Feijoada da Fau é boa, barata e sem frescura

Pra mim, almoço de domingo combina com preguiça, comida gorda pra curar ressaca, cerveja ou Coca Cola gelada (depende da gravidade da tal da ressaca), amigos e boa conversa. Se der pra fazer tudo isso sem gastar muito (afinal, o orçamento já foi estourado no sábado à noite), melhor ainda. Há alguns meses, achei um lugar que atende a todos esses requisitos: a Feijoada da Fau, em Casa Amarela.

O lugar é simples, então se você não curte cadeira de plástico, ventilador e ambientação sem melindres, pode pular pra o próximo post. Se você é dos meus e apesar de curtir lugarzinhos charmosos valoriza também o custo-benefício da boa comida caseira sem frescura, pode ir baixando a barrinha de rolagem. ;)

Apesar da estrutura das mais básicas, em vários quesitos o lugar barra outros bares mais "sofisticados": o atendimento não deixa nada a desejar, os pratos chegam rapidinho, a cerveja costuma vir gelada e o cardápio deixa a gente naquela dúvida mais linda da vida de não saber o que escolher, da "entrada" à sobremesa.

Na minha mais recente visita, comecei com um caldinho de sururu bem honesto, que veio com um ovinho de codorna e ficou delícia com um pouco de pimenta. :)

Depois, meus amigos pediram o carro-chefe da casa (sem falsa modéstia, segundo eles mesmos, "a melhor feijoada da Zona Norte"). Além da tijelinha de feijoada bem temperada, chega à mesa outra com arroz e couve pra você fazer sua misturinha no prato conforme desejar.

O preço subiu um pouco este ano (de R$ 10 pra R$ 14), mas o custo-benefício continua ótimo, porque se você não for dos mais famintos ou pedir uns petisquinhos pra completar, dá numa boa pra duas pessoas. E almoço gostoso por R$ 7 não é tão fácil de achar quanto foto de comida no Instagram, né?

Pra variar um pouco (sempre em nome do jornalismo investigativo), dessa vez troquei a feijoada por uma batata recheada com charque e gratinada (R$ 9,90). Eles têm também uma versão com camarão, mas acho que a charque combina mais. Resultado: um petisco simples, meio comfort food, difícil de não agradar.

Pra tudo isso descer, pedi ainda uma caipirosca, que vem super bem servida (e com um canudo retorcido que a criança que vive em mim adorou, haha). A vodca usada é barata e o açúcar é meio exagerado, como em quase todo boteco mais simples, mas pelo preço (R$ 6,90) achei digna.

E na hora da sobremesa, a vibe é regional, como boa parte do cardápio: tem queijo coalho com mel de engenho, um clássico que não me apetece muito (mas quem provou curtiu!), cartola (amor eterno, amor verdadeiro) e bolo de rolo com sorvete (R$ 6,90).

Sobre esse último, fui pessimista e me surpreendi: esperava um bolo de rolo de qualidade mediana, com as camadas mais grossas, mas chegou uma fatia bem generosa com camadas fininhas; arraso! Além do sorvete de creme, vem também calda de chocolate ou morango, mas achei que ficou doce demais. Enquanto eles não oferecem calda de goiabada (fica a dica), acho melhor pedir sem. Ah, e vale a pena ver se tem como esquentar o bolo ;)

Outros destaques do cardápio são a dobradinha, o cassoulet, a fava, o arrumadinho e o sarapatel, que também podem ser encomendados pra comer em casa por um precinho justo. Tem ainda codorna, pão de alho, escondidinho, camarão... E tem TV pra ver jogos de futebol e sambinha ao vivo aos domingos, a partir das 15h. Ah, e eu falei que era barato, né? Saímos rolando e a conta deu R$ 68 pra três pessoas. Só amor.