Nos últimos anos parece que os belo-horizontinos começaram a redescobrir alguns lugares antigos e esquecidos da cidade. É o caso da rua Sapucaí, uma rua cheia de casarões e prédios antigos da época da fundação da cidade, bem ao lado da Praça da Estação Central. Não param de pipocar novos bares por lá, como o Salumeria Central , o Pecatore e a querida Benfeitoria (e há rumores que vão abrir outros nos próximos meses).
O bar faz uma espécie de brincadeira com o nome do famoso Musée d’Orsay em Paris, também localizado em uma antiga estação de trem, mas puxando para o sotaque mineiro. Né? Dorsé! A coisa já começa bem com alguns lemas do bar: “bons de garfo e de happy hour”, “diga-me o que comes e eu te direi quem és” e “que a saidera nunca acabe. Amém” (amém mesmo). Além disso, o lugar garante uma bela vista do centro da cidade e é todo aberto pra rua.
A decoração é bem simples e eu achei que tinha luz demais (porque a rua é mais escurinha, então dá aquele choque), mas tem um balcão simpático virado pra rua que você fica “vendo a vida passar” enquanto toma uma cerveja ou chopp gelado e sendo assim, quem quer ir embora? E cerveja gelada pede o quê? Petiscos! Disso eles entendem.
Eu fui parar lá porque uns amigos não paravam de falar da tal bruschetta de pão de queijo. É isso mesmo, amigos! Se bruschetta já é bom imagina só quando a massa é pão de queijo? Bom, confesso que a primeira vista fiquei um pouco decepcionada já que eu achava que ela viria já montada e gratinada, mas na verdade são umas torradinhas de pão de queijo e você pode adicionar o recheio da preferência. Eles vem em potinhos, nas opções: pernil desfiado, ragu de linguiça ou pera com gorgonzola. Pedimos o mix no qual podiamos escolher dois sabores. Independente de qualquer apresentação, a tal bruschetta mineira é realmente muito boa.
Em seguida, e pra acompanhar o chopp, seguimos a sugestão da lousa: o croquete de mortadela. Crocante por fora e macio por dentro, ele vinha com mini-cubinhos de mortadela em meio a uma massa de batata super leve. Eu podia pedir uma porção só pra mim.
Eu tava lá bastante feliz até que resolvemos olhar o cardápio e eis que vejo a coxinha de tapioca. Coxinha + tapioca? Vocês conseguem acreditar? Não é brincadeira, é profissionalismo mesmo.
É uma espécie de upgrade do dadinho de tapioca (que eu amo/não vivo sem) porque a massa das coxinhas é de tapioca e o recheio de carne seca e queijo coalho. Só penso nelas desde então.
Depois desse tanto de comida, optamos por não pedir pratos para o jantar e continuar nos petiscos. Então, pra finalizar, pedimos o jarret de frango que é uma parte da asa do frango, mas só com um ossinho deixando tudo bem carnudo (pelo menos foi assim que o garçon explicou). Pra acompanhar ainda vinha um molhinho cítrico/apimentado delicioso.
Sem dúvida, eles entendem mesmo de happy hour. Ou como diz aquele samba "se eu perder esse trem que sai agora as onze horas, só amanhã de manhã" o Dorsé vai ter responsabilidade nisso. Foi maravilhoso. Pra fechar com chave de ouro, a conta veio numa mini-marmita de alumínio que, além de mostrar o cuidado, honrou com o preço amigo: o total, incluindo bebidas e serviço, ficou em cerca de R$42 por pessoa.
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Dorsé: onde o happy hour é coisa séria
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