Por Natasha Heinz, Especial
O pesadelo de acordar com uma espinha no meio do rosto é típico da adolescência. Mas há quem siga encarando o problema mesmo bem depois do fim da adolescência: a acne na idade adulta é bem mais comum nas mulheres do que nos homens. A endocrinologista Dora Ullmann e a dermatologista Rachel Garcia explicam as causas mais comuns para a persistência de espinhas e cravos e dão dicas de como prevenir e tratar.
O que é acne?
A acne é uma doença das glândulas sebáceas e decorre, entre outros fatores, da influência dos hormônios sexuais. É por isso que os cravos e espinhas geralmente começam a surgir na puberdade.
— Cravos e espinhas são manifestações clínicas da acne e ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea pela ação dos hormônios, associada a um estreitamento dos poros — explica Rachel Garcia. — Essa obstrução faz com que a secreção fique retida dentro da pele e dá origem aos cravos, favorecendo também a proliferação de bactérias que levam à inflamação, dando origem às espinhas.
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As causas
- Predisposição genética.
- Cosméticos.
- Alimentação.
- Medicamentos como anabolizantes, corticoides e excesso de vitamina B também contribuem para a formação de cravos e espinhas e podem gerar acne.
- Outro culpado por essas inflamações são as pílulas anticoncepcionais, especialmente as chamadas minipílulas, compostas apenas por progesterona. Esse medicamento pode piorar a acne, principalmente no início do uso. Nessa mesma lista, estão os contraceptivos injetáveis e o DIU composto de progesterona.
Como evitar
Para começar, o básico: manter bons hábitos de limpeza da pele e de alimentação. Rachel Garcia comenta que há indícios de que os laticínios podem levar à piora das lesões de acne em pessoas predispostas - embora não haja uma comprovação científica.
Outra dica é evitar o uso de cosméticos e maquiagens pesados e gordurosos, pois eles obstruem poros e aumentam a oleosidade da pele, levando à formação de acne.
O estresse aumenta os níveis de cortisol, hormônio capaz de induzir a formação de mais oleosidade e acne. Então, pegue leve!
Como tratar
Se você já estiver sofrendo com as inflamações de acne: procure um dermatologista para determinar o melhor cuidado. Dora lembra que o tratamento vai depender muito do grau e do tipo de manifestações apresentadas. As médicas indicam:
- Medicamentos tópicos redutores de oleosidade, que controlam a produção de gordura da pele.
- Microesfoliantes para reduzir a obstrução que ocorre nos poros.
- Ácidos retinoico, glicólico e salicílico que controlam de oleosidade, fazem microesfoliação, agem na renovação da pele e têm ação secativa e clareadora.
- Ácido azelaico: com ação antimicrobiana e diminuição de ácidos graxos livres na superfície da pele.
- Anticoncepcionais com ação antiandrogena: eles regulam alterações hormonais e bloqueiam a ação do hormônio masculino que também combatendo a acne.
- Antibióticos para reduzir a proliferação de bactérias.
- Isotretinoína: derivado da vitamina A que tem efeito de redução definitiva das glândulas sebáceas, fazendo com que elas retornem ao tamanho normal.
- Lasers inibem o crescimento das bactérias causadoras da acne.