Nesta quinta, 16 de junho, estreia nos cinemas Como Eu Era Antes de Você, filme baseado no best-seller de mesmo nome de Jojo Moyes, com Emilia Clarke (é, sim, a Daenarys, de Game of Thrones, mesmo você não reconheça pelas fotos) e Sam Claflin (o Finnick, de Jogos Vorazes). O romance conta a história de Louisa Clark, uma jovem que perde seu emprego e consegue um novo trabalho como cuidadora de Will Traynor, um homem rico e amargo, que ficou tetraplégico após um acidente. A partir daí os dois vão se envolvendo e, aos poucos, mudando a vida um do outro.
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A Warner Bros. conversou com Emilia Clarke, Sam Claflin e Jojo Moyes sobre o filme, os desafios para interpretar personagens tão diferentes daqueles pelos quais os atores são conhecidos e a sequência, "Depois de Você".
Emilia Clarke, a Lou Clark
O que chamou a sua atenção no papel de Lou? Você queria uma personagem contemporânea para fazer um contraponto com seu papel como Daenarys Targaryen em Game of Thrones?
Emilia Clarke - Foi mais o fato de eu ter recebido o roteiro e pensado: 'Não existe um mundo em que não vou fazer esse papel. Não existe um mundo em que eu não vou brigar com unhas e dentes pelo papel de Lou'. Então, não foi como se eu tivesse procurando por esse papel, ele que me achou. E foi tão maravilhoso. É engraçado como tudo pelo que eu sou conhecida nas telas é tão diferente de como eu sou, mas, com "Como Eu Era Antes de Você", eu não agia diferente fora das câmeras, entre as gravações. Tudo se misturou, então, foi simples e brilhante.
Então, para você, foi uma gravação sincera?
Emilia Clarke - Sim. Eu consegui fazer todas as coisas que sempre quis. Thea [Sharrock, diretora] falava sempre 'Faça isso! Mais! Mais!', e eu pensava 'O que? Ótimo! Eu realmente posso fazer as pessoas rirem!'. Foi brilhante, muito bom mesmo. Eu nunca tinha feito isso antes para as câmeras, eu nunca tinha conseguido fazer isso antes. Eu amei.
Você pode explicar por que a Lou aceita o emprego como cuidadora de Will Traynor, o personagem de Sam Claflin?
Emilia Clarke - Ela aceita o trabalho porque a família dela precisa de dinheiro e, no início do filme, ela perde o emprego, mesmo amando trabalhar no The Buttered Bun. Tudo na vida dela é muito feliz. É tudo muito calmo, muito pequeno e ela está muito feliz com o momento da vida em que está. E, então, ela aceita esse emprego como uma cuidadora, sem ter nenhuma qualificação. Ela não faz ideia do que está se metendo e tem muitas dificuldades para lidar com Will. Ele desperta a força que ela tem e a inteligência que ficou escondida embaixo de um monte de roupas e sapatos por um tempão.
Como foi trabalhar com Sam Claflin?
Emilia Clarke - Foi um sonho: muito, muito bom! Eu sinto que, em sets de filmagem, os protagonistas ou se odeiam ou se amam - e, felizmente, nós ficamos na categoria dos que se amam! Ele é um cara muito legal. Nós nos demos muito bem. Tem sido lindo.
Lou tem uma família bem próxima. Você se identificou com isso?
Emilia Clarke - Muito. Eu sou muito, muito próxima da minha família e eu acho que isso faz toda a diferença na vida, transforma as pessoas, então, ler uma personagem que também tem isso, eu já sabia... De cara, eu entendi o que ela precisava. Eu sabia como mostrar as melhores partes da personalidade dela.
Sam Claflin, o Will Traynor
Como foi trabalhar com Emilia Clarke?
Sam Claflin - Demais. Eu conheci a Emilia uns 5 anos atrás. Nós fizemos uma sessão de foto para a Screen International’s Stars of Tomorrow (lista da revista britânica Screen que faz uma lista anual de novos talentos no cinema) e nos demos bem desde o início. Daí, as nossas vidas se separaram, ela foi e fez Game of Thrones e eu fui e fiz Jogos Vorazes. Então, nós já nos conhecíamos e também respeitamos e somos fãs do trabalho um do outro. Foi muito, muito fácil. Nós dois trabalhamos muito pesado e eu acho que a dinâmica entre a gente e a Thea realmente se tornou algo muito especial.
