Na rapidez da rotina, estamos tão no automático que esquecemos de observar o básico. Quantas vezes, por exemplo, você se perguntou de onde vinha o alimento que estava no seu prato? Há algum tempo, um movimento vem ganhando força na gastronomia que busca trazer essa aproximação entre alimento, produtor e consumidor: o slow food. Um bom exemplo de restaurante em Porto Alegre que segue essa lógica é o Café e Cozinha .ZERO, um lugar onde o tempo das coisas é o tempo da natureza.
Tudo isso começa na escolha dos alimentos. Os vegetais, hortaliças e frutas são comprados em feiras orgânicas da cidade, onde se pode conhecer de perto quem produz. Além disso, uma das grandes preocupações dos sócios é diminuir os trajetos do transporte dos produtos, evitando a poluição, que também é reduzida pelo uso zero de plástico na loja. São detalhes pensados para trazer qualidade e transparência aos pratos.
Falando nisso, a casa funciona no seguinte sistema: durante a semana, são vendidos os pratos feitos que custam R$ 26. Adicionando salada ou feijão, sai por R$ 28. Se quiser o combo completo, acompanhado de chá gelado fica R$ 32 ou, caso prefira, uma taça de vinho fica R$ 42. Aos sábados, o almoço completo sai por R$ 48.
Todos os dias o cardápio muda, seguindo a linha sazonal dos ingredientes. No dia da minha ida, era strogonoff de frango ou de berinjela com cogumelos, acompanhado de arroz e palha de aipim. Dentre as opções de pratos que costuma ter, alguns levam peixe assado, parmegiana, hambúrguer de arroz jasmim e tempeh, um prato típico Indonésia feito a partir de grãos de soja e feijão.
Pedimos a opção que acompanha salada e chá gelado. O prato é servido na medida certa, para evitar desperdícios - outro valor muito importante para o restaurante, já que lá tudo é aproveitado. Os talos e cascas viram geleias, molhos e recheios. Assim são exploradas possibilidades de combinações que, normalmente, não aconteceriam se o reaproveitamento não fosse uma prioridade.
Me refiro à Torta Coelho Branco (R$ 18). Quando o chef citou a cenoura como um dos ingredientes, o primeiro pensamento foi um tradicional bolo de cenoura. Fui surpreendida com uma torta recheada de cenoura doce. A combinação era inusitada, muito saborosa e diferente de tudo que eu já comi - ou melhor, de todos os bolos de cenoura que já experimentei. Uma surpresa criativa e sustentável! Quinzenalmente, o cardápio ganha uma nova torta, com uma receita original e ingredientes frescos.
Outro pedido que ganhou meu coração foi o sorvete de frutas vermelhas. Para mim, não tem sorvete melhor do que os de fruta. E quem concorda comigo vai amar essa opção. Um sorvete artesanal com a cor bem vibrante que, na boca, parece as próprias frutas em natura congeladas. Delicioso demais!
Pedindo junto com o almoço, o sorvete sai por R$ 10. Se sua ida for durante a tarde, já que o lugar também funciona como café, não deixe de pedir! Separadamente, o sorvete fica por R$ 14.
Há várias opções de doces e salgados no balcão, sendo parte deles glúten free e veganos. Além de uma focaccia que me ganhou só de olhar. Com certeza, terei que voltar para um café da tarde.
O .ZERO foi um achado! Lugar charmoso, que parece funcionar em um ritmo mais desacelerado da cidade. Mesas ao ar livre, decoração simples e muitas plantas ao redor. O que mais me encantou foi ver propósito nos pratos: desde a seleção dos insumos, os valores por trás de cada escolha, até os resultados autênticos e saborosos de uma cozinha que prioriza a natureza e toda sua diversidade.
CAFÉ E COZINHA .ZERO
Endereço: Rua Dona Augusta, 48, no bairro Menino Deus
Fone: (51) 99126-9779
Delivery pelo WhatsApp
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 18h30, e aos sábados, das 10h às 18h30
@cafeecozinha.zero