De pastéis vendidos pelas ruas a um dos restaurantes japoneses mais tradicionais e premiados do Recife, a família por trás da Taberna Japonesa Quina do Futuro percorreu um longo – e aclamado – caminho. Vindos do Japão, os Matsumoto trabalharam num cafezal e passaram por outras cidades brasileiras até vir tentar a vida no Recife, onde Shigeru Matsumoto (conhecido como “Seu Julio”) vendia pastéis no Centro, lá pelos anos 70.
Em 1986, o já falecido Julio inaugurou o Quina, que hoje é comandado por seu filho André Saburó. O chef aprendeu tudo com a família, desde a escolha dos peixes no mercado à execução dos pratos, e tá à frente do restaurante desde os 20 anos, além de comandar outras casas de prestígio na cidade. Ou seja: arrasa!
Eu sei que o que vocês querem ver é comida, mas eu não podia deixar de contar a historinha acima porque adoro lugares com essa vibe familiar. Chegando no Quina, você se sente meio em casa – e não por acaso. O espaço já serviu de moradia para a família e é aconchegante sem precisar de muita coisa, sabe? A música ambiente é suave e, pelo menos durante a semana, todo mundo fala baixo. Resultado: um clima tranquilo que normalmente só encontro em restaurantes cheios de afetação.
Além do ambiente da entrada, que não é tão agradável, tem também o salão retratado aí em cima e outra parte com um sushi bar, como não podia deixar de ser.
Apesar da estrutura razoavelmente simples, os preços do Quina não são assim, digamos, amigos. Mas não precisa deixar de ir lá por medo de ter que deixar uma perna e um braço: o lugar tem também um menu de almoço, em que você pede entrada, prato principal e sobremesa e paga R$ 41,90. E foi nesse aí que apostamos – eu e as amigas do trabalho – na última visita ;)
Pra começar, pedimos três entradas diferentes entre as cinco opções oferecidas no menu de almoço. Uma amiga foi de Sunomono Petit Misto com molho especial da casa, que você vê acima e tava bem deli e fresquinho, enquanto a outra apostou no Tsuki-Dashi Petit, uma entrada de legumes e frutos do mar preparados à moda japonesa, que aparece aí embaixo.
Já eu fui de rolinho primavera, clássico e saboroso. Não conquistou meu coração, mas foi uma boa abertura de apetite.
Depois, fizemos uma extravagância extra-menu pra provar o guioza da casa, que felizmente veio em um número múltiplo de três, pra não causar brigas na hora de dividir entre a gente. Confesso que comi tudo em três segundos, hehe.
Já com a fome controlada, tivemos que optar entre três tipos de prato principal, sendo que o Supersushi (combinado com 13 peças) e o Teppan Yakissoba tentaram nos seduzir, mas acabamos indo todas no mesmo item: Miniteppan Yaki, que pode ser de filé, peixe, frango ou filé e peixe. Se soubéssemos que o prato era tão bem servido, teríamos pedido também o sushi e dividido – fica a dica. O peixe (a escolha foi dourado) veio bem temperado, delicinha.
Nesse momento já não sobrava mais espaço, mas quem disse que dava pra sair de lá sem comer pelo menos um sushizinho? Pedi um com duas peças de salmão, cream cheese e geleia de morango que veio assim, todo lindo. O preço é salgado (uns R$ 17 pelas duas peças) e não acho o melhor sushi do universo, mas fica claro o cuidado que eles têm na escolha dos ingredientes e na elaboração, com peixes superfrescos e macios. Sem falar na apresentação.
E sim, depois de tudo isso ainda tinha a sobremesa! Eu fui de sorvete de creme com croutons de chocolate, escolha da qual é quase impossível se arrepender. Sorvete, chocolate, crocância...
Já uma das meninas lá da agência quis compensar a comilança e foi num pedido um pouco mais light: sashimi de frutas da estação com coulis de morango. Simples, bonito e docinho na medida.
No fim das contas, paguei R$ 85, somando o menu de almoço, os sushis, o guioza e um suco delícia de acerola, morango e limão (o nome dele é Taiko, caso queira imitar – recomendo!). Da próxima vez peço também uma cerveja Kirin Itchiban, pra sair de lá ainda mais gordinha.
Quina do Futuro
Rua Xavier Marques, 134, Aflitos
Recife/PE
Fone: (81) 3241-9589
Aceita Amex, Diners, Visa, Master e Elo
* Conteúdo produzido por Luísa Ferreira