Não é de hoje que o Rio Grande do Sul se destaca pela excelência. Tanto no Brasil quanto no resto do mundo, a qualidade das bebidas feitas por aqui é reconhecida entre consumidores e especialistas no assunto, posicionando o Estado como um importante polo produtor de vinho. Por isso, neste mês, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) deu à Campanha Gaúcha o registo de indicação de procedência. Mas o que significa isso, Nati?
Com o avanço nos estudos sobre as regiões produtoras e os aprendizados sobre matérias-primas, surgiu, então, a necessidade do desenvolvendo de indicações geográficas, demarcando e limitando áreas, somando identidade e conceituando o terroir vitivinícola do país, que engloba características próprias de paisagem, biodiversidade, solo topografia e clima.
É com o conhecimento de todas essas características que se constroem duas importantes nomenclaturas para o mundo do vinho: a indicação de procedência (IP) e a denominação de origem (DO). A primeira está relacionada ao nome geográfico da região que tenha se tornado conhecida como centro de produção de um determinado serviço. Já a segunda refere-se ao produto final, apresentando normas específicas de fabricação, como tipo de uva e produção por hectare. A IP é o primeiro passo para se ter uma DO, e essa segunda é mais espefícia e detalhada do que a primeira.
Há bons exemplos no país de produtos que têm o registro de indicação de procedência: queijo da Canastra, em Minas Gerais, café especial, do Oeste da Bahia, e doces finos, de Pelotas, são alguns deles.
AS CARACTERÍSTICAS DA CAMPANHA GAÚCHA
A região de aproximadamente 45 mil quilômetros quadrados engloba os municípios de Acegúa, Candiota, Bagé, Santana do Livramento, Uruguaiana, Itaqui, entre outros. Para receberem o selo de indicação de procedência da Campanha Gaúcha, os vinhos obrigatoriamente precisam ser elaborados com variedades produzidas nestas cidades – cabernet franc, cabernet sauvignon, ruby cabernet, tannat, syrah são facilmente encontradas por lá. Podem ser elaborados rótulos brancos, rosé, tinto, além de espumantes, tanto pelo método charmat quanto pelo método tradicional. A quantidade de uva produzida por hectare também é controlada, garantindo maior qualidade ao produto final.
Uma comissão de degustação do conselho regulador também analisa padrões de identidade química e sensorial. Só depois de cumprirem todas essas normas é que os vinhos podem ser considerados da Campanha Gaúcha.
Até o final do ano, as vinícolas deverão enviar suas amostras para análise e, então, receberem o selo em seus rótulos.
- A ideia é a aproveitar a safra de 2020, considerada a melhor dos últimos 10 anos em qualidade, para lançar o selo junto das garrafas – enfatiza Clori Peruzzo, presidente da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha.
Mas, se você não quiser esperar até o fim de 2020 para degustar vinhos da mais nova indicação de procedência do país, selecionamos dicas de rótulos para aguçar o paladar e segurar a ansiedade para o que está chegando aos mercados.
Bodega Sossego Campaña Cabernet Sauvignon
Preço médio: R$ 70
Vinhetica Terroir de Rose 2017
Preço médio: R$ 72
ReD Cabernet Sauvignon+Merlot
Preço médio: R$ 58
Batalha Merlot 2016
Preço médio: R$ 56
Guatambu Da Estância Tannat
Preço médio: R$ 56
Peruzzo Cabernet Franc
Preço médio: R$ 49
Estância Paraizo Don Thomas Y Victoria Cabernet Sauvignon 2012
Preço médio: R$ 84
Campos de Cima Ruby Cabernet
Preço médio: R$ 52