Como uma boa e velha destemperada, coube a mim a escolha do restaurante onde eu e meus pais jantaríamos no sábado. Nós adoramos o Sakura Kaiten, que fica no Bourbon Country, em Porto Alegre, mas nunca tínhamos ido Sakura original, localizado na Cristóvão Colombo. Senti que era chegado o dia de finalmente conhecermos um dos mais tradicionais restaurantes japoneses da cidade.
Na chegada, me dei conta de que havia cometido uma falha: esqueci de reservar. Apesar de ainda ser relativamente cedo, por volta de 20h, e a rua onde está localizado o Sakura estar em obras há séculos, todas as mesas estavam lotadas e tivemos que esperar. O ambiente superaconchegante não nos deixou sentir os quase 15min de espera.
Logo na entrada damos de cara com o balcão, movimentado, e de onde saem todas as delícias pedidas pelo pessoal nas mesas.
Alguma de que estava completamente lotado? Detalhe: mesmo quando fomos embora, o pessoal continuava chegando.
Sentamos em uma sala mais reservada, com outras duas mesas, um tatame diferente: tiramos os sapatos e sentamos em bancos estofados e um pouco mais baixos que as cadeiras normais.
Mal nos acomodamos e a sunomono estava em nossa frente. Simples e deliciosa.
O banquete começou com uma porção de gyoza. Já ouvi dizerem que é melhor da cidade. Como ainda não provei todas, só posso dizer que é boa demais.
O pai e a mãe dividiram um yakisoba de camarão, com macarrão frito. Confesso que enquanto meu prato não chegava dei umas generosas bicadas e quase me arrependi do meu pedido, de tão saboroso que estava.
Eles ainda dividiram um combinado mini, com alguns sushis e sashimis. Afinal, minha mãe não vai a um restaurante japonês sem comer peixe cru.
Eu confesso que ousei e escolhi algo que nunca havia pedido: sashimi teishoku. O teishoku é uma refeição completa, composta por prato principal, sashimi no meu caso, e alguns acompanhamentos. Olha aí os sashimis! Sempre impecáveis.
Em seguida chegaram os acompanhamentos. Eu achei que seriam dois ou três e me surpreendi com a quantidade de comida. Quase pedi arrego, mas fui mais forte e quase (quase) limpei os pratos. A vantagem é poder provar várias iguarias japonesas que a gente não costuma pedir.
Vamos passar um por um? Primeiro, gohan (o arroz) e missoshiro (a sopa de soja). Arroz no ponto e sopa (por alguns instantes tive medo de odiar) incrível, deliciosa e apetitosa, apesar do calorão que fazia do lado de fora, na rua.
Teve também o hiyayako, queijo de soja frio com gengibre e cebolinha. Sempre tive um certo preconceito com queijo de soja, confesso, mas esse estava especial.
Agora, algo que nunca imaginei comer: nira. Experimentei, e o sabor ficou entre espinafre e couve, com um toque de shoyu. Mas não consegui identificar e precisei perguntar ao garçom. A resposta? Folhas de alho!
Essas tirinhas são bardana (nunca tinha ouvido falar, mas parece que é muito comum no Japão) e cenoura refogadas com um molho agridoce. Fiquei com gostinho de quero mais.
Quase no fim, juro! Duas fatias de nabo em conserva. Também não identifiquei de cara e precisei perguntar. Diferente e gostoso.
E por último, mas não menos importante, bolinhos de salmão, parecidos com almôndegas. Foram os últimos a chegar, mas os primeiros a serem atacados por mim. Nhac!
Depois dessa comilança, não sobrou espaço para a sobremesa, por óbvio. Fica para a próxima! Todos esses pratos e mais alguns refrigerantes ficaram em mais ou menos 75 reais por pessoa. Preço mais que justo!
Sakura
Av. Cristóvão Colombo, 3237 - Auxiliadora
Porto Alegre/RS
Fone: (51) 3343-8602
Aceita cartões Visa e Master
www.restaurantesakura.com.br
* Conteúdo produzido por Juliana Palma