Sabe aquelas comidas que são tão tradicionais de um lugar que, mesmo que nunca comeu, acha que já comeu e sabe como é? Sampa não poderia deixar de ter suas tradições gastronômicas. Segue aqui um guia pra quem vem passear ou um checklist para os habitantes.
PASTEL DE FEIRA
Se você acha que feira é lugar de comprar frutas e verduras, está tremendamente enganado. O melhor da feira é fingir que é saudável, comprar meia dúzia de maçãs, um brócolis e quem sabe uns cogumelos e se recompensar com o tradicionalíssimo pastel de feira. Os sabores são os mais variados: do tradicional carne com queijo e ovo até os mais requintados. Se a fome for muito grande, os especiais tem o dobro do tamanho, e para as formigas de plantão, nada como um pastelzinho de banana (se tem fruta, é saudável!). Porém, pastel a seco não dá, né!? Precisa ser acompanhado de uma água de coco ou o clássico caldo de cana, que nós vemos aí abaixo.
ÁGUA DE COCO OU CALDO DE CANA DE FEIRA
A água de coco dispensa apresentações. Dependendo do lugar, você pode escolher diversos tamanhos de copos, garrafinhas (inclusive, pra que comprar a caixinha no supermercado se você pode comprar ela in natura na feira?). Ah, claro, você também pode comprar o coco geladinho na feira, beber a água e pedir para abrirem! Comer a polpa do coco é uma delícia à parte. O caldo de cana, além de puro, pode ser consumido com suco de limão (blasfêmia para alguns, eu acho uma delícia!).
SANDUÍCHE DE MORTADELA DO HOCCA BAR
Haja estômago, haja coração! Ao entrar no mercado municipal, quase todas as barraquinhas e restaurantes vão oferecer o sanduíche de mortadela original. Todos vem enormes e com muito mais mortadela do que qualquer ingredientes (é um monstro que dá medo até aos estômagos mais bem treinados). Porém, se você quiser conhecer o original mesmo, não tem erro! O inventor desta obra é o Hocco, que fica no segundo piso do mercadão.
O mercado municipal, por sinal, é parte obrigatória de qualquer rota turística-gastronômica em São Paulo. Além das várias opções de pastéis, bolinhos, muita comida de boteco e as várias modificações do sanduba em questão, o entorno é ótimo pra quem gosta de comida e, claro, doces árabes! Aquelas delícias de pistache, tâmaras damascos e toda a cultura gastronômica do oriente médio. É muito amor no coração!
LANCHE DE PERNIL DO ESTADÃO
Sabe aquela lanchera que fica aberta 24h, bem simples, mas que tá sempre cheia? É a do Estadão. Lá, você pode (e deve) encontrar o lanche de pernil (com muuuuuito pernil). O tempero não é muito forte, mas, pra quem quiser, pode pedir à parte a pele que é bem mais forte. O Lanche é bem grande e, dependendo da sua fome, dá pra dividir tranquilo. Os frequentadores assíduos dão duas dicas: 1) se você gosta, prove a versão com provolone, e 2) o molho de pimenta é daquele que estão há anos curtindo no mesmo lugar. Não tem como comer o lanche sem ele! Se você vai sair da noite na Augusta ou pela Praça Roosevelt, pode sair direto com fome que o Estadão vai te receber com os braços abertos e o prato feito!
Viaduto Nove de Julho, 193 - Centro
COXINHA DO VELOSO
Coxinha é uma coisa bem fácil de errar: pouco recheio, pouca massa, gordurosa demais, recheio seco, invenções que não fazem o menor sentido e vários outros erros que a gente não sabe como as pessoas conseguem fazer! Nada como ir num lugar que faz o tradicional muito bem feito. E um desses lugares é o Veloso.
Veloso Bar
Rua Conceição Veloso, 54 - Vila Mariana
BAURU DO PONTO CHIC
“Ai, mas bauru é presunto e queijo”. Para tudo! Hoje pode até ser, mas não foi sempre assim, não. O Bauru de verdade foi inventado no Ponto Chic que, até hoje, mantém sua receita original com pão francês com finas fatias de rosbife (presunto é mais barato, entendeu como virou o que é hoje?), tomate em rodelas, pepino em conserva e uma mistura de 4 tipos de queijos fundidos em banho-maria (queijo prato, estepe, gouda e suíço). Com seus mais de 90 anos, o restaurante merece seu respeito e, claro, apreciação!
Matriz - Largo do Paissandú, 27 – Centro
Largo Padre Péricles, 139 – Perdizes
Praça Oswaldo Cruz - Paraíso
FEIJOADA DO BOLINHA
Se você gosta de uma boa feijoada, aqui você vai estar em casa. Ela é aquela feijoada grossinha e bem (beeeem) completa. Com direito a diversas carnes, torresmo e diversos acompanhamentos. Ela é servida em 3 caldeirões: feijão, linguiça e outras carnes. Não tem como não destacar a linguiça e a carne seca que, além de muito saborosas, não são salgadas (difícil de encontrar essa combinação, né!?). O torresmo não é gorduroso demais (consideremos a média de gordura de um torresmo, como base), é super crocante e carnudo. Pra quem gosta, outras opções como arroz, couve, farofa e laranja não ficam de lado e, por favor, não saia de lá sem encher o prato de aipim (se quiser chamar de mandioca, não briguemos por isso!). São pedações grandes e longos de mandioca crocante e sequinha! Haja tempo de digestão depois, hein!?
Avenida Cidade Jardim, 53 - Jardim Europa
DICA BÔNUS! PIZZA!
A pizza de São Paulo é famosa pelo país todo, mas não saia em qualquer pizzaria achando que vai ser a coisa mais maravilhosa do mundo (infelizmente, a vida não é tão fácil assim). Apesar de não ter o lugar que inventou a pizza pra indicar (até porque Nápoles fica meio que longe daqui), muitos lugares tradicionais são pedidas certas, como a Camelo, a Speranza e a Macedo. Além destas, duas menos tradicionais mas de muita qualidade que indicamos são a Villa Roma (com uma experiência completa aqui!) e a 1900!
Faltou alguma dica? deixa pra gente nos comentários! Bom passeio :D
* Conteúdo produzido por Bruno Sutil