O fato de ser apresentado como um "antirrestaurante" foi a primeira coisa que me despertou a atenção para o Nômade: afinal, tem placa com o nome, cardápio e é aberto ao público – o antirrestaurante tradicional é aquele espaço quase secreto que só fornece o endereço e o menu após a reserva.
A explicação da Marília Carpes, que desenvolve receitas e organiza a equipe, me ganhou na hora: a proposta é ser diferente, ter boa comida a um preço acessível e um cardápio que muda todos os meses – isso é feito com o auxílio dos clientes, que compartilham receitas com o restaurante ou sugerem pratos provados em viagens.
Essa dinâmica tem tudo a ver com a história da Marília. Em Itaqui, onde morava, via a mãe e a avó cozinhando. Aprendeu, foi para Porto Alegre fazer faculdade e virou a cozinheira das reuniões com amigas. Agora faz o mesmo no Nômade. No dia em que estive lá, cada prato contava uma história e me fazia viajar: a panqueca com base de milho verde com recheio de carne de panela (Cachapa, a R$ 20) levava pra Venezuela. O arroz com frango, linguiça e camarão (Jambalaya, a R$ 30) lembrava a comida cajun do sul dos Estados Unidos. O nhoque de banana (acredite quando eu digo que é incrível!) com ragu de cogumelos era bem brasileiro. Sem falar das brincadeiras com drinques e bebidas: peça o drinque secreto (R$ 10) e descubra, através dos sentidos, qual alquimia o barman criou especialmente para você.
Ah, deixe uma mensagem no mural de recados junto à cozinha, que é de vidro e convida o público a acompanhar o preparo dos alimentos. O cardápio que provei vai até o dia 30 de setembro. Tem opções vegetarianas, veganas, sem glúten e sem lactose.
> NÔMADE – Rua General Lima e Silva, 1.180, Cidade Baixa, fone (51) 3024-1449. De terça a sábado, das 18h às 23h, e o local é pet friendly.