O jantar intimista e requintado do Seasons

Há quatro anos que o Seasons ocupa uma casa linda na Rua Dinarte Ribeiro, em Porto Alegre, bem pertinho do escritório. Mas, por incrível que pareça, ainda não conhecia o jantar servido pelos irmãos Gabriel e Rodrigo Zambon - também proprietários da The Chefs Hamburgueria, distante apenas uma quadra. Aproveitei, então, que o lugar passou por uma reforma e uma mudança de conceito, e reservei uma noite para experimentar as delícias de lá assim que reabriu para o público.

O restaurante, que já era charmoso, ficou ainda mais delicado e requintado com a repaginada. Muitos dos itens de decoração foram trazidos de Londres pelos irmãos, onde começaram a carreira na gastronomia.

O salão, que antes dava espaço a mais ou menos 50 lugares, hoje garante pouco mais de 30 pessoas sentadas confortavelmente. O Seasons é uma ótima dica para jantares mais intimistas, seja a dois ou com amigos e família.

Na minha opinião, o mais legal do Seasons pós-reforma é a cozinha aberta: todo o salão tem vista para ela, o que possibilita acompanhar o preparo e finalização dos pratos.

Olha aí o chef Gabriel Zambon aprontando uma das sobremesas do cardápio! O menu conta com três opções de entrada, três opções de prato principal e três opções de sobremesa, que vão variando de tempos em tempos, segundo a sazonalidade dos ingredientes. Ponto pra eles!

Começamos por um vinho da carta, o argentino La Linda Malbec. O frio já tinha começado a dar as caras em Porto Alegre e eu estava sedenta por um tinto.

Logo que fizemos os pedidos dos três pratos do menu principal, chegou à mesa o couvert, uma seleção de pães com manteiga caseira. Quentinhos e saborosos, com a manteiga que derretia na boca.

Em seguida, foi a vez do amuse buche, uma alcachofra grelhada ao pesto. Não costumo curtir molho pesto porque acho gorduroso, mas esse estava fora de série. E a alcachofra veio com aquele sabor de tostado da grelha, incrível.

Melhor avisar logo que os pratos são bem servidos e é impossível sair com fome de lá, muito pelo contrário. Uma das entradas pedidas foi o camarão na moranga, uma releitura com gelatine de camarão, camarão grelhado e purê de moranga com leite de coco. Pensa num prato saboroso. Agora multiplica isso por cinco.

A minha escolha foi o beef tartare, com batata fondant e farofa de gema de ovo. O tempero da carne estava no ponto, um dos melhores tartares que experimentei. Alguém aí acredita se eu disser que já estava praticamente satisfeita com esses três pratos? Mas tinha mais pela frente.

Quando vi que um dos pratos principais levava pato, nem pestanejei. Pedi logo o peito de pato com nhoque de batata doce. Olha a lindeza!

O molho foi colocado no prato na hora de ser servido, assim como o do outro principal escolhido.

Eis, então, o filé de angus com massa folhada recheada de cogumelos grelhados e purê de cebola. Eu sou suspeita para falar dos pratos criados pelo Gabriel, todos incríveis, nos sabores e nas texturas.

O vinho combinou perfeitamente com todos os pratos, e eu estava com a alma aquecida e feliz da vida. Mas ainda era hora da sobremesa. Antes de mais nada, um sorbet de ameixa para limpar o paladar.

Era a hora do bolo de cenoura com especiarias, acompanhado de cream cheese de baunilha e sorvete de caramelo com flor de sal. De chorar de tão bom!

Nada, porém, supera o meu pedido: a ópera tart, uma releitura da tradicional sobremesa francesa com chocolate e baunilha, finalizada com sorvete de café e chocolate. Comeria esse doce todos os dias sem problema algum.

Que jantar, senhoras e senhores. Delicado, delicioso e cheio de detalhes, perfeito para um momento especial. O menu com entrada, prato principal e sobremesa (mais o couvert e o amuse buche) fica em 138 reais por pessoa. Minha próxima meta é provar o brunch servido no fim de semana.