O QUE É: um restaurante de culinária francesa
IDEAL PARA: jantar a dois
PROVAMOS E RECOMENDAMOS: Carré d'Agneau a la Sauce Bordelaise (R$ 93), Poisson Madras (R$ 80), e o Crème Brulée (R$ 18)
Quando rolou a divisão de pauta, fui a última a me candidatar para a ida ao Le Bateau Ivre. Não por falta de curiosidade, pelo contrário. Mas, quando o assunto é culinária francesa, sempre bate aquela dose extra de responsabilidade. Será que meu paladar não tão refinado vai conseguir sacar a sutileza dos sabores? Será que o ambiente vai ser elegantérrimo, no nível NÃO TENHO ROUPA?
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Eis que o Diogo Carvalho, me convenceu: é um lugar único, tu precisa conhecer. Dica de chefe a gente cumpre, e lá fui eu.
A culinária francesa é referência para gastronomia mundial, pela técnica e pelos sabores. Pela colonização alemã e italiana do nosso Estado acabamos não tendo uma relação próxima com receitas da França. Mas, pode ter certeza: você já provou pratos com raízes francesas sem saber.
O molho Bechamel, que chamamos de “molho branco”, à base de leite, manteiga e farinha é um deles. O Boeuf Bourguignon, uma espécie de ensopado de carne cozida em vinho tinto também. Sem falar no famoso “mise em place”, método francês de organização dos ingredientes para o pré-preparo de uma receita.
A chegada no Le Bateau Ivre é realmente elegante. Uma casa bonita, bem iluminada com recepção na entrada. Lembrei que quando fui a Paris, todos os lugares tinham essa imponência na chegada. Ao mesmo tempo, ao entrar, um aconchego maravilhoso pelo visual dos objetos e mobiliários. É o que acontece lá. Logo na entrada, a cozinha aberta dá um significado especial à experiência.
Falando em cozinha e em experiência, o Le Bateau Ivre foi um dos primeiros restaurantes franceses do Brasil. O chef e idealizador, Gerard Durand, apresentou a legítima cozinha francesa pro nosso Estado, e teve uma participação tremenda na elevação do nível de paladar dos gaúchos. Tanto é, que foi um dos únicos restaurantes do RS premiados no Guia 4 Rodas, nos saudosos anos 90.
Dito tudo isso, vamos ao que interessa. Começamos com patê de campanha (R$ 35), um clássico do chef, vale a fama. De todas as coisas que comi na vida que se chamava “patê”, essa foi a melhor.
Depois, para o prato principal, pedi o Carré d'Agneau a la Sauce Bordelaise (R$ 93), carré de cordeiro com molho feito com vinho tinto, limão e pimenta verde. A combinação do vinho com os outros dois ingredientes chamou minha atenção. Apostei e acertei.
O outro pedido da mesa foi o Poisson Madras (R$ 80), filé de peixe ao molho curry com chutney de manga e camarão grelhado. Me deixou imensamente feliz quando recebi o prato e vi aquela periferia cercada desse molho cremoso. Aquele nível de sabor que a gente sabe que não vai provar em qualquer lugar. Incrível.
Sou a louca do Creme Brulée (R$ 18), e é óbvio que não terminaria o jantar sem provar a versão da casa. Quem sabe faz ao vivo, e com a ajuda do maçarico, o chef finalizou com essa crostinha maravilhosa na nossa mesa mesmo. O creme fica levemente quentinho, e a crosta dá aquele contraste especial.
Foi uma grande noite. O jantar com a entrada, dois pratos e sobremesa deu cerca de R$ 230. Seja pela história, pelo ambiente ou pela comida, indiscutivelmente o Le Bateau Ivre é um lugar que está altura de grandes comemorações, e que quero voltar muitas vezes.
LE BATEAU IVRE
Endereço: Rua Tito Lívio Zambecari, 805, no bairro Mont'serrat, em Porto Alegre
Telefone: (51) 3330-7351
Horário de funcionamento: de terça a sábado, das 20h às 24h.
Site: lebateauivre.com.br/
* Conteúdo produzido por Bárbara Zarpelon