Sem trilha de abertura, o Jornal Nacional prestou uma última homenagem ao apresentador e locutor Cid Moreira, que morreu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, em decorrência de uma insuficiência renal.
— Se os profissionais do jornalismo pudessem escolher assuntos que prefeririam não ter que noticiar, seria uma lista bem longa. E, com certeza, a perda de colegas seria o assunto mais citado nesta lista, mas nós não temos essa opção. Morreu Cid Moreira. O Jornal Nacional está começando — disse a apresentadora Renata Vasconcellos.
Com sua voz inconfundível, o jornalista se tornou um dos mais conhecidos da televisão brasileira quando estreou neste mesmo jornal, em 1969, onde permaneceu durante 26 anos.
Na bancada, William Bonner e Renata Vasconcellos relembraram a trajetória do apresentador, além do seu emblemático "boa noite". A última passagem dele pela bacana do JN foi em 2015, no aniversário de 50 anos da TV Globo.
Mensagem dos colegas
Cid Moreira foi lembrado com carinho por ex-colegas e amigos, que citaram momentos marcantes ao lado dele. O jornalista Sérgio Chapelin prestou uma emocionante homenagem ao colega de bancada.
— A nossa parceria foi bastante longa. Me ajudou muito porque, na verdade, eu tinha que me superar para conseguir ficar no mesmo patamar dele. Ele sempre foi determinado, sempre foi de trabalhar muito, muito — destacou.
Voz incomparável
Nas ruas, a reportagem conversou com o público que acompanhou o noticiário através do vozeirão de Cid Moreira:
— Cresci vendo meu avô dando boa noite para ele.
— Ele tinha uma questão de proximidade mesmo com o público, aquele olho no olho, aquele boa noite que a gente sabia que ia nos afagar no final da noite — lembrou outra entrevistada.
De volta ao estúdio, o telejornal reproduziu, mais uma vez, o clássico "boa noite" que muitos espectadores responderam de suas casas a cada encerramento do Jornal Nacional.