Will é apresentado no início do filme como uma pessoa bem complicada de lidar. Foi difícil para você lidar com isso?
Sam Claflin - Essa era uma qualidade dele que me chamou muita atenção logo que eu comecei a ler o roteiro. Eu realmente não gostava dele! Não por causa de quem ele era, mas pela forma com que ele tratava as outras pessoas. Isso foi algo que nós tivemos que trabalhar muito. Uma parte de mim começou a entender a jornada dele sem julgamentos e por que ele escolhe falar de certas formas com certas pessoas em certos momentos.
Will era muito bem sucedido, ativo e aventureiro antes do acidente que mudou a vida dele e, quanto mais eu pesquisei sobre o caso dele, mais claro ficou para mim que ele estava tentando esconder a dor que sentia e ele esconde isso porque não quer que sintam pena dele Essa foi a minha forma de interpretar: que deve ser muito difícil ver as pessoas que ele ama mudarem em torno dele. E impossível saber se eu me sentiria assim também, porque coisas diferentes afetam pessoas de formas diferentes. Cada um tem sua própria jornada e essa é a do Will, então, eu tive que me acostumar com cada pensamento dele, cada escolha que ele faz, cada direção em que ele vai.
Quais foram os desafios físicos de interpretar um personagem que está em uma cadeira de rodas por quase todo o filme?
Sam Claflin - A parte física foi um super desafio. Até hoje, eu tinha feito filmes com muito movimento e usando muito meu corpo, e esse foi o oposto completo, eram tantas restrições para os movimentos do meu corpo. A mente de Will era muito, muito ativa, mas as restrições físicas eram muito grandes - e isso incomoda muito ele. Ter essa consciência tão grande do meu corpo e da impossibilidade de mexer ele foi uma experiência muito interessante.
O que você pode nos dizer sobre seu próximo projeto?
Sam Claflin - Se chama "My Cousin Rachel" (Minha Prima Rachel, em tradução livre) e é baseado em um livro de Daphne du Maurier. Ele conta a história de um jovem e uma mulher mais velha que são obrigados a se conhecer, após a morte do guardião do jovem. É um drama romântico, eu diria.
Jojo Moyes, autora do livro e roteirista do filme
Você escreveu o segundo livro "Depois de Você" (publicado no Brasil em 2016, pela editora Intrínseca) depois de escrever o roteiro de "Como Eu Era Antes de Você"?
Jojo Moyes - Não. Eu escrevi o livro e o roteiro ao mesmo tempo, meio como um resultado de estar fazendo a adaptação. Eu recebia milhares de e-mails e tweets dos leitores, porque as pessoas têm opiniões muito fortes sobre os personagens. Como eu tentava responder todo mundo, Louisa nunca saiu da minha cabeça como os outros personagens que eu criei. As pessoas continuavam me perguntando o que acontece com ela no fim, para onde ela vai e o que ela vai fazer lá e eu acabei me pergutnando isso também. Então, me dei conta que o fim do livro era bem aberto e pensei 'Por que não?'.
O que mudou para mim é que muitas pessoas esperavam que ela fosse lá e fizesse algo extraordinário, e eu senti que ela não iria se dar muito bem com esse tipo de experiência. Eu queria explorar o que acontece - e acho que isso são meus resquícios de jornalista - depois da história. O que acontece quando você é parte de um grande evento e todo mundo seguiu em frente, mas você continua sabendo que foi uma parte disso - como você segue em frente? Essa é a dúvida que me interessou.
The thing that differed for me was lots of people expected her to go off and do something amazing, and I felt she would’ve been quite scarred by the experience. So I wanted to explore what happens – and I guess this is the ex-journalist in me – after the news story. What happens when you’ve been part of a massive event and everybody else has moved on and you’re left with the knowledge that you’ve been part of that – how do you move forward? And that’s the question that interested me.
"Como Eu Era Antes de Você" estreia nos cinemas nesta quinta, 16 de junho. Assista ao trailer do filme abaixo: