O Seu Kazuma escolheu Curitiba há 39 anos para o seu Kamikaze (Kami = Deus e Kaze = vento), pois achou que nevaria sempre, já que em 1975 nevou aqui. Ficou durante 20 anos em Santa Felicidade, reduto italiano, e já está há quase outros 20 anos na Vila Izabel, nessa tradicional casa japonesa.
O ambiente é simples, todos os comensais ficam de frente para as chapas do Teppan-Yaki. Existe muito folclore em relação ao Seu Kazuma, ele é tipo o homem da sopa em Curitiba. Criou algo sensacional, mas tem lá as suas manias, como não entregar talheres, apenas hashi e nunca pergunte sobre rodízio, nunca mesmo! Mas eu sempre fui muito bem atendida por ele.
Tem até uma chapa dupla, se você for num grupo grande. Reserva é essencial, o local é pequeno e a comida é preparada num ritual todo especial só para você.
Uma curiosidade que sempre tive e nunca comentei. O papel que embrulha os hashis tem ainda o endereço da Manoel Ribas de Santa Felicidade, lembra que falei que saíram há quase 20 anos de lá? Aí tem uma nova dobra com o carimbo escrito: novo endereço... Me pergunto: quantos papéis desses eles devem ter feito? Milhões imagino.
A decoração conta com vários motivos orientais tradicionais. Há um tempo atrás a Sra. Ezaki nos presenteava com origamis, mas faz um bom tempo que não a vejo mais.
Hoje quem comanda o salão e faz os teppans na chapa é o filho deles, o Juliano. Ele é brasileiro, gosta de futebol e é bom de papo, além de, obviamente, comandar fantasticamente o banquete que nos é oferecido. E pra quem tinha medo do Seu Kazuma, pode ir tranquilo que o Juliano é uma simpatia.
Nós escolhemos para entrada o Tempurá, que estava ótimo, bem sequinho e crocante. Vários legumes e alguns camarões GG.
Em seguida é colocado o pão escuro de canela e soja e essa espécie de omelete que não sei o nome, mas já volto a falar dele.
Aí vem uma salada deliciosa, que até eu, que não sou lá muito adepta aos verdes, comi com gosto. Tem um molho doce que é o diferencial e que eu poderia comer todos os dias.
O “omelete” é feito em várias camadas e é meio doce. Sempre que vou ao Kamikaze essa é uma das etapas mais aguardadas. Ainda mais por alguém que tem paixão por ovo, como eu.
É muito legal acompanhar sua comida sendo preparada passo a passo, vários ingredientes são colocados na chapa, mas apenas os que ficam no centro estão realmente sendo cozidos.
E lá vem o shitake e a couve flor.
Voltando para a chapa é a vez do peixe. Nesse dia o nosso escolhido foi esse super fresco Robalo. Eventualmente algum prato é riscado do cardápio, pois o ingrediente não está fresco o suficiente. Tem abobrinha, uma espécie de panqueca adocicada com toque de canela, macarrão Udon e broto de feijão. Tudo será servido. É bom ir com muita fome.
Agora o protagonista é o Camarão GG, que é descabeçado e descascado na nossa frente. As casquinhas e a parte comestível da cabeça ainda serão tostadas e servidas como uma iguaria ao Aldo.
O Juliano ainda nos serviu como cortesia uma Lula cortada em rodelas. Eu que num primeiro momento agradeci, pois não sou muito chegada na textura, acabei comendo e repetindo. E dessa forma caiu um tabu, lula bem feita é gostosa sim!
E chegou o momento de fritar o ovo e servir com o arroz japonês frito também. Nesse momento você já está extasiado com o maravilho banquete e já pensando em quando irá retornar.
Mas o show do Juliano ainda não terminou, a limpeza da chapa é feita com essa espécie de picolé de gelo. Pena que as minhas fotos com o vapor não ficaram boas...
Noite pra lá de agradável, com boa comida, boa conversa e gostinho de quero mais custou R$ 260,00 para duas pessoas. Recomendo como obrigatório para quem estiver em Curitiba.
Restaurante Kamikaze
Rua Bororós, 212 - Vila Izabel
Curitiba/PR
Fone: (041) 3242-2403
Aceita cartões Visa e Master
* Conteúdo produzido por Fernanda Garcia