A cultura pop ganhou um capítulo importante para a sua história no dia 24 de setembro de 2004. Era uma sexta-feira e, nos Estados Unidos, estreou um programa envolvendo acidente aéreo, uma ilha supostamente deserta, pessoas lutando pela sobrevivência e muitos mistérios. Foi assim que Lost, logo em sua primeira temporada, conquistou uma legião de fãs.
No começo do século, a internet ainda estava em seus primórdios e a série era exibida no formato clássico, com um episódio por semana. Os fóruns e o boca a boca, somados com o tempo de absorver cada capítulo, criaram a tempestade perfeita para que o programa proliferasse na mente do público. Tudo foi intensificado a partir das infinitas teorias dos fãs — boa parte delas, por sinal, melhor do que o final definitivo da série, mas essa é outra história.
A atração, exibida originalmente pela ABC, transformou-se em um fenômeno de popularidade e foi bem recebida pela crítica, conquistando o Emmy de melhor série dramática já pela primeira temporada.
No Brasil, a produção chegou em março de 2005, pelo canal pago AXN — na TV aberta, a estreia ocorreu apenas em fevereiro de 2006, na Globo.
Mesmo que o público tenha problemas com o desfecho do programa, muitos episódios foram memoráveis. Zero Hora pesquisou a opinião dos espectadores da série, no agregador de notas IMDb, para elaborar um ranking com os melhores capítulos de Lost, uma criação de Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof.
Os melhores episódios de Lost
1. A Constante (Nota: 9,7/10)
- Temporada 4 - Episódio 5 (2008)
A Constante mostra a segunda incursão de Desmond (Henry Ian Cusick) através do tempo e de realidades diferentes. Essa trilogia de capítulos (com um na terceira, um na quarta e o último na sexta temporada) focada no personagem é um dos pilares da série.
Nesse, que é considerado o melhor episódio da série pelos fãs, Desmond vai e volta entre os anos de 1996 e 2004, em uma narrativa contínua entre os dois tempos. A ideia é encontrar Daniel Faraday (Jeremy Davies) para ajudar o personagem a voltar para o futuro.
2. Através do Espelho (Nota: 9,7/10)
- Temporada 3 - Episódios 22 e 23 (2007)
Episódio duplo e que rivaliza pelo topo do pódio. E, de fato, entrega tudo. É nele, por exemplo, em que está presente um dos momentos mais chocantes de toda a série: Charlie (Dominic Monaghan) se sacrificando para que todos os sobreviventes pudessem conseguir resgate da ilha, que seria feito pelo amor da vida de Desmond, Penny Widmore (Sonya Walger). Porém, preso em uma escotilha alagada, Charlie ergue a mão para Desmond, mostrando as palavras escritas: "Não é o barco de Penny".
A revelação é bombástica, uma vez que o cargueiro que se dirigia à ilha, então, tinha um propósito muito mais sinistro, sem intenção de resgatar os sobreviventes. É nesse especial, também, que mostra cenas de um suposto flashback de Jack (Matthew Fox) como um alcoólatra em Los Angeles e perturbando uma mulher ao telefone. No final, mostra-se uma das maiores surpresas da série: na verdade, não era um flashback, mas, sim, um flashforward, com Jack pressionando Kate (Evangeline Lilly) para voltar à ilha.
3. Viva Junto, Morra Sozinho (Nota: 9,4/10)
- Temporada 2 - Episódios 23 e 24 (2006)
Mais um episódio duplo. Por volta de 1h30min de duração, o espectador é apresentado ao passado de Desmond na ilha, mostrando os anos em que ele passou apertando os botões na Estação Cisne. Enquanto isso, no presente, Locke (Terry O'Quinn) toma a decisão de não dar continuidade ao trabalho do colega ilhado e a estação desaparece em meio a um clarão eletromagnético.
É nesse episódio especial que Jack e Sayid (Naveen Andrews) descobrem algo estranho em alto-mar e elaboram um plano para confrontar "Os Outros", resgatando Walt (Malcolm David Kelley). Também em Viva Junto, Morra Sozinho ocorre a ligação dos brasileiros para Penny de um navio que está em uma região polar. Enigmático.
4. Êxodo (Nota: 9,3/10)
- Temporada 1 - Episódios 24 e 25 (2005)
São as partes 2 e 3 do arco final para encerrar a primeira temporada, exibidas como forma de episódio duplo. Esse fechamento de ano da produção coloca os sobreviventes do Voo 815 em situações diversas. Enquanto o bebê de Claire (Emilie de Ravin) é sequestrado — sendo posteriormente resgatado por Charlie e Sayid —, um grupo se aventura pelo oceano em uma jangada, procurando por um navio.
Em paralelo, Jack, Kate, Locke, Hurley (Jorge Garcia) e Arzt (Daniel Roebuck) tentam abrir a escotilha — a cena final da temporada mostra Jack e Locke olhando curiosos para um buraco fundo e escuro com uma escada quebrada.
5. Desde Sempre (Nota: 9,2/10)
- Temporada 6 - Episódio 9 (2010)
Eis um episódio simples, mas nem por isso menos importante. Afinal, está entre os mais bem cotados dentre os 121 que compõem a série. Nesse capítulo, em um longo flashback, são explorados os mistérios por trás da chegada de Richard Alpert (Nestor Carbonell) à ilha, como um homem escravizado no século 19.
A partir disso, são mostrados detalhes sobre a sua imortalidade e como se deu a aliança do personagem com Jacob (Mark Pellegrino). Dentro dessa história, também há um aprofundamento sobre qual é o propósito da ilha e o relacionamento entre Jacob e o monstro de fumaça. Essas revelações, juntamente com a atmosfera, formam um dos pontos altos do programa, tanto na questão mitológica quanto na emocional.