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Estruturas aparentes de tijolos, eletrodutos e eletrocalhas imprimem o estilo deste apê

Projeto criou cenário de metrópole dentro de um orçamento padrão

Eleone Prestes

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Cosmopolita e atemporal foi o estilo adotado desde o primeiro traço do projeto do arquiteto pelotense Gustavo Hadler para a casa de um jovem economista em Porto Alegre. O apartamento, com área de 39 metros quadrados, em prédio da década de 1970, no bairro Petrópolis, teve três paredes derrubadas para chegar ao formato atual. No layout, foi privilegiada a área de circulação e o caráter flexível, sem excesso de acessórios ou peso visual no mobiliário.

Gustavo Hadler Arquitetura & Interiores, com projetos na Capital e em Pelotas, neste apartamento reformado para ser o primeiro lar do morador, de 30 anos, que adora viajar, a sua escolha para o projeto luminotécnico foi determinante para definir o estilo e economizar na estrutura para ter reserva destinada a pequenos luxos, como o tapete reloaded do estar sobre o piso vinílico.

– Pela viabilidade econômica, propus trazer as vísceras do apartamento para fora – ilustra o arquiteto sobre o projeto elétrico e luminotécnico.

Com esse recurso, de colocar todo o sistema de iluminação por meio de eletrodutos cromados aparentes, foram economizados cerca de R$ 7 mil, conforme cálculos de Gustavo. Além da redução de custos, a solução resolveu o problema da falta da planta elétrica original.

Parte das paredes remanescentes foi despida do reboco e mostrou os tijolos. Em torno da cozinha, as paredes em U foram derrubadas e uma foi refeita. Fazem contraste com os tijolos a porta de entrada, pintada de preto com tinta esmalte fosca,e o mobiliário da cozinha, com o refrigerador encaixado – uma lateral do volume é usada embaixo como louceiro e, em cima, como rouparia. O fogão é tipo cooktop (de mesa) e o forno, um modelo elétrico embutido embaixo. Une áreas social e íntima uma porta espelhada dos dois lados, que desliza por meio de corrediças aparentes e aberta pelo sistema click – como um armário, que cede ao toque. No quarto, não há armário, por decisão do dono da casa.

No estar, a cortina de voile também é decorrente de pedido dele, leve e com uma pitada de toque dramático. Isso sem falar no contraponto com os materiais brutos à mostra, reforçado pela delicadeza da obra de arte de Gustavo Schauenberg, na parede cinza-chumbo, acima do sofá de linho cinza claro. O estofado, de 2m40cm de largura, tem profundidade de 95cm, escolhido para não atrapalhar a circulação.

Carlos Edler / Divulgação
Foi uma escolha do dono da casa o uso de araras, em vez de um roupeiro, para deixar mais espaço livre para a circulação pelo quarto. Inclusive o vão para os cabides é 20cm menor do que o convencional, que seria 55cm.
Carlos Edler / Divulgação
O mobiliário do banheiro é desenho do arquiteto, como o pé da mesa de jantar. Como usada na Europa, a bancada é de madeira, tratada com laca PU (poliuretano)
Carlos Edler / Divulgação
Os tijolos deixados à vista no dormitório receberam uma resina com brilho "para enaltecer a cor do concreto" (solução usada também em uma viga na sala) e evitar o acúmulo de poeira junto à cama sem cabeceira – o que torna mais leve o visual do recanto de descanso.
Carlos Edler / Divulgação
Observe o uso de apenas uma mesa de cabeceira: de um lado da cama, uma escrivaninha acompanhada de uma cadeira vermelha – um raro móvel de cor quente – serve para um eventual trabalho
Carlos Edler / Divulgação



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