O letreiro com o nome da cidade virou atração turística | Foto: Bruno Alencastro Na orla da Rambla, em Montevidéu | Foto: Bruno Alencastro :: Um roteiro das melhores baladas e sunsets do país vizinho:: A natureza e as belezas do litoral uruguaio:: Dicas para curtir o país vizinho em família A Casapueblo, em Punta del Este, é um dos principais pontos para quem quer assistir ao pôr-do-sol | Foto: Bruno Alencastro Puerta de la Ciudadela, localizada na Plaza Independencia | Foto: Bruno Alencastro :: Flatform e acessórios são as tendências das hermanas :: #donnaindica: três lugares em Porto Alegre que têm o sabor e o clima do Uruguai:: A gastronomia da capital Montevidéu
Rossana Silva, Especial
Sol, castelhano e um jeito diferente de curtir a praia, das mais badaladas às mais pacatas. A pouco mais de 500 quilômetros de Porto Alegre, um novo país se abre aos brasileiros com diferenças sutis e paixões compartilhadas. Lá, o mate é mais amargo, e o asado é na parrilla. O idioma é diferente, pero no mucho, e os vizinhos, quando se encontram, fazem um esforço em prol da compreensão mútua.
O Uruguai encanta pelas praias rústicas, pela liberdade proporcionada pela segurança e por reunir, do hippie ao hype, opções para todos os tipos de turistas. Estes, aliás, no ano passado foram tantos quanto a população do país: 3,3 milhões. E os brasileiros aumentam, a cada ano, sua parcela entre os visitantes. Se há alguns anos o motivo da viagem costumava ser a diversão nos cassinos, hoje a gastronomia, as compras e a “esfera humana” do Uruguai se transformaram nas três características mais mencionadas pelos brasileiros que escolhem o país como destino das férias, de acordo com a ministra uruguaia do Turismo e Esporte, Liliam Kechichian.
– Passamos de 140 mil turistas brasileiros, há poucos anos, para os 450 mil brasileiros, principalmente gaúchos, que visitaram o Uruguai em 2016. O Rio Grande do Sul tem, culturalmente, muitos pontos de contato com o Uruguai, e nos aproximamos muitos nos últimos anos. É um turismo de ida e volta, porque, assim como os brasileiros vêm ao Uruguai, nós também nos encantamos pelas belezas do Brasil – afirma a ministra em entrevista a Donna.
Com casinhas de madeira coloridas e noite efervescente, Punta del Diablo – distante 40 minutos do Chuí – foi uma das descobertas dos gaúchos nos últimos anos e um destino que começa a se tornar tradicional no Ano-Novo. A partir dali, ao percorrer a costa em direção a Montevidéu, qualquer guinada à esquerda pode ser o início de uma boa surpresa, com praias de paisagens muito diferentes entre si. Há desde balneários pouco explorados, como Punta Rubia e Águas Dulces, até praias com grande concentração de famílias, em La Paloma, e de jovens, em La Pedrera, onde as pedras encravadas às margens formam um cenário mais belo do que o nome pode sugerir.
Ainda que os coches com placas brasileiras sejam cada vez mais recorrentes nas estradas, os locais ainda são os donos do pedaço. Fãs das praias de Santa Catarina, os uruguaios não vão perder a oportunidade de perguntar o por quê de as visitas terem deixado as águas cálidas do país natal para fazer um mergulho em temperatura mais fria ao sul. Ainda que cada visitante carregue suas próprias motivações, é inegável que o país tem “onda” – a gíria dos vizinhos para se referir à bossa dos lugares e das pessoas.
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Os 150 quilômetros que separam a badalada Punta del Este da rústica Valizas são representativos da versatilidade da região. Enquanto Punta reúne a classe alta em restaurantes e baladas com menu em dólar, em Valizas o clima é hippie: artistas fazem shows “a la gorra” (a gíria local para passar o chapéu) nas ruas de chão batido que abrigam diversas lojinhas de artesanato. Ali do lado também está Cabo Polonio, atração cuja peculiaridade da visita é uma experiência que ambos os grupos não abrem mão de vivenciar.
E isso que ainda não entramos em águas doces. A capital, Montevidéu, e a austral Colonia del Sacramento são as duas principais cidades banhadas pelo Rio da Prata – que, em dias quentes, também vale o mergulho –, com ruas charmosas que pedem para serem percorridas sem pressa, com pausas para degustar asados, panchos, e helados de dulce de leche – e até sorvendo o chimarrão, que, ao gosto uruguaio, pelo intervalo maior entre a colheita e o empacotamento, tem cor verde menos intensa e o sabor amargo intensificado.
Como chegar
Chuí, Santana do Livramento e Jaguarão são os principais destinos, desde Porto Alegre, para quem pretende entrar em terras uruguaias. Para quem sai da Capital diretamente para as praias uruguaias precisa pegar a BR-116. Depois de Pelotas, pegue a BR-471 até o Chuí.
ATENÇÃO! Quem viaja de carro deve ter consigo o documento do veiculo, o RG do proprietário e a carteira de motorista, além da carta Verde (acesse emburuguai.org.br)
COMPRAS
Conferir as novidades dos free shops é programa tradicional ao cruzar uma das três fronteiras com o país vizinho. Entre Jaguarão e Rio Branco, Santana do Livramento e Rivera e Chuí e Chuy, as lojas de importados oferecem em dólar produtos que podem ter o preço mais alto na Capital.
Esteja atento à cotação da moeda estrangeira e faça a lista de itens que podem ser úteis nos próximos meses, como bebidas ou eletrodomésticos, ou aqueles que sequer são encontrados por aqui, como algumas marcas de chocolates europeus e doces de leite, a principal especiaria uruguaia, de marcas como a Conaprole, uma das mais tradicionais. Também é possível aproveitar a parada para adquirir produtos que foram esquecidos de última hora, como protetores solar e labial ou artigos de praia.
A blogueira Bruna Tramontina aproveita as viagens para o Uruguai para comprar vinhos chilenos e uísque, além de especiarias como maionese e catchup Heinz, chocolates e alfajores Negro, da Punta Ballena.
– Da última vez, comprei o perfume Burberry London, que não tem para vender em Porto Alegre. Estava súper valendo a pena. Sempre há promoções, por isso aproveito e indico comprar aquelas coisas gostosas que só tem no Uruguai – afirma.
O setor de perfumaria, maquiagem e cosméticos é o mais procurado pelas gaúchas, de acordo com o gerente de projetos da Siñeriz, Rafael Parodi.
– Elas preferem os perfumes da Carolina Herrera, os hidratantes da Victoria’s Secret e os cremes, principalmente noturnos, da Lancôme e Shiseido.
Além disso, segundo Parodi, ofertas do setor de bazar têm agradado às famílias e utilidades domésticas que oferecem bom custo-benefício. Se passar por Rivera, siga as dicas da nossa colunista que nasceu na fronteira, Barbara Zamberlan: experimente os docinhos da confeitaria City como o arrollado (rocambole de doce de leite) e as milhojas (mil folhas), os sorvetes servidos no cucurucho (casquinha) em forma de torre da sorveteria Martínez e aproveite para trazer pastas como nhoque e ravióli frescos do La Familia para congelar e ter o gostinho do Uruguai no Brasil.
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