De volta ao horário nobre da Globo como a Cris da atual novela das nove, "Babilônia", Tainá experimenta um papel de vilã depois do sucesso estrondoso na trama de "Em Família", em que a sua personagem, Marina viveu um intenso e festejado romance com Clara, interpretada por Giovanna Antonelli Quando estou gravando, minha rotina gira em torno do Projac, de atender à imprensa e de fazer os trabalhos que surgem paralelamente à novela. Sobra pouco tempo para o resto. Nas folgas, tento me exercitar, assistir a filmes e ficar em casa com o meu marido.
Luciana Schmidt Alcover, Especial
Nem sempre as grandes atrizes se formam nas faculdades de artes cênicas. Alguns talentos são descobertos em outras áreas para depois aprofundarem os seus estudos na dramaturgia. Esses foram os passos seguidos pela bela Tainá Müller. Ainda estudante de Jornalismo na PUCRS, em Porto Alegre, ela já demonstrava sinais de que o seu caminho se dirigiria para o universo de outras artes. Era perceptível aos colegas de curso que, em pouco tempo, aquela jovem entusiasmada que, assim como eles, também respirava trabalho 24 horas por dia, sete dias por semana, logo seria conhecida do grande público. Recém-formada, a jornalista trabalhou por um curto período como modelo para em seguida se transformar na encantadora e talentosa atriz que conhecemos hoje. Era o começo de um futuro profissional promissor.
O salto na carreira de atriz não demorou muito para acontecer. O reconhecimento nacional chegou quando ela contava na bagagem com apenas alguns filmes e novelas, mas o sucesso estrondoso veio como um grande presente na vida da atriz, com a personagem Marina, da novela Em Família, exibida pela Rede Globo. Convidada para interpretar uma fotógrafa homossexual, formando par com a Clara vivida por Giovanna Antonelli, Tainá deu vida a uma das personagens de maior repercussão na trama.
– Foi um grande desafio! Durante a novela, nossas personagens figuraram nos assuntos mais comentados do twitter quase que diariamente – relembra.
Nas redes sociais, o casal formado pelas jovens foi apelidado de "Clarina" (uma mistura de Clara e Marina), ganhando até fã-clube. A torcida da audiência era tanta que a novela não pôde deixar de levar ao ar cenas que mostravam a delicadeza do casamento entre as duas, com direito a beijo e tudo.
Na vida real, assim como a personagem Marina na ficção, Tainá também demonstra felicidade quando o assunto é vida a dois. Casada com o diretor Henrique Sauer, ela exibe um sorriso iluminado quando fala, mesmo com muita discrição, da sua vida privada.
– Sou muito feliz no meu casamento! Casei com uma pessoa que admiro, em todos os sentidos – afirma.
De volta ao horário nobre da Globo, Tainá ganhou um novo desafio: o de interpretar a Cris na novela Babilônia, a "ex" que faz de tudo para separar o advogado Vinícius (Thiago Fragoso) de seu grande amor, Regina (Camila Pitanga). Apesar de a vilã estar dando bastante trabalho para Tainá, ela não esconde a alegria em dividir algumas cenas com a amiga Camila Pitanga, nem a felicidade de estar casada com quem ama. Como toda mulher, assume que tem dias em que não se acha bonita e fala dos sonhos para o futuro.
Donna - Como está sendo a sua rotina com as gravações de Babilônia?
Tainá Müller -
Donna - O que você está usando de maquiagem para dar vida à Cris? E quais são as peças mais usadas no seu figurino?
Tainá - A maquiagem da Cris é bem leve. Acabamos optando por algo mais solar, que condiz com a rotina de quem trabalha com turismo, administrando a equipe de um hotel. O figurino remete também a uma pessoa que viaja bastante. Ela tem acessórios que parecem "garimpados" em feirinhas ao redor do mundo. Nesta fase em que ela retornou da Tailândia, veio com informação oriental no figurino.
Donna - E como está sendo ser a rival da personagem interpretada pela sua amiga Camila Pitanga?
