Quando a gente ama comer e beber bem, o espírito de food hunter aflora em qualquer cantinho, qualquer cidade. Na minha primeira visita a Pelotas eu não tinha na minha listinha a Praia do Laranjal ou algum ponto turístico, eu tinha o Chu.
Para garantir a minha experiência, liguei antes e fiz reserva. O Chu fica no centro da cidade, numa esquina. Não tem como passar na rua sem notar o casarão. Tem muita história por ali. A começar pelo nome do restaurante que é o apelido de infância do proprietário Fernando Manta. Ele e sua esposa Cláudia (supersimpática) são os anfitriões da casa.
Tem três anos que o Chu chegou para movimentar a gastronomia da cidade. Eu, porto-alegrense, já tinha ouvido falar muito bem do restaurante. Na verdade é assim: falou em Pelotas logo eu lembrava dos doces de Pelotas. Agora será diferente. Lembrarei do Chu também.
Depois de suspirar com a fachada da casa e passar pela enorme porta de entrada, o host supergentil nos deu boas vindas ao lado do cara aí de baixo.
O antigo prédio, totalmente reformado para o abrigar o restaurante, tem diferentes ambientes. Cada um com um propósito e todos com detalhes marcantes que encantam. O bar fica perto da entrada. Bares sempre chamam a atenção do maridão. E esse, ele adorou.
Se a casa tivesse cheia, com certeza, adoraríamos perder um tempinho pela área do bar, num ritual de "aquecimento", mas como chegamos cedo fomos direto para a mesa.
Pelotas tem sorte de ter um Chu!
Até chegar à mesa escolhida, meu olhar e minha máquina fotográfica não sossegaram. Gente, é muito bonito mesmo. Tudinho.
Nós amamos uma bebidinha e essa noite combinava com vinho. A carta de vinhos tem várias opções e muitas com ótimo custo-benefício. Escolhemos o espanhol Marqués de Tomares. Muito bom. Já tá lá no meu Vivino.
Logo chegou o couvert. Um palitinho folhado bem crocante e pão torrado com manteiga de gorgonzola com ervas. Uma inspiração para o que vinha pela frente.
Nossa entrada foi o Ovo Molê. É um musselini de batata asterix, mix de cogumelos trufados e ovo empanado. Essa foi minha escolha, pois lembrei do ovo perfeito da Helena Rizzo do Maní, que eu adorei. Adoro ver a criatividade dos chefs com ingredientes simples.
Eis que o ovo explode!
Na escolha dos pratos, eu fui na sugestão do chef: raviolones de salmão e alho poró com um molho de mascarpone com alcaparras e lâminas de amêndoas. Bonito para os olhos e bonito para o paladar. Aviso: as porções são muito bem servidas. Bem mesmo.
Marco optou pelo sorrentino de bacalhau. Gratinado! Eu disse gra-ti-na-do. Ô palavrinha mágica essa! Na nossa habitual troca de pratos, na metade do jantar, escolhemos os raviolones de salmão como prato preferido pelo casal. E o Marco comeu todas as alcaparras que deixei na cantinho.
Antes de pedir a sobremesa, pausa para conhecer o pátio externo. Apaixonei! É lindo. Poltronas com pelegos, caso esteja frio, e com uma lareira a gás. Um ambiente lounge superaconchegante. Ah! Se estiver muito frio, é só pedir as mantinhas térmicas. Foi o ambiente do Chu que mais gostei.
E mais! Tem uma horta bem lindinha atrás deste pátio.
A cozinha está localizada em ponto estratégico. Bônus para quem está no pátio externo. Camarote VIP.
Voltando à mesa para finalizarmos nossa experiência, pedimos o gelatto di caffe e de mascarpones ao molho de pimenta. A pimenta apareceu sutilmente e eu que não sou muito de sobremesa que tenha café como ingrediente, gostei.
O maître nos trouxe o livro EAT! Best of Restaurant Design e lá encontramos o Chu entre os 40 melhores projetos de restaurantes do mundo. Não é à toa! Minha dica: aprecie os sabores, mas não deixe de observar os detalhes do ambiente.
Som maravilhoso, atendimento excelente, ambiente espetacular. Deixei Pelotas sem conhecer a Praia do Laranjal e outros pontos turísticos, mas tive uma ótima experiência no Chu. Nossa conta ficou em 165 reais, sem o vinho. E antes de terminar, lembro de algo importante: tem uma sala de recreação para a criançada.
Chu
Rua Andrade Neves, 3800
Pelotas/RS
Fone: (53) 3225-0250
* Conteúdo produzido por Rafaela Enes