A gravidez também é marcada por uma série de dúvidas, afinal, essa é uma fase da vida completamente transformadora e diferente, onde a mulher vivencia alguns medos provenientes, muitas vezes, da inexperiência da maternidade. Uma das principais dúvidas é com relação à prática de exercícios físicos. Será que a futura mamãe, que antes mantinha uma rotina regular de exercícios, poderá continuar a atividade física?
De acordo com o médico Carlos Eduardo Zenni Travassos, a gravidez não é motivo para o sedentarismo se instalar, no entanto, é preciso que haja o acompanhamento médico adequado.
–As mulheres podem e devem manter a prática esportiva, porém, é preciso que levem em conta a segurança e a saúde dela e do bebê – ressalta.
A atividade física traz muitos benefícios para a gestante, entre eles, a redução dos riscos de complicações obstétricas, o maior controle de peso da mãe e a atuação positiva no seu estado psicológico, diminuindo a incidência de depressão e estresse. É importante que a gestante também busque orientação e adaptação dos treinos, a fim de garantir o melhor desenvolvimento do bebê e o conforto durante a gravidez.
– É preciso diminuir a intensidade dos treinos para não prejudicar a saúde de ambos, mas futuras mamães, que antes de engravidarem tinham uma rotina de treinamento diário, não devem parar subitamente com a atividade física em uma gravidez normal, pois pode ser até prejudicial do ponto de vista físico e emocional – comenta o Travassos.
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Mudanças no treinamento
Assim que a mulher fica sabendo da gravidez é orientada a realizar mudanças no treinamento, diminuindo a frequência, intensidade ou volume dos treinos. E essa orientação se aplica tanto para as atletas de alto rendimento quanto para aquelas que praticam uma atividade física regular, porém não competitiva.
– Atividades como caminhada, corrida, natação, musculação e pilates são indicadas evidentemente com critérios, tendo-se cuidado principalmente no primeiro trimestre de gestação – alerta o médico.
Além disso, a especialista recomenda que a mulher gestante avalie o esporte praticado antes da gravidez, pois dependendo da atividade física, como lutas, esportes radicais ou de alto impacto, se tornam contraindicadas.
– Os riscos ortopédicos envolvidos nos treinamentos mais intensos dependem muito da prática esportiva da gestante. As lesões mais comuns são as lombalgias mecânicas e posturais e entorses de joelhos e tornozelos – explica.
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Pós-gravidez
A retomada do ritmo de treinos pós-parto é determinada pelo bem estar e a recuperação da mãe, sendo que uma das grandes preocupações desse retorno é o risco de prejudicar a capacidade de produção de leite materno. Deve-se avaliar também qual o tipo de parto foi realizado.
– No caso dos normais, os exercícios para fortalecimento e tonificação da região abdominal normalmente podem ser reiniciados após 30 dias. No caso das cesarianas, ao menos seis semanas – avisa Travassos.
Outro ponto relevante é a preocupação da atleta em retornar ao seu condicionamento pré-conceptual e ainda ser competitiva.
– Por isso, é preciso manter um nível de treinamento durante a gestação suficiente para ela retornar, sem comprometer a sua performance e, ao mesmo tempo, manter uma gestação saudável e sem riscos para o bebê – finaliza o médico.