doce e fica treinando? – ela se perguntou.
– Pensei: "Eu preciso dar um jeito, ou eu mudo, ou eu mudo". Decidi dar uma relaxada e aí passou a ser um objetivo alcançável.
Aos poucos, ela foi percebendo que não tinha mais vida social porque achava que não era possível equilibrar jantar fora com uma alimentação saudável:
– Eu comia um morango e achava que ia engordar e era chata com todo mundo. Se alguém comia algo industrializado, eu falava "Para, vai dar câncer". E vivia estressada com aquela coisa 'não posso, não posso, não posso".
E como encontrou o equilíbrio?
– Comecei a entender que não vai ser o chocolate ou a taça de vinho que vai estragar tudo o que venho fazendo a minha vida inteira. É importante se dar um dia livre, um presente. Se você trabalha 80% ou 70% do tempo, não vai ser o resto que vai estragar. O importante é que a exceção não se torne regra.
Relatos da gravidez
Outro momento importante de mudança foi a gravidez. Quando Bella descobriu a gestação, tinha apenas 9% de gordura no corpo, percentual considerado preocupante pela obstetra. Ela, então, se permitiu relaxar, chegando a ganhar 15 quilos – mesmo continuando a ir na academia (e sendo criticada por isso). Claro que isso não significou escorregar de volta para os hábitos antigos: as gorduras que Bella comia eram todas boas, como castanhas e abacate. A mudança no corpo pela gravidez também foi um bônus para a autoestima.
– Eu me achava deusa com barrigão, quadrilzão e peitão, queria andar na rua só assim. Me achava maravilhosa com tudo aquilo grande. E me ajudou muito a exposição nas redes; ter barriga e mostrá-la me libertou – afirmou. – Demorou quatro meses depois de dar a luz para o meu corpo começar a voltar, porque fui vivendo um dia de cada vez.
Foto: Anderson Fetter
Questão de prioridades
Para quem acha que Bella não é uma pessoa "normal", um objetivo alcançável, ela tem um recado:
– As pessoas têm mania de achar que, porque a gente tem seguidor, é super-heroína – diz. – Todas nós somos iguais, fazemos parte do mesmo mundo, que tem trânsito, correria... Mas a gente consegue organizar as prioridades, e este é o grande segredo. Acordo de mau humor, às vezes não estou a fim de ir à academia, mas tem que driblar esses dias.
E o tempo?
– Tem que começar hoje e não adianta chegar lá, anos depois, e pensar "Não fiz nada e agora é tarde demais". Por que a gente tem tempo pra fazer fofoca, olhar o Instagram, mas para cuidar de nós mesmos sempre temos uma desculpa?
Bella também critica quem se utiliza da internet para mostrar vidas irreais, abusando de filtros e Photoshop e criando ideias impossíveis, que só frustram os outros.
– Claro que pode ter celulite! É normal, somos mulheres e faz parte do pacote. A gente cria esse estigma e se cobra muito.