Sabe quando um restaurante está pra ser aberto e você, ansioso, acompanha o passo a passo, louco pra conhecer e tão logo inaugura já é um tremendo sucesso? Então, isso aconteceu com o Puro.
O local escolhido para a sua instalação foi o lindo bairro do Jardim Botânico. Numa construção de três andares, totalmente reformada com um feliz projeto da arquiteta Ligia Cury, que procurou associar a proposta da casa - trabalhar com sustentabilidade, produtos orgânicos e saudáveis - à paisagem do belo parque logo à frente.
Logo no térreo há uma aconchegante varanda, com um jardim vertical na parede do fundo, que torna o espaço bem convidativo para se comer ao ar livre. Os móveis são rústicos e foram escolhidos por Aloísio Sirimarco, que usou materiais naturais em todo o décor. As mesas são de madeira castanha e as cadeiras têm um belo design!
A ideia é integrar o restaurante ao verde natural, tão presente na região! Olha a visão de quem está nesse primeiro ambiente: de cara para o JB! Mas vamos ver os demais ambientes.
Ainda no térreo, o espaço fechado é ótima opção para quem não quer subir escadas, com mais lugares disponíveis e é onde está localizado o bar, de onde saem ótimos drinques.
Sou recebida pelo simpático gerente Ailton e pela hostess Letícia, que dão as boas vindas. Já gostei do convite no quadro-parede-mural. Se fotografar, não beba! Desculpe a foto tortinha. Vamos subindo!
No segundo andar está o coração da casa, a cozinha do Chef Pedro Siqueira! Ele, que já passou por endereços renomados, em Paris (Taillevent), São Paulo (Dom e Eau), Rio (Fasano al Mare), entre outros, abre seu primeiro restaurante. Foi uma grande alegria reencontrá-lo, ver o brilho nos olhos, falando desse seu projeto. Um papo muito bom e aproveitei para fotografá-lo com parte de sua equipe, que está mais pra um time, muito bem treinado e afinadíssimo! Sorriam! Vocês estão nos Destemperados!
Cheguei cedo (ao meio-dia, quando abrem) e depois de conversar um pouco com o chef, fui ao terceiro e último andar onde decidi ficar. Antes quero mostrar um detalhe que chama a atenção: em razão da presença marcante do verde, na vegetação do Jardim Botânico, que adentra ao restaurante através de grandes vãos de vidro, foram usadas cores neutras como branco, cinza, e muita madeira. E o decorador associou o conceito de pureza do linho, utilizando grandes carretéis de uma extinta fábrica do Rio, a Leslie. Tanto na parede da escada quanto nas do salão. O efeito ficou muito bonito.
Um recurso também adotado pela arquiteta xará foi criar um grande paredão de vidro, que vai do térreo até o terceiro andar, deixando entrar a luz natural e valorizando ainda mais a vista. Até o chef, de sua bancada, pode apreciar a natureza vizinha.
As mesas, aparadores e bancos estofados foram desenhados especialmente para o Puro, assim como cadeiras e poltronas, que são do designer Fernando Jaeger.
Dentro do conceito de sustentabilidade também se pensou nos materiais do piso (tábua de bambu de alta densidade) e na iluminação com muita luz natural e lâmpadas LED, assim como nas luminárias, feitas com madeira e tubos de metal, dos teares também da antiga fábrica.
Separada por porta de correr, também de vidro pra não tirar a visão do parque, a varanda superior tem mais lugares e embora nesse dia estivesse chovendo, nem assim se fica impedido de contemplar a vista, que é linda. Olha isso!
Sei que preciso focar na comida, mas como não mostrar esse visual?! Dá mais prazer à refeição, poder se integrar ao bucolismo e beleza do lugar.
OK, hora de começar a contar que o Chef Pedro tem sua formação baseada na culinária francesa. O restaurante é contemporâneo, mas ele é um entusiasta da cozinha de referências caseiras, das receitas de família, de pratos de memórias afetivas (origens gaúchas), usando principalmente insumos de qualidade, com produtos frescos e orgânicos dentro do conceito de pureza, de slow food e gastronomia sustentável.
O cardápio está dividido em beliscar, entradas, principais e sobremesas e são muitas as sugestões entre carnes, aves, saladas, massas, e um sem número de delícias. É difícil escolher. Também oferecem um Menu Convidativo (adorei o nome), que dá duas opções de entrada/principal e sobremesa, a R$ 42. Mas queria provar um monte de pratos, então combinei com o chef e me entreguei à criação dele.
Bem, o primeiro, na categoria “beliscar”, foi o bolinho de arroz carreteiro acompanhado de maionese caseira com pimenta biquinho e recheado com queijo Minas padrão. Bah, tchê! Porque meu pai (gaúcho) veio pro Sudeste? Queria ter nascido no sul e ter crescido comendo isso. Comecei muito bem!
Eles têm uma carta de vinhos orgânicos assinada por Douglas Gonçalves e escolhi o argentino Torrontés Las Moras Pacha-Mama.
Esse branco é elaborado com uvas 100% orgânicas e com aromas típicos de frutas tropicais, lichia e notas florais. Gostei do paladar intenso e estruturado.
Abro um parêntese para mostrar a qualidade dos cristais da alemã Stölzle Lausitz, os talheres da suíça Sola e a louça linda de Joana Toledo Cerâmicas. Joana é ceramista com ateliê no próprio Jardim Botânico, especialista em trabalhos para área de gastronomia. Isso só denota o cuidado e a busca por qualidade nos serviços de mesa.
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Puro: um restaurante único, genuíno, exclusivo e perfeito!
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