Ser foodhunter não é uma questão de escolha, tipo “ah, tava com vontade de começar a descobrir lugares legais etc”. Não, definitivamente não é assim. Tá no sangue, é mais forte do que qualquer coisa. Nosso amigo Marc Deitos percebeu ter havia nascido com esse dom num domingo desses, quando despretensiosamente saiu para pedalar até a zona sul da capital e o compromisso de compartilhar uma nova descoberta gastronômica desabrochou subitamente. Olha no que deu! Nós adoramos Marc
Sabe quando amanhece aquele primeiro domingo de sol com um friozinho, e bate aquela vontade de levar a magrela para passear? E se puder combinar o passeio com um almoço gostoso na beira da Guaíba, relaxar, pegar um sol e voltar para casa? Sim, dá para combinar o domingo de sol, esporte e um lugar bacana para almoçar ou fazer um lanche no Nina Bar Café. Em exatamente 1 hora percorremos 22Km até o finzinho de Ipanema, um pouquinho depois de quando termina a ciclovia e essa mesa com essa vista para o Guaíba nos aguardava:
Já tínhamos vindo no Nina outra vez, em família, mas não de bicicleta. Ele é comandado por quatro sócios, que atendem, preparam os pratos, elaboram as atividades que ocorrem no espaço do restaurante e ficam por ali batendo um papo. Então, já dá aquele clima bom de “ser conhecido”, mesmo que só tenha ido uma vez. Como já chegamos com cara de famintos, logo trouxeram esse pãozinho caseiro. Logo chegaram também os sucos de frutas, mas a carta oferece boas cervejas artesanais, vinhos e espumantes para contemplar o pôr do sol.
O Nina oferece uma variedade de sanduíches, petiscos e também um prato do dia. Fomos no prato do dia e acertamos. Primeiro, chegou esse caldinho de galinha – nada melhor para confortar a alma, após o exercício e sentados no sol. Tinha também a opção de caldo de legumes, mas escolhemos o de galinha. Delícia, cheio daqueles sabores no fundo que demora um pouquinho para descobrir o que é, e já vira assunto da mesa: manjericão, alho poro, um toque de pimenta.....olha ele aí.
Após o pãozinho e o caldo, já havíamos retomado algumas características humanas e fomos explorar a inspiração do lugar. Como um de nós imaginou, pela música que tocava – naquela altura perfeita que possibilita conversar sem incomodar a mesa ao lado – o Nina é uma homenagem a Nina Simone. Especificamente, os sócios abriram o Nina um pouco depois do lançamento do documentário “What Happenned, Miss Simone?”. Como também tínhamos assistido o documentário, rolou uma boa conversa até a chegada do prato principal: risoto de moranga, com sementes de girassol, mozarela de búfala e parmesão. Divino! Temos certeza que a homenageada aprovaria!
Na criação do conceito do Nina, os sócios descobriram que uma das três naus que partiram com Cristóvão Colombo, em 1492 rumo às Américas recebeu o apelido de Niña. Pronto! Surgiu um bar restaurante em homenagem a Nina Simone, que por estar em frente ao Guaíba não poderia se desconectar de sua essência náutica. Resumo da ópera: imagine um local em homenagem a Nina Simone com inspiração em uma nau de Cristóvão Colombo. Em meio a decoração estão timões, cabos, bússolas, escotilhas e outras engenhocas para aventurar-se ao mar. Combinação inusitada? Não. Imaginem que no exato momento em que serviam nossa sobremesas, uma trupe de jet skis estacionava bem em frente ao Nina, ali há 5 metros, do outro lado da rua, e o pessoal do Jet veio ocupar a mesa ao nosso lado, também aproveitando o sol. Fica a dica: além de bicicleta, dá para vir no Nina de jet ski!
Fomos na cheesecake, mas cada um pegou uma cobertura diferente: uma de chocolate, outra de morango. Vale dizer que ninguém possibilitou que o outro provasse a sua, imaginando que a própria fosse melhor. Isso já deixa bem claro como estava essa cheesecake. Mais um café expresso, e já estávamos prontos para os 22km de volta para casa. A incompartilhável de chocolate!
A incompartilhável de morango!
Tudo saiu R$120,00 para duas pessoas. Um belo passeio pela orla de Porto Alegre.
Nina Bar Café
Av. Guaíba, 1380 – Ipanema
Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3574-4003
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