Ouvi falar muito bem da Brasserie Lapeyre e de seu Chef. Chegou finalmente o momento de conferir e contar essa experiência. Sua localização é privilegiada, pois fica no alto do Edifício RB1 no Centro da cidade, em frente à Praça Mauá (recentemente reformada). A vista já vale a visita!
Sendo uma região comercial, o restaurante só funciona em dias úteis no horário de almoço e é muito concorrido para o público que trabalha fora. Face à revitalização da área e à construção do Museu do Amanhã, bem em frente, ficou sendo uma ótima opção para visitantes e turistas a passeio. As grandes vidraças permitem uma bela visão da paisagem.
O restaurante tem à frente de sua cozinha o jovem chef francês Ricardo Lapeyre, que dá nome a casa. O estilo é o de uma brasserie que passeia pela tradição da culinária francesa e suas receitas clássicas recriadas com muito talento e criatividade pelo premiado chef, filho do também renomado chef Claude Lapeyre. Em breve, pai e filho estarão trabalhando juntos, transferindo o restaurante para novo endereço, na Barra da Tijuca. O atual só funciona até 13/05. O décor é meio formal, em cinza e vermelho, uns arabescos dourados na decoração e mobiliário discreto.
As mesas dispõem de jogos americanos modernos, mas com guardanapos de tecido de boa qualidade, finos cristais e um cardápio bem diversificado, assim como a carta de vinhos.
Como nosso almoço seria rápido, dispensamos o couvert. Mas eu não pude deixar de pedir uma entrada fria e apropriada pros dias de outono bem acalorados – La Vichyssoise. Uma sopa fria clássica francesa de batata e alho poró, com croutons de brioches feitos na casa. Extremamente aveludada e saborosa.
E entre os pratos principais teve Gnocchi à la Parisienne: gnocchi gratinado de patê a choux com Grana Padano e trufas. Foram dois pratos desse, cuja apresentação é bem original e diferente. Quem provou disse que estava bem gostoso!
O outro pedido foi Suprême de Volaille à la Crême: peito de frango recheado com Parma e espinafre, cogumelos recheados e gratinados. A carne estava macia e com sabor delicado.
E pra mim, a pedida foi um prrrrato bem francês! Cuisse de Canard Confite: coxa e sobrecoxa de pato confitado, batata calabresa, cogumelo Paris, cebola caramelizada e bacon. Por Carême, Escoffier, e Vatel! Que coisa boa! Delicioso como devem ser os patos!
De quatro comensais, só dois pediram sobremesa. E mais uma vez um doce clássico e igualmente muito bom: Crème Brûlée. Não precisa explicar. Só provar e se deliciar.
E a outra foi uma tradicional, Baba au Rhun servida com uma ampola espetada, contendo a bebida. Conta-se que foi criado por Nicolas Stohrer em Paris, na primeira metade do século 18. E a doceria ainda existe na capital francesa, no número 51 da Rue Montorgueil.
O próprio cliente aperta a ampola e o doce, uma massa fofa, porosa, e dourada, é embebido pelo rum, dando-lhe um gosto mais acentuado ainda! Maravilhoso!
Encerramos o almoço com um café de cápsula Nespresso, cujo sabor o cliente escolhe na hora. É servido com um fino creme chantilly. Pra acompanhar também são oferecidos petit four à escolha. Optei pela famosa Madeleine, que estava bem fresquinha e gostosa.
Gostamos bastante dos pratos e pretendemos voltar já no novo endereço da Brasserie (julho desse ano), para provar outras receitas interessantes. Pedimos nossa conta que saiu numa média de R$ 100 p/p, com bebidas, 12% de serviço e taxa de couvert artístico do pianista. Valeu a experiência.
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Brasserie Lapeyre: um clássico francês no coração do Rio
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