O antigo Estômago, restaurante e cafeteria vegana no bairro Moinhos de Vento, deu lugar a uma nova proposta: o Café Angélica. A ideia de um espaço mais íntimo, com um cardápio vegetariano, já habitava na mente das irmãs e sócias Lídia e Julia Fraguas. Com o agravamento da pandemia, as donas não conseguiram manter o Estômago apenas com o fluxo de delivery e decidiram fechar as portas da casa. Porém, outras portas foram abertas. Veio, então, a possibilidade de resgatar aquela antiga ideia e, finalmente, colocá-la em prática.
Aberto há seis meses, agora no bairro Bom Fim, o Angélica aposta em outra lógica de espaço. Com mesas para poucas pessoas e uma área aberta, o café passou a integrar o cotidiano de quem passa pela rua João Telles. Uma pausa para tomar um chá e comer uma fatia de torta no meio da tarde ou até mesmo um almoço no domingo, após passear pela Redenção: todas as ocasiões servem. O Angélica se transformou num local para parar, apreciar uma boa comida e curtir sem pressa.
O próprio ambiente remete a tranquilidade e lazer. Logo na entrada, a sala com um sofá e uma estante de livros convida os clientes a se sentirem à vontade para um momento de leitura. Sem contar que a decoração é repleta de memória: fotos da família, quadros antigos e móveis vintage. Pergunto a Lídia o porquê do nome Angélica e ela responde com um sorriso no rosto: “é a nossa mãe”. A homenagem surgiu quando, na hora de pensar na identidade do novo empreendimento, as irmãs elencaram uma lista de coisas que as uniam. Não teve tópico mais importante que a Dona Angélica.
O café agora conta um cardápio vegetariano, já que passou a utilizar lacticínios e ovos nos preparos da confeitaria. As sócias ressaltam que fazem questão de manter o respeito e cuidado aos animais na escolha dos fornecedores – os produtos vêm de fazendas com produção familiar e que levam em consideração a qualidade de vida dos animais. O menu de almoço, por outro lado, permanece com ingredientes sem origem animal.
A cozinha é comandada pela Júlia, que traz elementos sazonais para protagonizar o menu. Na semana em que estive lá, no entanto, era o chef Dionísio Machado que estava à frente dos preparos. O ingrediente da vez era a beterraba: o couvert, a entrada e o prato principal tinham o legume. O almoço começou por um folhado, com um molho de castanha de caju e beterraba. Logo depois, foi servido uma salada de folhas amargas, castanhas e beterraba com frutas vermelhas. Para o prato principal, raviolone com cogumelos, pesto e capuchinha. O menu completo custa R$ 36.
Para acompanhar, pedi o suco da casa (R$ 16), com laranja, manga e mirtilo. Na sobremesa, eu segui a linha autoral e optei pelo bolo da casa (R$ 16), uma fatia com três camadas de caramelo, amendoim e café. Uma boa pedida para quem gosta de doces fora do tradicional.
Confesso que o café Angélica me surpreendeu muito positivamente! Apostaram em pratos mais elaborados e com propostas autorais, mas com um preço bem acessível. A apresentação da comida é um show à parte! Todos vibrantes, com muitas cores e texturas.
É uma ótima opção para quem busca um almoço saboroso, com ingredientes selecionados e um bom custo-benefício, numa esquina tranquila e bem verde no bairro Bom Fim.
Café Angélica
Rua General João Telles, 301, no bairro Bom Fim
Telentrega disponível pelo WhatsApp (51) 99769-1899
@angelicapoa