Tainá - É engraçado ter que brigar com alguém por quem eu tenho tanto afeto e admiração. Sou amiga da Camila há alguns anos: antes de morar no Rio, era na casa dela que eu ficava na cidade e ela sempre me recebeu muito bem, como uma irmã. Mas acabamos levando com leveza essa situação e nos ajudamos bastante, dando um feedback do trabalho uma para a outra. Além de minha amiga, a Camila é uma atriz incrível, entregue e muito comprometida com o ofício. E é sempre bom trabalhar com gente assim.
Donna - Na novela, a Cris não se conforma com o final do casamento. Se fosse na vida real, o que você faria?
Tainá - Acho que a Cris chega a passar por cima do amor próprio, da dignidade como mulher - e isso, apesar de comum, é algo que acho que nunca aconteceria comigo. Eu tenho um "alerta amor próprio" que funciona incrivelmente bem e nunca consegui querer alguém que não gostasse de mim (risos). Também jamais forçaria a barra para voltar a um relacionamento que acabou. Mas vejo essa situação se repetir com pessoas próximas, mulheres entrando em rivalidade por causa de homens, pessoas descobrindo que ainda amam depois que a vida do parceiro andou. Enfim, é a vida. O ser humano tende a ser possessivo.
Donna - Como o seu marido reage vendo você atuar? Ele sente ciúmes?
Tainá - Se o meu marido sente ciúmes vendo as minhas cenas, é controlado e não demonstra. Ele trabalha o tempo todo com atores e entende bastante o nosso trabalho. Ele é um superparceiro para trocar ideias sobre as cenas, me ajuda muito.
Donna - A Marina, da novela Em Família, gerou muita polêmica e uma grande projeção. O que significou para você essa personagem?
Tainá - Foi um grande desafio. Era uma personagem arriscada, mas me surpreendi com a repercussão que ela causou. Interpretar a Marina me colocou mais em contato com a questão da diversidade. A Gio (Giovanna Antonelli) foi uma parceira incrível, e espero manter nossa amizade para a vida. Aprendi muito com ela. É uma mulher generosa, alto astral e muito engraçada. Demos boas risadas juntas!
Donna - Você começou a carreira como jornalista e agora é uma atriz global. Esperava chegar tão longe?
Tainá - "Chegar longe" é relativo. O que eu sei é que onde estou é o resultado das minhas escolhas em relação às oportunidades que me foram oferecidas. E isso é bom. Adoro televisão, mas poderia estar me realizando no teatro ou no jornalismo e ter a sensação de que cheguei bem longe.
Donna - Gosta de se assistir? Você se acha uma mulher bonita?
Tainá - Mais do que gostar, preciso me ver. Acho importante para o meu trabalho. Tenho um olhar muito crítico quando vejo uma cena minha, para não repetir o que não gostei e perceber o que rolou bem, essa observação "fria" é fundamental para o meu processo. Posso ser bonita e sedutora, mas também posso ficar uma mocoronga (risos). Depende da intenção!
Donna - Como é o seu estilo se vestir e de se maquiar no dia a dia, quando não está trabalhando?
Tainá - Estilo geminiano, que muda conforme a ocasião e humor. Sou de fases. Adoro me maquiar, mas nos dias em que não gravo dou um descanso à pele. Apenas aplico vitamina C e filtro solar ou um BB cream.
Donna - Que cuidados e tratamentos segue para manter a boa forma?
Tainá - Tenho uma amiga dermatologista que cuida da minha pele. Passo os cremes que ela recomenda, sigo as instruções. Também obedeço a um personal trainer que tem um método próprio, que é ótimo para manter o corpo. Ou seja, sou uma garota obediente. Confio nas pessoas que estudaram (risos).
Donna - Você está em um momento feliz na vida pessoal? Sonha ou faz planos de ser mãe, por exemplo?
Tainá - Sou muito feliz com meu casamento! Casei-me com uma pessoa que admiro, em todos os sentidos, e acho isso fundamental quando se trata de dividir a vida com alguém. Somos parceiros de vida, de trabalho e de aventuras pelo mundo. Sonho em ter filhos, sim. Mas ainda não tenho planos.
Donna - Como você se define?
Tainá - Uma pessoa que busca. Eu busco papéis que me desafiem.
Donna - Quais seus talentos menos conhecidos?
Tainá - Dancei sete anos de balé e estudei cinco de piano. Também arranho um violão. É tosco, mas me divirto (risos)!