Minha profissão traz poucas inconveniências e muitos prazeres, o que torna o saldo altamente positivo. Uma das coisas a celebrar é o contato que tenho com pessoas que, mesmo desconhecidas, estabelecem comigo uma intimidade enriquecedora. Foi o caso de uma garota (acho que ainda posso chamar uma socióloga de 45 anos de garota) com quem tive uma adorável conversa dias atrás, no Rio de Janeiro. Ela me contou sobre seu primeiro casamento e sua primeira separação, do quanto ficou abalada, de como fez para se reerguer, de como foi o processo todo. Fez um relato comovente de tudo o que aconteceu, mas não pude deixar de ajustar o foco num detalhe rápido que ela mencionou, daqueles que a gente costuma deixar passar batido. Em meio ao turbilhão de emoções que ela narrava, me disse: "Depois do fim, eu já nem sabia direito quem era, nunca usei sutiã e de repente comecei a usar".
Martha Medeiros: Sutiãs
Martha Medeiros
Enviar email